terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Allan Kardec - Puros Espíritos ou Anjos


«Que haja seres dotados de todas as qualidades atribuídas aos anjos, não restam dúvidas. A revelação espírita neste ponto confirma a crença de todos os povos, fazendo-nos conhecer ao mesmo tempo a origem e natureza de tais seres.
«As almas ou Espíritos são criados simples e ignorantes, isto é, sem conhecimentos nem consciência do bem e do mal, porém, aptos para adquirir o que lhes falta. O trabalho é o meio de aquisição, e o fim — que é a perfeição — é para todos o mesmo. Conseguem-no mais ou menos prontamente em virtude do livre-arbítrio e na razão directa dos seus esforços; todos têm os mesmos degraus a franquear, o mesmo trabalho a concluir. Deus não aquinhoa melhor a uns do que a outros, porquanto é justo, e, visto serem todos seus filhos, não tem predilecções. Ele lhes diz: Eis a lei que deve constituir a vossa norma de conduta; ela só pode levar-vos ao fim; tudo que lhe for conforme é o bem; tudo que lhe for contrário é o mal. Tendes inteira liberdade de observar ou infringir esta lei, e assim sereis os árbitros da vossa própria sorte. Consequentemente, Deus não criou o mal; todas as suas leis são para o bem, e foi o homem que
criou esse mal, divorciando-se dessas leis; se ele as observasse escrupulosamente, jamais se desviaria do bom caminho […]
«De toda a eternidade tem havido, pois, puros Espíritos ou anjos; mas, como a sua existência humana se passou num infinito passado, eis que os supomos como se tivessem sido sempre anjos de todos os tempos […]
«Realiza-se assim a grande lei de unidade da Criação; Deus nunca esteve inactivo e sempre teve puros Espíritos, experimentados e esclarecidos, para transmissão de suas ordens e direcção do Universo, desde o governo dos mundos até os mais ínfimos detalhes. Tampouco teve Deus necessidade de criar seres privilegiados, isentos de obrigações; todos, antigos e novos, adquiriram suas posições na luta e por mérito próprio; todos, enfim, são filhos de suas obras.
«E, desse modo, completa-se com igualdade a soberana justiça do Criador»

Allan Kardec, O CÉU E O INFERNO, 1ª pt. Cap. VIII, §12-15

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO SITE DA NOSSA ASSOCIAÇÃO

Participe e colabore no preenchimento no questionário de avaliação do site da nossa Associaçao (www.aela.pt)


Clique no link para aceder ao questionário: 

                     http://www.surveymonkey.com/s/S37H5PZ

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Em Destaque - Obreiros da Vida Eterna

OBREIROS DA VIDA ETERNA

Psicografia de Francisco C. Xavier


O livro, o 4º dos treze livros que constituem a Colecção A Vida no Mundo Espiritual, é uma obra psicografada pelo médium Francisco Xavier, conhecido como Chico Xavier, e inspirada pelo Espírito de um médico sob o nome de André Luiz.

Em RASGANDO VÉUS, como um prefácio e assinado por Emmanuel, podemos ler o seguinte:
- «O homem moderno, pesquisador da estratosfera e do subsolo, esbarra, ante os pórticos do sepulcro, com a mesma aflição dos egípcios, dos gregos e dos romanos de épocas recuadas. Os séculos, que varreram civilizações e refundiram povos, não transformaram a misteriosa fisionomia da sepultura. Milenário ponto de interrogação, a morte continua ferindo sentimentos e torturando inteligências.
«Em todas as escolas religiosas, a Teologia, representando as directrizes de patriarcas veneráveis da fé, procura controlar o campo emotivo dos crentes, acomodando os interesses imediatistas da alma encarnada. «Para isso, criou regiões definidas, tentando padronizar as determinações de Deus […]
«O Espiritismo começou o inapreciável trabalho de positivar a continuação da vida além da morte, fenómeno natural do caminho de ascensão. Esferas múltiplas de actividade espiritual interpenetram-se nos diversos sectores da existência. A morte não extingue a colaboração amiga, o amparo mútuo, a intercessão confortadora, o serviço evolutivo. As dimensões vibratórias do Universo são infinitas, como infinitos são os mundos que povoam a imensidade.
«Ninguém morre. O aperfeiçoamento prossegue em toda parte.
«A vida renova, purifica e eleva os quadros múltiplos de seus servidores, conduzindo-os, vitoriosa e bela, à União Suprema com a Divindade.
«Apresentando o novo trabalho, em que André Luiz comparece rasgando véus, lembramo-nos de que Allan Kardec, o inesquecível codificador, refere-se várias vezes em sua obra à erraticidade, onde estaciona considerável número de criaturas humanas desencarnadas.
«Acresce notar, todavia, que transferir-se alguém da esfera carnal para a erraticidade não significa ausentar-se da iniciativa ou da responsabilidade, nem vaguear em turbilhão aéreo, sem directivas essenciais. No mesmo critério, observaríamos os que renascem no plano denso como pessoas transferidas da vida espiritual à materialidade, não simbolizando semelhante figura qualquer imersão inconsciente e estúpida nas correntes carnais. Como acontece aos que chegam à Crosta da Terra, os que saem dela encontram igualmente sociedades e instituições, templos e lares, onde o progresso continua para o Alto»

Esta obra está dividida em 20 capítulos, intitulados, por exemplo: CONVITE AO BEM - A CASA TRANSITÓRIA - LEITURA MENTAL - TREVA E SOFRIMENTO - LOUVOR E GRATIDÃO - FOGO PURIFICADOR - AMIGOS NOVOS... - COMPANHEIRO LIBERTADO - PRESTANDO ASSISTÊNCIA - APRENDENDO SEMPRE - EXEMPLO CRISTÃO - ROGATIVA SINGULAR - DESPRENDIMENTO DIFÍCIL - ACÇÃO DE GRAÇAS.

Os seguintes excertos pretendem facilitar a observação do estilo do autor e da sua abordagem temática:
- «Templo da Paz, na zona consagrada ao serviço de auxílio, onde esclarecido instrutor comentaria as necessidades de cooperação junto às entidades infelizes, nos círculos mais baixos da vida espiritual que rodeiam a Crosta da Terra.
A maravilhosa noite derramava inspirações divinas.
Ao longe, constelações faiscantes semelhavam-se a pérolas caprichosamente dispostas numa colcha de veludo imensamente azul. A paisagem lunar oferecia detalhes encantadores. Picos e crateras salientavam-se à nossa vista, embora a considerável distância, num deslumbramento de filigrana preciosa. Fulgurava o Cruzeiro do Sul como símbolo sublime, desenhado ao fundo azul-escuro do firmamento. Canópus, Sírius e Antares brilhavam, infinitamente, figurando-se-nos balizas radiosas e significativas do céu. A Via Láctea, dando-nos a impressão de prodigioso ninho de mundos, parecia um dilúvio de moedas resplandecentes a se derramarem de cornucópia gigantesca e invisível, convidando-nos a meditar nos segredos excelsos da natureza divina»

- «O plano impressivo da mente grava as imagens dos preconceitos e dogmas religiosos com singular consistência. A transformação compulsória, pelo decesso, reintegrará a criatura no património de suas faculdades superiores. O trabalho, porém, não pode ser brusco, sob pena de ocasionar desastres emocionais de graves consequências. Urge considerar a necessidade da medida, isto é, da gradação.
«E, fitando-nos mais agudamente, prosseguiu: – Há, contudo, observação valiosa a destacar. Como vemos, não é a rotulagem externa que socorre o crente nas supremas horas evolutivas. É justamente a sementeira do esforço próprio, nos serviços da sabedoria e do amor, que frutifica, no instante oportuno, através de providências intercessoras ou de compensações espontâneas da lei que manda entregar as respostas do Céu “a cada um por suas obras”. Todo lugar do Universo, portanto, pode ser convertido em santuário de luz eterna, desde que a execução dos Divinos Desígnios seja a alegria de nossa própria vontade»

- «Devolvendo os enfermos aos leitos de origem, verificamos as impressões diferentes de cada um. Fábio demonstrava infinito conforto no campo íntimo. Cavalcante acordou, no organismo de carne, pensando em recorrer à eucaristia pela manhã, e Dimas, ao despertar, junto de nós, chamou a esposa e afirmou em voz fraca: – Oh! Como foi maravilhoso meu sonho de agora! Vi-me à beira de rio caudaloso e brilhante, que atravessei com o auxílio de benfeitores invisíveis, chegando, em seguida, a grande casa, cheia de luz!
Pousou a descarnada mão na testa húmida, e exclamou: – Ah! Como desejaria lembrar-me de tudo! Tenho a impressão de que visitei um mundo feliz, recebendo ensinamentos de grande significação, mas... a cabeça falha!...
«A companheira tranquilizou-o, exortando-o a dormir»

Terminamos com a seguinte passagem:
- «– Não, vovó, não! A senhora não pode ir agora para o Céu! não pode! Deus não deixará!...
«Albina recolheu-o, carinhosa, feliz. – Que é isto, João? – perguntou, buscando sorrir […]
«– O menino tem razão. Albina não irá mesmo desta vez [...] – Isto mesmo – confirmou o mentor amigo –, a prece de João é importante porque se reveste de profunda significação para o futuro. A menina, em processo reencarnacionista, é-lhe abençoada companheira de muitos séculos. Ambos possuem admirável passado de serviço à Crosta Planetária e escolheram nova tarefa com plena consciência do dever a cumprir. Foram associados de Albina em várias missões e, muito cedo, ser-lhe-ão continuadores na obra de educação evangélica. Não são Espíritos purificados, redimidos, mas trabalhadores valiosos, com suficiente crédito moral para a obtenção de oportunidades mais altas. «Apesar da condição infantil, o servo reencarnado, pelas ricas percepções que o caracterizam fora da esfera física, recebeu conhecimento da morte próxima de nossa venerável irmã. «Compreendeu, de antemão, que o facto repercutiria angustiosamente no organismo de Loide, compelindo-a talvez a claudicar no trabalho gestatório, em andamento.
«A carga de dor moral conduzi-la-ia efectivamente ao aborto, imprimindo profundas transformações no rumo do serviço de que João é feliz portador. Socorreu-se, então, de todos os valores intercessores, nos instantes em que sua alma lúcida pode operar na ausência da instrumentalidade grosseira, que triunfou com as súplicas insistentes, obtendo reduzida dilatação de prazo para a desencarnação de Albina.
«Sempre comedido nas informações, Jerónimo calou-se, preparando a retirada»


DESEJAMOS UMA BOA LEITURA!

Carmen, 2010.Dez16.AELA-Destaques

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Prece e Meditação

Prece e Meditação
Sua importância na vida diária

1. Prece e Meditação; 2. Importância da Prece; 3. Forma da Prece; 4. Experiência pessoal


Introdução


Propus-me neste trabalho estudar a Prece. Aprofundá-la, analisá-la e praticá-la. Foquei-me sobretudo no seu aspecto individual; a prece feita em recolhimento, que nos permite aproximar de Deus e senti-Lo; dentro das nossas possibilidades. Abstraí-me da palavra formulada, apesar da sua importância, e procurei dar mais atenção ao que se sente quando oramos; privilegiando o contacto silencioso, sem necessidade de arquitetar qualquer frase ou pensamento que não um simples "Pai, estou aqui!".

Orar por alguém ou pelo socorro de nossas aflições é sem dúvida de grande proveito, quer para nós quer para quem pretendemos beneficiar. Nesses momentos procuramos ajuda e amparo de algo que nos é superior; muitas vezes em último recurso. Mas a vertente da oração que procurei com este estudo foi a de ligação; a de comunhão. Aquela que alcançamos quando nos abrimos ao Pai, com humildade, exibindo todos os nossos defeitos e virtudes; que ele tão bem conhece, mas que por vezes procuramos dissimular, com uma ou outra causa que nos desculpabilize ou atenue a atitude, maneira de ser ou de agir. Essa sinceridade, essa vontade de encarar cada dia da nossa vida como um dia de aulas numa escola que nos educa pela vivência, abre as portas ao contacto com uma força que nos fortalece e orienta, com suaves e subtis conselhos que levam à reflexão, nos amparam e incentivam a caminhada.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A morte e o desligamento em "O Céu e o Inferno"


«Não sei onde estou... que turbação me cerca! […] Sou como que duas personalidades... Oh! quando chegarei a compreender o que comigo se passa? É necessário que vá lá ainda... meu outro ‘eu’, que lhe sucederá na minha ausência? Adeus.
«O sentimento da dualidade que não está ainda destruído por uma completa separação, é aqui evidente. Carácter volúvel […] Mas, como não possuísse vícios sérios e fosse de boa índole, essa situação nada tinha de penosa e não deveria prolongar-se por muito tempo. Evocada novamente depois de alguns dias, as suas ideias estavam já muito modificadas. Eis o que disse: «Obrigada por haverdes orado por mim. Reconheço a bondade de Deus, que me subtraiu aos sofrimentos e apreensões consequentes ao desligamento do meu Espírito. À minha pobre mãe será dificílimo resignar-se; entretanto será confortada, e o que a seus olhos constitui sensível desgraça, era fatal e indispensável para que as coisas do Céu se lhe tornassem no que devem ser: tudo. Estarei ao seu lado até o fim da sua provação terrestre, ajudando-a a suportá-la. Não sou infeliz, porém, muito tenho ainda a fazer para aproximar-me da situação dos bem-aventurados. Pedirei a Deus me conceda voltar a essa Terra para reparação do tempo que aí perdi nesta última existência. A fé vos ampare, meus amigos; confiai na eficácia da prece, mormente quando partida do coração. Deus é bom.
«— P. Levastes muito tempo a reconhecer-vos? — R. Compreendi a morte no mesmo dia que por mim orastes. — P. Era doloroso o estado de perturbação? — R. Não, eu não sofria, acreditava sonhar e aguardava o despertar. Minha vida não foi isenta de dores, mas todo ser encarnado nesse mundo deve sofrer. Resignando--me à vontade de Deus, a minha resignação foi por Ele levada em conta. Grata vos sou pelas preces que me auxiliaram no reconhecimento de mim mesma. Obrigada; voltarei sempre com prazer. Adeus. Hélène»

Allan Kardec, O CÉU E O INFERNO, 2ª pt. Cap. III, SRA. HÉLÈNE MICHEL

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Em Destaque - O Apóstolo do Espiritismo

O APÓSTOLO DO ESPIRITISMO

de Gaston Luce



Esta obra é uma biografia de Léon Denis por Gaston Luce e em PRÓLOGO, ou capítulo 1, podemos ler o seguinte:

- «A morte de Léon Denis, ainda tão recente, deixou um grande vazio nas fileiras espíritas do Ocidente e por todas as partes do mundo onde sua obra penetrou […] na qual sua doutrinação aparece em toda a plenitude e poder, dela retirando os mais substanciosos ensinamentos […] A fé que extraímos dela é contagiante, geradora de esperança e de coragem varonil. Eis porque tantos leitores de todas as classes sociais e de todas as regiões encontraram nela virtudes bem eficazes. Sem dúvida alguma, devemos dar crédito à Ciência, desejar o maior êxito nas actuais pesquisas da Metapsíqui¬ca, evitando, porém, repisar os mesmos temas […]
«A nova revelação que o Espiritismo nos apresenta, alicerçada em bases experimentais, é, acima de tudo, de ordem moral: eis o que não se deve esquecer.
«O Espiritismo será científico ou não subsistirá. Certamente, a afirmativa é excelente, com a condição de que não o subordinem a uma ciência vacilante e tímida e não se abandone o verdadeiro caminho da alma.
Léon Denis está entre os que se recusam subordinar a Filosofia, a velha sabedoria humana, às únicas regras da experimentação, porque, nesse domínio, não se trata mais de matéria tangível. A concepção mecanicista do mundo é insuficiente e a única testemunha dos sentidos é de flagrante indigência. Assim, não se querendo limitar unicamente aos factos, volta-se para a mais evidente realidade, a do Espírito (Razão, Consciência, Sentimento), a única que pode conduzir à Causa Primária e liga, em verdade, o homem ao Universo.
«Concepção religiosa? Se o quisermos; porém, a característica do homem não é ser um animal religioso? Consciente de sua pequenez, no seio da criação, Léon Denis mantém uma invencível fé na imanente justiça, na perfeição das leis eternas, na bondade de Deus. Daí sua permanente serenidade.
«O que caracteriza sua filosofia são os altos voos, é o amor ao aperfeiçoamento. Sua última palavra de ordem é: Santifica-te! Evolui! - a vida é uma ascensão - sempre para mais alto!
«Uma tal vida, consagrada exclusivamente à busca da Verdade, ao estudo e à meditação, não deixaria transparecer os aborrecimentos e as inquietações tão comuns […]
«Que possamos, em nosso desejo de reverenciar tão querida memória, ter posto em destaque a nobre figura do bom Mestre de Tours, o Apóstolo do Espiritismo, como era denominado o destemido mensageiro da Boa Nova, cujo nome desperta no mundo, entre os que leram seus livros, um profundo reconhecimento e uma piedosa veneração, servindo, ao mesmo tempo, a uma Causa - bela entre todas»

Esta obra está dividida em 7 capítulos e subdividida em outros mais, cujos títulos transcrevemos, pelo menos alguns, para referência: INFÂNCIA E JUVENTUDE - OS INÍCIOS - O APOSTOLADO - A VELHICE - O HOMEM - A OBRA - EM TOURS - A GUERRA - O GRUPO DA RUA CIRNE - OUTRA VIAGEM - O CONFERENCISTA DA LIGA DO ENSINO - PRIMEIRAS OBRAS - O CONGRESSO ESPIRITUALISTA INTERNACIONAL DE 1889 - O ORADOR - O ESCRITOR .
Em APÊNDICES podemos encontrar, também como exemplo, os seguintes títulos: ROTEIRO DOUTRINÁRIO DE LÉON DENIS - LÉON DENIS NOS CONGRESSOS ESPÍRITAS - RENOVAÇÃO - TRECHO DE UMA COMUNICAÇÃO DE LÉON DENIS – OBTIDA EM TOURS – APÓS SUA MORTE

As transcrições a seguir referidas têm como objectivo facultar a observação do estilo do autor e da abordagem temática:

- «Léon Denis nasceu em 1° de janeiro de 1846, em Foug, pequena localidade de Toul, atravessada pela grande ferrovia Paris-Strasbourg.
«Notou-se que seu nome está incluído no do Grande Iniciador Allan Kardec, que se chamava, na realidade, Léon Denizard Rivail.
«Simples coincidência, dirão uns; pelos menos, uma singular analogia, pensarão outros»

- «Abrindo-se uma vaga na Casa da Moeda de Bordeaux, seu pai conseguiu transferência para essa cidade. Nova mudança e novas despesas.
«O salário do chefe de família era insuficiente para manter a casa. Léon teve que interromper seus estudos para acompanhar seu pai e ajudá-lo em seu trabalho de polimento das moedas.
«O pobrezinho esforçava-se ao máximo nesse ingrato trabalho: seus delicados dedos se tingiam de sangue para descolar as lâminas de cobre. Entretanto, as poucas moedas que conseguia ajudavam a melhorar o magro ordenado paterno.
«Em março de 1857, a Casa da Moeda terminou a refundição das moedas de cobre e Joseph Denis empregou se na Companhia das Estradas de Ferro do Sul. Após curto estágio como carteiro da estação de Bordeaux, conseguiu o emprego desejado: estava nomeado chefe da estação de Morcenx, em Landes.
«A família ia achar um abrigo menos precário. Não era uma ótima situação, certamente, porém, bastava para assegurar as necessidades da casa. Além disso, abria perspectiva de uma vida mais estável, o que era do agrado da Sra. Denis. Finalmente, seu pequeno Léon poderia recomeçar seus estudos interrompidos. Seu grande desejo se realizava»

- «Em Giovanna, Léon Denis traça um esboço muito apurado, o que se poderia chamar de romance espírita, género já tratado, desde então, por excelentes escritores cuja audácia teve justificado sucesso. A acção desenrola-se ainda na Itália. Notamos, de passagem, a viva influência que exerceu em sua sensibilidade de escritor essa terra clássica das artes, cuja língua ele falava e cujos poetas gostava de citar.
«A narrativa começa com uma admirável descrição do Lago de Como:
Esse pedaço do céu da Itália, caído entre as montanhas, esse Paraíso Maravilhoso, onde reina a Natureza, enfeitada para uma eterna festa.
«É em Gravedona, ao norte do Monte Lario, entre os altos cumes dos Alpes, que se desenvolve o tocante idílio do romance. O enredo é de extrema simplicidade. Entre os pobres habitantes de Gravedona, a meiga Giovanna aparece como uma madona de um quadro de Luini.
«Giovanna é uma bela moça empenhada em socorrer a miséria em seu derredor; uma dessas naturezas especiais, que aparecem por um instante, entre os homens, para consolá-los por sua feiura física e enfermidades morais e que logo retornam à sua verdadeira pátria: o Céu. Giovanna Speranzi nasceu na Vila das Almecegueiras, de onde são vistos, do vale, os terraços alvacentos. Seus 18 anos escoaram nesses lugares bafejados pelo Sol e pelas flores. Dizem que a alma está ligada por secretas influências às regiões que ela habita e que participa da graça ou da rudeza do ambiente»

- «Os verdadeiros teólogos não podem desconhecer a analogia gritante que existe entre os fenómenos espíritas e os da doutrina cristã. Parece que, embora um pouco tardiamente, isto vai sendo hoje compreendido. O escritor espírita destacava, a seguir, com energia, quanto a atitude da Igreja contemporânea é contrária à sua própria doutrina e prejudicial a seus interesses e aos da civilização inteira. «Para introduzir na vida individual e colectiva elementos de disciplina, a religião deve colocar-se em harmonia com as necessidades intelectuais, com os conhecimentos e as aspirações da época.
«Ora, a Igreja Católica e as Igrejas Cristãs perpetraram o erro de crer que a comunhão espiritual estabelecida pelo Cristo entre ela e o mundo invisível tinha um carácter exclusivo e temporário, quando essa comunhão é, na verdade, permanente e universal. «Conclui-se que secou para elas a fonte de onde jorram, abundantemente, as forças, os socorros e as inspirações do Alto. «O influxo divino não veio mais fecundar o espírito do Catolicismo; a incredulidade e o ateísmo submergiram tudo»

- «A tradução de seu consolador livro Depois da Morte acaba de ser lançada em Leipzig. De todos os lados, o Mestre recebe cartas de discípulos, de visitantes estrangeiros de passagem, que desejam conhecer, em Tours, um estranho Loreno.
«Deliberadamente, Denis desprezou a Literatura e a Política, para assumir a tarefa ingrata de defender e de propagar as mais extravagantes teses, do ponto de vista dos professores, dos jornalistas e de outras categorias de cépticos. Sua consagração, no Congresso Internacional de 1925, foi magnífica e jornalistas incrédulos, como Géo London, do Journal, reconheceram e confessaram a sublimidade da Doutrina Espírita»

DESEJAMOS UMA BOA LEITURA!

Carmen, 2010.Nov17.AELA-Destaques

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A Vida e a Morte de Charlie

 O respeitado Gus Van Sant segue a trilha em seu mais recente trabalho, "Restless", previsto para 2011, traz Mya Wasikowska, a Alice do filme de Tim Burton, no papel de uma adolescente apaixonada por um rapaz (Henry Hopper) que gosta de assistir a funerais. Presa a uma cama de hospital, em estado terminal, ela conversa diariamente com o espírito de um piloto "kamikaze" (Ryo Kaze) falecido na Segunda Guerra Mundial.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

"Julgar sem conhecer" de "O Livro dos Espíritos"


«Quem, de magnetismo terrestre, apenas conhecesse o brinquedo dos patinhos imantados que, sob a acção do íman, se movimentam em todas as direcções numa bacia com água, dificilmente poderia compreender que ali está o segredo do mecanismo do Universo e da marcha dos mundos. O mesmo se dá com quem, do Espiritismo, apenas conhece o movimento das mesas, em o qual só vê um divertimento, um passatempo, sem compreender que esse fenómeno tão simples e vulgar, que a antiguidade e até povos semi-selvagens conheceram, possa ter ligação com as mais graves questões da ordem social. Efectivamente, para o observador superficial, que relação pode ter com a moral e o futuro da Humanidade uma mesa que se move? Quem quer, porém, que reflicta se lembrará de que de uma simples panela a ferver e cuja tampa se erguia continuamente, facto que também ocorre desde toda a antiguidade, saíu o possante motor com que o homem transpõe o espaço e suprime as distâncias.
Pois bem! Sabei, vós que não credes senão no que pertence ao mundo material, que dessa mesa, que gira e vos faz sorrir desdenhosamente, saíu uma ciência, assim como a solução dos problemas que nenhuma filosofia pudera ainda resolver. Apelo para todos os adversários de boa-fé e os adjuro a que digam se se deram ao trabalho de estudar o que criticam. Porque, em boa lógica, a crítica só tem valor quando o crítico é conhecedor daquilo de que fala. Zombar de uma coisa que se não conhece, que se não sondou com o escalpelo do observador consciencioso, não é criticar, é dar prova de leviandade e triste mostra de falta de critério. Certamente que, se houvéssemos apresentado esta filosofia como obra de um cérebro humano, menos desdenhoso tratamento encontraria e teria merecido as honras do exame dos que pretendem dirigir a opinião. Vem ela, porém, dos Espíritos. Que absurdo! Mal lhe dispensam um simples olhar. Julgam-na pelo título»

Allan Kardec, O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Conclusão, §1

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Chega de preconceito !

Periodicamente, a humanidade recebe a presença de grandes espíritos que encarnam com a missão de reestruturar certas crenças e impulsionar a evolução coletiva. São os chamados “avatares”. Tivemos a presença de Sidarta Gautama, conhecido como Buda (o desperto), que colaborou com o avanço espiritual na Índia, dando início ao que conhecemos, hoje, como Budismo, nas suas variadas escolas. Assim também foi com Jesus, que era judeu, mas, procurou resgatar a pureza de coração na vivência diária. Seus discípulos iniciaram um movimento chamado Cristianismo, que, tempos depois, se tornou a religião oficial do Império Romano. 
 
Lao Tzé, Confúcio, Krishna, Maomé, Moisés, Lutero, entre outros, trouxeram, sem sombra de dúvida, um grande avanço na evolução planetária. Sem falarmos dos filósofos, como Sócrates, Aristóteles, etc.

Claro que não pretendemos dizer, com isso, que estes grandes mestres do pensamento humano sejam representantes absolutos da Verdade. Não... e duvido que um grande mestre se coloque nesta posição. Mas, são como bússolas norteando nosso caminho.

Todo movimento religioso sofre diversas influências, ao longo dos séculos; algumas benéficas, que revigoram a própria religiosidade original. Outras, como valores culturais, interesses pessoais, preconceitos, etc., acabam deturpando a proposta dos grandes mestres.

No caso do movimento espírita, costumo dizer, ironicamente, que o que se pratica não é Espiritismo, mas, “kardecismo”, devido à tamanha autoridade que os espíritas dão às obras da codificação, algo que Kardec nunca impôs.

Sobre o movimento pela “pureza doutrinária”, que sempre contou com adeptos de “carteirinha” no Espiritismo, eu gostaria de dizer o seguinte:
Eu respeito imensamente a obra de Kardec, mas, baseando-me na História, reconheço que certos ensinamentos, na codificação, não condizem, necessariamente, com a realidade, mas, são fruto de um visão cultural da época, dos espíritos e até dos médiuns.

Reconheço grandes ensinamentos na codificação, mas, discordo de alguns, com base nos meus estudos de outras doutrinas espiritualistas e, principalmente, na minha experiência prática, na minha vivência.

Aqueles que fazem da codificação kardequiana uma obra representante da Verdade absoluta, inquestionável, estão criando uma ortodoxia dogmática e matando o princípio da dúvida filosófica. 
 
A doutrina é evolucionista e seus fundamentos podem ser encontrados em outras religiões. Kardec chegou, inclusive, a sugerir um catálogo racional para se montar uma biblioteca espírita. Neste catálogo, ele indica, entre outros livros: o Bhagava Gita, o Alcorão, entre outros livros orientais. Kardec sugere, neste mesmo catálogo, que se inclua obras antiespíritas para que tenhamos conhecimento dos argumentos contrários. Isso, sim, é uma atitude filosófica.

Kardec nunca disse para os espíritas estudarem somente aquilo que estivesse de acordo com a codificação. Ao contrário, ele deixou claro que novas obras viriam complementar... bastava que usássemos o raciocínio e separássemos o joio do trigo.

Portanto, a codificação é obra de Kardec, mas o Espiritismo vai além dela. É uma doutrina em construção, um “edifício” inacabado em que todos nós trabalhamos.

Escrito por Victor Rebelo   

FONTE: www.rcespiritismo.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=795&Itemid=25

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

COMUNICAÇÕES


«As comunicações frívolas emanam de Espíritos levianos, zombeteiros, ou brincalhões, antes maliciosos do que maus, e que nenhuma importância ligam ao que dizem. Como nada de indecoroso encerram, essas comunicações agradam a certas pessoas, que com elas se divertem, porque encontram prazer nas confabulações fúteis, em que muito se fala para nada dizer. […] 

«As pessoas que se comprazem nesse género de comunicações naturalmente dão acesso aos Espíritos levianos e falaciosos. Delas se afastam os Espíritos sérios […]

«As comunicações sérias são ponderosas quanto ao assunto e elevadas quanto à forma. Toda comunicação que, isenta de frivolidade e de grosseria, objectiva um fim útil, ainda que de carácter particular, é, por esse simples facto, uma comunicação séria. Nem todos os Espíritos sérios são igualmente esclarecidos; há muita coisa que eles ignoram e sobre que podem enganar-se de boa-fé. Por isso é que os Espíritos verdadeiramente superiores nos recomendam de contínuo que submetamos todas as comunicações ao crivo da razão e da mais rigorosa lógica.

«No tocante a comunicações sérias, cumpre se distingam as verdadeiras das falsas, o que nem sempre é fácil […]

«Instrutivas são as comunicações sérias cujo principal objecto consiste num ensinamento qualquer, dado pelos Espíritos, sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc. São mais ou menos profundas, conforme o grau de elevação e de desmaterialização do Espírito. Para se retirarem frutos reais dessas comunicações, preciso é que elas sejam regulares e continuadas com perseverança. Os Espíritos sérios se ligam aos que desejam instruir-se e lhes secundam os esforços […]

«São variadíssimos os meios de comunicação. Actuando sobre os nossos órgãos e sobre todos os nossos sentidos, podem os Espíritos manifestar-se à nossa visão, por meio das aparições; ao nosso tacto, por impressões tangíveis, visíveis ou ocultas; à audição pelos ruídos; ao olfacto por meio de odores sem causa conhecida. Este último modo de manifestação, se bem muito real, é, incontestavelmente, o mais incerto, pelas múltiplas causas que podem induzir em erro. Daí o nos não demorarmos em tratar dele. O que devemos examinar com cuidado são os diversos meios de se obterem comunicações, isto é, uma permuta regular e continuada de pensamentos»

 Allan Kardec, O LIVRO DOS MÉDIUNS,  cap. X, §135-138

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Em Destaque - Missionários da Luz, psicografia de Francisco C. Xavier


MISSIONÁRIOS DA LUZ

psicografia de Francisco Cândido Xavier




Esta obra é uma psicografia ditada pelo Espírito André Luiz ao médium Francisco Xavier e considera-se o terceiro dos treze livros que constituem a Colecção A Vida no Mundo Espiritual.

Em ANTE OS TEMPOS NOVOS, inspirado por Emmanuel, a jeito de prefácio podemos ler o seguinte:

- «Enquanto a história relaciona a intervenção de fadas, referindo-se aos génios tutelares, aos palácios ocultos e às maravilhas da floresta desconhecida, as crianças escutam atentas, estampando alegria e interesse no semblante feliz. Todavia, quando o narrador modifica a palavra, fixando-a nas realidades educativas, retrai-se a mente infantil, contrafeita, cansada... Não compreende a promessa da vida futura, com os seus trabalhos e responsabilidades.
«Os corações, ainda tenros, amam o sonho, aguardam heroísmo fácil, estimam o menor esforço, não entendem, de pronto, o labor divino da perfeição eterna e, por isso, afastam-se do ensinamento real, admirados, espantadiços. A vida, porém, espera-os com as suas leis imutáveis e revela-lhes a verdade, gradativamente, sem ruídos espectaculares, com serenidade de mãe.
«As páginas de André Luiz recordam essa imagem.
«Enquanto os Espíritos Sábios e Benevolentes trazem a visão celeste, alargando o campo das esperanças humanas, todos os companheiros encarnados nos ouvem, extáticos, venturosos. É a consolação sublime, o conforto desejado. Congregam-se os corações para receber as mensagens do céu.
«Mas, se os emissários do plano superior revelam alguns ângulos da vida espiritual, falando-lhes do trabalho, do esforço próprio, da responsabilidade pessoal, da luta edificante, do estudo necessário, do auto-aperfeiçoamento […] onde o trabalhador não se elevará pela mão beijada do proteccionismo e sim à custa de si mesmo, para que deva à própria consciência a vitória ou a derrota […]
«A maioria espanta-se e tenta o recuo. Pretende um céu fácil, depois da morte do corpo, que seja conquistado por meras afirmativas doutrinais. Ninguém, contudo, perturbará a lei divina; a verdade vencerá sempre e a vida eterna continuará ensinando, devagarinho, com paciência maternal»

Esta obra está dividida em 20 capítulos e deles transcrevemos alguns, por exemplo: O PSICÓGRAFO - A EPÍFISE - DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO - SOCORRO ESPIRITUAL - MEDIUNIDADE E FENÔMENO - MATERIALIZAÇÃO - PROTECÇÃO – OBSESSÃO - PASSES – ADEUS.

As transcrições a seguir referidas têm como objectivo facultar a observação do estilo do autor e da abordagem temática:

- «Dentre as dezenas de cadeiras, dispostas em filas, somente dezoito permaneciam ocupadas por pessoas terrestres, autênticas.
«As demais atendiam à massa invisível aos olhos comuns do plano físico. «Grande assembleia de almas sofredoras. Público extenso e necessitado. Reparei que fios luminosos dividiam os assistentes da região espiritual em turmas diferentes. Cada grupo exibia características próprias. Em torno das zonas de acesso postavam-se corpos de guarda e compreendi, pelo vozeio do exterior, que também ali a entrada dos desencarnados obedecia a controle significativo. As entidades necessitadas, admitidas ao interior, mantinham discrição e silêncio.
«Entrei cauteloso, sem despertar atenção na assembleia que ouvia, emocionadamente, a palavra generosa e edificante de operoso instrutor da casa. Grande número de cooperadores velava, atento. «E, enquanto o devotado mentor falava com o coração nas palavras, os dezoito companheiros encarnados demoravam-se em rigorosa concentração do pensamento, elevado a objectivos altos e puros.
«Era belo sentir-lhes a vibração particular. Cada qual emitia raios luminosos, muito diferentes entre si, na intensidade e na cor. Esses raios confundiam-se à distância aproximada de sessenta centímetros dos corpos físicos e estabeleciam uma corrente de força, bastante diversa das energias de nossa esfera. Essa corrente não se limitava ao círculo movimentado. Em certo ponto, despejava elementos vitais, à maneira de fonte miraculosa, com origem nos corações e nos cérebros humanos que aí se reuniam. As energias dos encarnados casavam-se aos fluidos vigorosos dos trabalhadores de nosso plano de acção, congregados em vasto número, formando precioso armazém de benefícios para os infelizes, extremamente apegados ainda às sensações fisiológicas.
«Semelhantes forças mentais não são ilusórias, como pode parecer ao raciocínio terrestre, menos esclarecido quanto às reservas infinitas de possibilidades além da matéria mais grosseira»

- « – Existem, então – perguntei sob forte interesse –, aqueles que reencarnam inconsciente do acto que realizam?
« – Certamente – respondeu ele, solicito –, assim também como desencarnam diariamente na Crosta milhares de pessoas sem a menor noção do acto que experimentam. Somente as almas educadas têm compreensão real da verdadeira situação que se lhes apresenta em frente da morte do corpo. Do mesmo modo, aqui. A maioria dos que retomam a existência corporal na esfera do Globo é magnetizada pelos benfeitores espirituais, que lhes organizam novas tarefas redentoras, e quantos recebem semelhante auxílio são conduzidos ao templo maternal de carne como crianças adormecidas.
«O trabalho inicial, que a rigor lhes compete na organização do feto, passa a ser executado pela mente materna e pelos amigos que os ajudam de nosso plano. São inúmeros os que regressam à Crosta nessas condições, reconduzidos por autoridades superiores de nossa esfera de acção, em vista das necessidades de certas almas encarnadas, de certos lares e determinados agrupamentos.
«A explicação não podia ser mais lógica e, uma vez ainda, admirei no amoroso amigo o dom da clareza e da simplicidade»

- «E olhando angustiosamente para o meu orientador, observou, inquieto: – Tenho receio... Muito receio...
«Alexandre sentou-se paternalmente ao lado dele e disse-lhe, com ternura: – Não asile o monstro do medo no coração. A hora é de confiança e coragem. Ouça, Segismundo! Se você guarda alguma preocupação, divida connosco os seus pesares, fale de tudo o que constitua dificuldade em seu íntimo! Abra sua alma, querido amigo! «Lembre-se de que o instante da passagem definitiva de plano se aproxima. Torna-se indispensável manter o pensamento puro, lavado de todos os detritos!
«O interlocutor deixou cair algumas lágrimas e conversou com esforço:
« – Sabe que empreendi pequenina obra de socorro, nas cercanias de nossa colónia espiritual... A obra foi autorizada pelos nossos Maiores e... «Apesar do bom funcionamento... Sinto que não está terminada e que tenho em sua estrutura grandes responsabilidades... Não sei se fiz bem... «Pedindo agora o retorno à Crosta do Mundo, antes de consolidar meu trabalho... Entretanto... Reconheci que para seguir além... Precisava reconciliar-me com a própria consciência, buscando os adversários de outro tempo... A fim de resgatar minhas faltas...
«E enquanto o instrutor e os demais amigos o acompanhavam, em silêncio, Segismundo prosseguia: – Foi por isto... Que insisti tanto pela obtenção de minha volta... Como poderia conduzir os outros à plena conversão espiritual... Diante dos ensinamentos do Cristo... Sem haver pago minhas próprias dívidas? Como ensinar os irmãos sofredores... «Sofrendo eu mesmo... Dolorosas chagas em virtude do passado cruel? «Agora, porém... Que se aproxima o recomeço difícil... Tortura-me o receio de errar novamente... »

DESEJAMOS UMA BOA LEITURA!

Carmen, 2010.Nov01.AELA-Destaques

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

IV Ciclo de Palestras Espíritas de Setúbal - 17-10-2010 - Dr. João Jacinto

ESTUDOS SOBRE REENCARNAÇÃO



Revista Espírita, janeiro de 1864
(Sociedade Espírita de Paris. Médium, senhorita A. C.)
Publicado na Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos - 7º ano - Nº 1 - Janeiro de
1864
1ª Edição - 1995 - Instituto de Difusão Espírita
I - Limites da reencarnação.
A reencarnação é necessária enquanto a matéria domina o Espírito; mas do momento em que o Espírito encarnado chegou a dominar a matéria e anular os efeitos de sua reação sobre o moral, a reencarnação não tem mais nenhuma utilidade nem razão de ser. Com efeito, o corpo é necessário ao Espírito para o trabalho progressivo até que, tendo chegado a manejar esse instrumento à sua maneira, a lhe imprimir a sua vontade, o trabalho está realizado. É-lhe preciso, então, um outro campo para a sua caminhada, para o seu adiantamento no infinito; lhe é preciso um outro círculo de estudos onde a matéria grosseira das esferas inferiores seja desconhecida. Tendo sobre a Terra, ou em globos análogos, depurado e experimentado suas sensações, está maduro para a vida espiritual e seus estudos. Tendo se elevado acima de todas as sensações corpóreas, não tem mais nenhum desses desejos ou necessidades inerentes à corporeidade: ele é Espírito e vive pelas sensações espirituais que são infinitamente mais deliciosas do que as mais agradáveis sensações corpóreas.
II - A reencarnação e as aspirações do homem.
As aspirações da alma ocasionam a sua realização, e esta realização se cumpre na reencarnação enquanto o Espírito está no trabalho material; eu me explico. Tomemos o Espírito em seu início na carreira humana; estúpido e bruto, sente, no entanto, a centelha divina nele, uma vez que adora um Deus, que ele materializa segundo a sua materialidade.
Nesse ser, ainda vizinho do animal, há uma aspiração instintiva, quase inconsciente, rumo a um estado menos inferior. Começa por desejar satisfazer seus apetites materiais, e inveja aqueles que vê num estado melhor do que o seu; também, numa encarnação seguinte, ele mesmo escolhe, ou antes, é arrastado a um corpo mais aperfeiçoado; e sempre, em cada uma de suas existências, deseja uma melhoria material; não se achando jamais feliz, quer sempre subir, porque a aspiração à felicidade é a grande alavanca do progresso.
À medida que suas sensações corpóreas se tornam maiores, mais refinadas, suas sensações espirituais despertam e crescem também. Então o trabalho moral começa, e a depuração da alma se une à aspiração do corpo para chegar ao estado superior.
Esse estado de igualdade das aspirações materiais e espirituais não é de longa duração; logo o Espírito se eleva acima da matéria, e suas sensações não podem ser satisfeitas por ela; é-lhe preciso mais; lhe é preciso o melhor; mas aí o corpo, tendo sido levado à sua perfeição sensitiva, não pode seguir o Espírito, que então o domina e dele se desliga cada vez mais, como um instrumento inútil. Volta todos os seus desejos, todas as suas aspirações, para um estado superior; sente que as necessidades corpóreas, que lhe eram um objeto de felicidade em suas satisfações, não são mais do que uma tortura, um rebaixamento, do que uma triste necessidade da qual aspira se libertar para gozar, sem entraves, de todas as felicidades espirituais que ele pressente.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O VERDADEIRO MESTRE

Ao folhearmos o livro de palestras de Osho " A semente de Mostarda " deparámos com um texto, que nos chamou a atenção por ser algo que todos os entendidos de assuntos espirituais focam.

Ninguém pode capacitar ninguém da sabedoria espiritual, por muito sábio que seja, se o ouvinte ainda não tiver atingido as condições evolutivas necessárias para poder entender em profundidade o que lhe está a ser transmitido, porque isso requer uma grande transformação pessoal de sensibilidade da alma humana já destituída dos conceitos materiais incorrectos que a mente incorporou como real e que não fazem parte da verdadeira realidade, porque esta é infinita e a primeira é ilusória.

Por isso a frase: "Ouvindo não ouvem e vendo não vêm".

Necessário se torna, que o iniciante da demanda se disponha a lutar com perseverança e força de vontade de libertar-se dos valores do mundo, não esquecendo que quando o discípulo estiver pronto o mestre aparece, para que possa alvorecer na iluminação da realidade.

Mas vamos ao texto: ( Segundo o livro o evangelho de que se serviu foi o apócrifo de Tomé).

" Jesus disse:
- Possivelmente, os homens pensam que eu vim trazer a paz ao mundo, porque não sabem que na verdade eu vim à terra trazer a divisão, e com ela o fogo, a espada, a guerra."

Quando procura um mestre como Jesus, o leitor vem em busca de paz. A questão é que não tem consciência de que veio ter com a pessoa errada. No seu estágio evolutivo, tal como ele é, agora não é possível alcançar a paz. E se alguém lhe proporciona paz, é uma paz de morte. Para o tipo de pessoa que você é, o que significa tornar-se «pacífica»?. Significa que deixou de lutar antes de ter conquistado o que quer que fosse. Para uma pessoa com as suas características, o que significa atingir o silêncio? Significa que assume o silêncio sem ter tocado o seu eu superior, É um mero silêncio conformado. É assim que se distingue um verdadeiro mestre de um falso mestre. Um falso mestre dá-lhe consolo e paz, independentemente do caminho que você tiver percorrido. Funciona como um tranquilizante, um comprimido para dormir.

«Onze pessoas saltaram de um 2º andar em França e um bebé de 4 meses morreu» e a IGNORÂNCIA DA SIC

Assista a este vídeo e avalie a ignorância da SIC quanto ao que é o Espiritismo

http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/noticias-mundo/2010/10/onze-pessoas-saltaram-de-um-2-andar-em-franca-e-um-bebe-de-4-meses-acabou-por-morrer-no-hospital-24-.htm

Abaixo se transcreve a posição da ADEP - Associação de Divulgação de Espiritsmo de Portugal

Exmº Sr. Director de Programas da SIC,

Tudo de bom.

A Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal tem sido repetidamente contactada por simpatizantes da Doutrina Espírita, que ficaram chocados com a forma como a SIC usou o termo Espiritismo, na reportagem «Onze pessoas saltaram de um 2º andar em França e um bebé de 4 meses morreu»
http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/noticias-mundo/2010/10/onze-pessoas-saltaram-de-um-2-andar-em-franca-e-um-bebe-de-4-meses-acabou-por-morrer-no-hospital-24-.htm que emitiram no passado dia 24 de Outubro, no Jornal da Tarde.
Na peça, o narrador refere que a família saltou da janela convencida de estar a "fugir do Diabo", poderá ter realizado um "ritual de Espiritismo".
Aqui o narrador confunde factos (o salto pela janela) com opiniões (rituais de espiritismo), o que revela desconhecimento do jornalista e falta de cultura geral, pois bastaria um clique no "Google"  para saber o que é o Espiritismo.
1 - A Doutrina Espírita (ou Espiritismo) é uma ciência filosófica de consequências morais. Como ciência investiga os factos espíritas, como filosofia explica-os, e como moral aponta à humanidade um roteiro para a sua espiritualidade assente nos ensinamentos de Jesus de Nazaré.
2 - A Doutrina Espírita nada tem a ver com magias, bruxarias, crendices e práticas esquisitas. O Espiritismo é um amplo movimento cultural, não tendo chefias, rituais, paramentos, hierarquias, não sendo por isso, mais uma religião nem mais uma seita.
3 - Os espíritas são pessoas normais, com as suas famílias, as suas profissões e obrigações sociais, e juntam-se em associações no afã de auxiliar o próximo, desinteressadamente, sem cobrança ou aceitação de dinheiro em troca das suas actividades culturais e espirituais.
4 - Provavelmente o que o jornalista quereria dizer, era que esta família teria tentando contacto com o mundo espiritual, através da mediunidade (faculdade neutra que todos possuímos, em diversos graus).
5 - O Espírita é o adepto da ideia espírita, sendo médium (faculdade que permite percepcionar o mundo espiritual) ou não. O médium é a pessoa que possui essa característica, sendo que a grande maioria das pessoas que possuem esta faculdade nem conhece a Doutrina Espírita.
6 - O jornalista caiu num erro que era suposto não acontecer, tamanha é a informação existente na Internet (bastaria aceder ao site da ADEP em www.adeportugal.org), confundindo práticas estranhas com Espiritismo (que tem a ver com a cultura, a arte, onde as faculdades espirituais são utilizadas de maneira séria, criteriosa).

A SIC induziu em erro os seus telespectadores, onde nos incluímos, pelo que vimos solicitar em abono da verdade, e pelo respeito que os espíritas (tão perseguidos pelo Estado Novo, por defenderem a liberdade de expressão) nos merecem, que a SIC efectue um esclarecimento sobre o assunto.
A Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP) disponibiliza-se para eventuais esclarecimentos e / ou entrevistas, se for o caso.  
Certos da idoneidade moral e da deontologia profissional dos jornalistas da SIC,

Com os melhores cumprimentos,

P'la ADEP
Ulisses Lopes
presidente
www.adeportugal.org

A seguir se transcreve também o texto do e-mail enviado por José Lucas à SIC

Exmº Sr. Director de Programas da SIC,

Vi e não queria acreditar: a SIC, meteu uma peça no ar, no passado dia 24 de Outubro, no Jornal da Tarde, onde falavam de «Onze pessoas que saltaram de um 2º andar em França e um bebé de 4 meses morreu», devido a rituais de espiritismo.
 
Sou militar de profissão, casado, com 2 filhos, espírita desde 1982, data a partir da qual comecei a pesquisar, estudar e divulgar a Doutrina Espírita, no seu tríplice aspecto de ciência, filosofia e moral, e sinto-me ultrajado com a mediocridade da peça.
Quem anda à chuva molha-se, e quem anda nos meandros da comunicação social tem de ter o mínimo de cultura geral, o que não foi patenteado por quem efectuou a vossa peça.
Quem trabalha em jornalismo tem de fazer o "trabalho de casa" e não dizer barbaridades só porque tem um microfone à sua frente.
Entende-se porque o jornalismo anda pelas ruas da amargura...
A SIC denegriu a imagens dos espíritas (onde me incluo), pessoas, sérias, honestas, só porque um jornalista (?) se lembrou de falar em rituais de espiritismo.
Tem de haver mais rigor na informação, tem a de haver mais correcção, mais respeito pelas pessoas, por quem vê televisão, sob pena de ficarem completamente desacreditados. Se assim é em relação ao Espiritismo, provavelmente será o mesmo noutras áreas do noticiário. Como acreditar na SIC?
Quanto a saberem o que é o espiritismo, poderão dar uma olhadela ao site do Centro de Cultura Espírita, que frequento (www.ccespirita.org)
Respeitosamente e ao dispor, espero que tenham a honestidade de corrigir a desinformação que deram.
José Lucas

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A Oração e o poder da Oração

(Trabalho elaborado por aluno do 2º Curso sobre Doutrina Espírita - Nível 1)

Este trabalho foi efectuado principalmente por uma necessidade cada vez mais crescente que lateja cá dentro, em momentos de aflição, em momentos de alegria, na alimentação, ao deitar e ao levantar ou simplesmente numa conversa. Confesso que como aprendiz de iniciante ainda tenho necessidade de um local e de um tempo certo para me dedicar a tamanho alimento interior, que sinto se propagar para o exterior também, quando a vontade surge de puros sentimentos, muito embora a coragem de me dirigir a Deus ao final do dia, se dissipe na vergonha da analise moral de meus pensamentos e acções, limitando-me por vezes a breves palavras de agradecimento pelas oportunidades renovadas a cada dia que Deus me concede neste mundo para tentar melhorar o meu eu ainda perverso, materialista e egoísta.
Nas orações que vos escuto, tento retirar o máximo de aprendizado não em palavras mas em sentimentos, em exemplos de dedicação e de entrega, que me fazem recordar os meus compromissos.

Hoje, as minhas orações não são mais as palavras ritmadas e ocas de sentimento. Silenciosas, elas transportam o que aprendi até aqui e não peço mais ao Pai o que desejo, mas força para que tenha coragem de enfrentar de pé tudo aquilo que necessito para o meu aprendizado. Aprendi pela parca experiência mediúnica o poder que uma oração sentida tem sobre um irmão em sofrimento, aprendi a respeitar a oração pelo que ela É e pelos benefícios que me sinto trazer, pelos benefícios que tantos outros testemunharam em si e nos outros também. Aprendi que a oração é agradecimento, realização mas sobretudo transformação.

Este trabalho tem por base a recolha de vários excertos recolhidos das obras:
» A metafísica do Cristianismo de Humberto Rohden
» O Evangelho Segundo o Espiritismo
E
» Canções e Hinos Mediúnicos

O Que é Orar? – Humberto Rohden, diz-nos que “ Todas as religiões do mundo são unânimes em recomendar a oração. É este talvez o único ponto em que não há heresias. Paganismo, judaísmo, islamismo, cristianismo – todos praticam oração.
Muitas pessoas só entendem por orar pedir algo a Deus; só se lembram de orar quando estão em apuros, quando as coisas da vida vão mal; mas quando tudo vai bem, não acham necessário orar. (…)
Mas para os homens de experiencia profunda, orar não é primariamente pedir algo – é realizar alguém, é auto-realização (…) eles compreendem a ordem do Mestre “ orai sempre, e nunca deixeis de orar “, como se alguém lhes dissesse: respirai sempre, e nunca deixeis de respirar, porque sem respiração não podeis viver.
“ Orar “ é derivado da palavra latina os ( genitivo: oris ) que quer dizer boca. Orar é abrir a boca.
A alma que ora crea uma abertura rumo ao infinito, porque está com fome e espera receber alimento de Deus. Rezar, isto é, recitar consiste em actos intermitentes – ao passo que orar é uma atitude permanente da consciência. E, por ser atitude vital, é compatível com qualquer ocupação exterior.“
A vida de Jesus é essencialmente uma vida de oração permanente. A primeira palavra que o Evangelho refere de Jesus, aos doze anos, revela atitude de oração: “ Não sabíeis que eu devo estar nas coisas que são de meu Pai? “ Essas “ coisas do Pai “ se referem aos três dias que o menino passou em silêncio e oração.
Uma das últimas palavras de Jesus agonizante é uma oração: “ Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito “.
Antes de iniciar a sua vida pública, retira-se Jesus ao deserto e passa quarenta dias em oração.
Durante os três anos da sua vida pública, referem os evangelhos a cada passo: “ Ao por do sol retirou-se Jesus a um monte e passou toda a noite em oração com Deus “.
A sua transfiguração no Tabor, ocorre durante a oração.
A sua agonia, no Getsemani, é acompanhada de oração, e ele pede a seus discípulos que orem.
Na santa ceia, o Mestre ora.
Orar era para ele, um estado permanente de consciência cósmica, uma vivencia na realidade do Cristo, obliterando quase totalmente a consciência telúrica do seu Jesus humano.
No Capitulo vinte e oito do Livro dos Espíritos, Kardec diz-nos que Jesus definiu claramente as qualidades da prece quando recomendou que ao orar não nos puséssemos em evidência; que orássemos em segredo, sem afectação e sem muitas palavras, porque não será pela extensão da prece que seremos ouvidos, mas pela sinceridade com que for feita.
A prece é recomendada por todos os espíritos, renunciar à prece é desconhecer a bondade de Deus; é abrir mão da sua assistência em benefício próprio, bem como no de seus semelhantes. O homem que não se sente suficientemente bom para exercitar uma influência salutar, nem por isso deve abster-se de rogar pelos outros, com a ideia de que não é digno de ser ouvido. A consciência de sua inferioridade é prova de humildade, sempre agradável a Deus, que leva em consideração a caridosa intenção que o anima. A prece não ouvida é a do orgulhoso, que acredita em seu poder e em seus méritos, e que supõe poder sobrepor-se à vontade de Deus.
Os espíritos têm dito sempre: “ O pensamento é tudo; a forma de nada vale “. Orai pois conforme as vossas convicções e do modo que mais vos emocione;
A principal condição da prece é ser clara, simples e concisa, sem frases inúteis nem luxo de adornos; cada vocábulo deve ter sua função, despertar uma ideia, tocar uma fibra, numa palavra, deve fazer-nos raciocinar.
H.Castro Lopo, no livro canções e Hinos mediúnicos nos diz que “ Os cânticos espirituais…são uma bela forma de orar! Porem para isso não basta que saibamos a música e a letra; o mais importante é que, ao cantar-mos, nos concentremos no significado das palavras que pronunciamos, deixando que, com elas, fomentemos vibrações de amor em nossos corações. Sem isso, será tudo menos rezar, pois só desta forma, rezaremos cantando.
Sempre que cantamos o hino de qualquer destas Associações, formamos uma poderosa egrégora, estando a emitir fluidos de fraternidade, na direcção dessa mesma associação, beneficiando não só os seus componentes, mas também a união entre todos, contagiando os seus agregados e através destes, uma parcela sempre crescente de toda a humanidade.”

terça-feira, 26 de outubro de 2010

AKIANE - menina prodígio ? Génio ?

" ESCRITO NAS ESTRELAS " - Telenovela da SIC exibida de 2ª às 6ª às 18,15 horas

Assista a parte de um episódio da telenovela da SIC - " ESCRITO NAS ESTRELA " 

Esta telenovela levanta questões importantes, como a vida para além da morte, as quais até hoje não tinham tido acolhimento na Televisão portuguesa.


Ainda, e novamente, a frase "Vós sois deuses"

A propósito da frase «Vós sois deuses» da qual a Ana e o Filipe fizeram leituras diferentes numa reunião de 3ª feira, aqui se deixam expressas as duas opiniões de modo a que possa, cada um, também debruçar-se sobre o assunto. Como sempre, o tema é aberto a todos e quaisquer comentários que hajam por bem querer fazer até porque o tema é interessante e vale certamente a pena continuar a ser analisado.


- Meu querido amigo, que eu me recorde não tivemos nenhuma diferença de opinião acerca da frase "Sois Deuses". Entendo-a como a apreendi, com racionalidade e lógica pois sendo eu uma parte de Deus, EU SOU. Obviamente que tal não implica que eu tenho o poder de Deus, ou que possa tê-lo algum dia. Acho que tudo isso ficou explícito e bem esclarecido na conversa e nas observações posteriores dadas pelo Sr. Bandeira. Além disso podes comprovar o mesmo no Evangelho Segundo o Espiritismo no Capitulo XVII "Sede Perfeitos" que explica o que eu não consegui transmitir, porque o meu principal objectivo era a análise do texto que li. Mas, voltando à nossa frase, a tradução Sois Deuses está correcta, senão Jesus não diria: "Sede Perfeitos como vosso Pai Celestial é Perfeito".
No que nós discordámos foi que tu disseste que tal frase não estava escrita em lado nenhum senão nos Salmos. Eu apenas afirmei que não era bem assim e afinal, para grande alegria minha vejo que me envias textos do Novo Testamento, exactamente aquele que eu referi, João, 10 (32-34). Claro que este tipo de frase, tirada do seu contexto é exagerada e pode levar a mal entendidos e aí sim, claro que estou de acordo contigo. Mas penso que não era o caso até porque em todos estes anos que frequento a AELA sempre ouvi esta frase maravilhosa proferida pelo "nosso" querido amigo Bandeira, com a devida ressalva e explicação que tal se aplica porque somos emanação divina, e o resto tu já sabes.
Penso que estamos esclarecidos. Certo?
Se entretanto quiseres pegar neste texto e inseri-lo como resposta no Blogue podes fazê-lo, como comentário, ou como melhor entenderes.


- O que eu queria dizer, na altura, era que Jesus nunca disse a frase “Vós sois deuses” assumindo-a como sua nem como seu ensinamento. O episódio em que surge esta frase vem descrito no Evangelho de João, capítulo 10, versículos 22 a 39 e, nele, Jesus cita a antiga lei referindo-se-lhe como a vossa lei - «Não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’?» - e silencia os judeus que se apegavam à letra da lei quando diz «Se ela chamou deuses àqueles a quem se dirigiu a palavra de Deus - e a Escritura não se pode pôr em dúvida -». Partilho da leitura que defende que Jesus condicionou ao Antigo Testamento o conceito deuses (elohim) que tinha, na antiga lei, um significado diferente - «Se ela chamou deuses àqueles a quem se dirigiu a palavra de Deus» - reenquadrando-o na perspectiva da centelha divina, que todos somos, como filhos de Deus e, nessa perspectiva, "o Pai está em mim e Eu no Pai". Aliás, ainda no mesmo diálogo, Jesus não se define como Deus, demarcando-se dessa afirmação ao definir-se como Filho de Deus - «como é que dizeis: ‘Tu blasfemas’, por Eu ter dito: ‘Sou Filho de Deus’?». Se Jesus quisesse dizer que, efectivamente, nós somos deuses, seria de esperar que Ele o tivesse referido noutras ocasiões ao longo do seu apostolado. Ora nem os Evangelhos, pelo menos os canónicos, nem as Epístolas nem os Actos dos Apóstolos, referem Jesus a usar esta expressão. Que me lembre, assim dita, só aparece uma única vez, na cena descrita com os judeus e, na leitura que faço, Jesus não diz que somos deuses. Ao perguntar aos judeus “não sois vós que dizeis que” não assume que seja Ele a dizê-lo ou que alguma vez o tenha dito.
Finalmente, e como bem dizes, «este tipo de frase, tirada do seu contexto é exagerada e pode levar a mal entendidos». É também o que penso, querida amiga. Na sociedade actual perdeu-se o sentido da história e, por consequência, da relatividade dos conceitos. E ao dizer-se "nós somos deuses" utilizando um conceito de deuses que era específico do Antigo Testamento, arriscamo-nos a endeusar-nos dum modo errado com a mensagem errada.


NOTAS:
- Este tema já foi objecto, no blog, dum post anterior nesta ligação http://aeluzamor.blogspot.com/2010/02/nos-somos-deuses.html
- Quem queira consultar “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, e não o possua, pode fazê-lo nesta ligação
http://www.allan-kardec.com/Allan_Kardec/L_evangile_selon_le_spiritisme/evan_br.pdf

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

OBSESSÃO E DOENÇA
... sua prevenção e tratamento

«No texto seguinte, retirado do livro " O Reino de Deus”, de João Nunes Maia, ditado pelo Espírito Miramez, sob o título – Obsessão e Doença – o autor espiritual fala-nos que muitos dos distúrbios de ordem mental e psíquica têm origem não em problemas orgânicos, mas em processos desencadeados por obsessores»


«A obsessão no mundo é responsável pelo abarrotamento dos hospitais em toda parte. O médium vidente é considerado como fanático até pelos seus próprios companheiros, quando afirma que quase todos os enfermos têm “acompanhantes” espirituais.
«A verdade nem sempre é bem entendida nos bastidores da Terra. A Doutrina Espírita, divino percurso que a medicina pode usar sem detrimento da sua honrosa missão de curar, pode ajudar com maior proveito no restabelecimento dos doentes. O médico espiritualista cura mais, falando e dando conselhos, do que medicando. Sabe que a mente de cada ser é uma potência energética – campo ainda desconhecido dos homens – que consciente ou inconscientemente, comanda o fardo fisiológico. É dela e por ela que saem todas as ordens para o complicado funcionamento orgânico e para o metabolismo que tem a função de assegurar a vida física.
«É no campo mental do encarnado, consciente ou não, que os Espíritos actuam com mais eficiência, transmitindo as enfermidades. Essa força exterior, encontrando alguma afinidade, afecta mais ou menos a alma visitada, enlameando-a com as suas próprias deficiências. O plasma espiritual aloja-se na mente por algum tempo, depois toma várias direcções através do sistema nervoso, afectando órgãos ou lugares com mais propensão para a enfermidade, ou então reflecte sintomas com tendências à realidade, idênticos aos que sofria o Espírito desencarnado.
«O Espiritismo nunca teve nem terá a pretensão de destruir a medicina. Veio para lhe dar as mãos, porque também é uma ciência. Veio clarear a grande noite que atravessamos.
«Diz o Evangelho: [Lucas 13:11) E veio uma mulher possessa de Espírito de enfermidade, havia já dezoito anos. Essa mulher curada por Jesus tinha um acompanhante espiritual que, numa de suas encarnações, era encurvado. Apresentava, com certeza, algum defeito na espinha, e acompanhando a referida mulher, influenciou-a de maneira que se curvasse também. A afinidade ali foi completa no campo das emoções e dos costumes. Eis aí uma doença que remédio nenhum cura, a não ser quando retirado o "acompanhante" espiritual, como procedeu Jesus com a doente.
«Para que o enfermo não fique sujeito a outras visitas espirituais da mesma categoria, deve tomar remédios para a alma, que são modificadores do campo mental, expulsando da mente pensamentos negativos, para que não sejam atraídos espíritos inferiores, responsáveis pelo desequilíbrio orgânico da criatura. Não existe obsessão sem afinidade. É necessário desafinizar-se para desobsidiar-se […]
«E os doentes que se curam simplesmente com os remédios e ficam bons? Por que sararam? Alguns deles não tinham acompanhantes espirituais? A bondade de Deus não cobre toda a ignorância humana? Ora, em conexão com todos os médicos na Terra, existem médicos espirituais no anonimato silencioso, para que se cumpra a lei do amor de Deus por todas as criaturas. Dentro dos hospitais encontram-se responsáveis espirituais que velam por todos os enfermos.
«No entanto, se esses Espíritos encontrassem, na mente dos médicos como dos enfermos, a certeza dos seus trabalhos, a fé condizente com as necessidades espirituais, o trabalho seria muito mais eficiente, de muito maior proveito em favor dos que sofrem.
É lei evangélica: Ao que tem será dado mais, e ao que não tem, o pouco que tem lhe será tirado. Quem tem fé, esta se avoluma dia a dia. Quem tem coragem, ela aumenta sempre, e quem não tem, se porventura tenha um pouco, sem os cuidados dos valores espirituais, esse pouco vem a atrofiar-se.
«Esperamos que os psicanalistas e psiquiatras avancem mais um pouco e estudem a obsessão, interessando-se também pelo fenómeno da comunicação dos Espíritos e não deixem de lado a reencarnação, porque a Doutrina Espírita, através desses meios, muito poderá ajudar à medicina na sua grandiosa missão de curar [...]

O MELINDRE NA CASA ESPÍRITA

Inegável que parte realmente significativa, para não dizer a totalidade, dos "tarefeiros" das Casas Espíritas buscam realizar as suas atividades imbuídos das melhores intenções possíveis. Dedicando parte considerável das horas livres que poderiam estar sendo destinadas ao lazer e/ou ao convívio familiar dão uma demonstração clara de que um dos dois pilares de sustentação dos nossos males, qual seja o egoísmo, está bastante enfraquecido, controlado, dominado.

No entanto, como nos ensinou o Mestre Jesus, orai e vigiai e como nos ensinou o Espírito da Verdade em "O Evangelho Segundo o Espiritismo" amai-vos e instruí-vos.....

Não são poucos os relatos de tarefeiros que sofrem ação direta dos nossos irmãozinhos que ainda estão no mal, pelo simples fato de dedicarem-se a uma Casa Espírita e à tarefa redentora do bem. Qual o motivo? Tentativa de barrar o progresso do bem, que insiste em auxiliar, em socorrer, em amparar a todos os irmãos, indistintamente.

Mas se o pilar do "egoísmo" está controlado, demonstrando sinais inquestionáveis de fraqueza, o mesmo, nem sempre ocorre com o segundo pilar de nossos males, qual seja o "orgulho". E é exatamente ai que o Pai em sua infinita sabedoria permite, para o nosso próprio aprendizado que soframos a influência do mal....

Ele começa devagar, sorrateiro e vai pouco a pouco tentando corroer, minar os nossos ideais de auxílio ao próximo das formas mais simples. Quais?

Analisando cuidadosamente os nossos pensamentos, as nossas fraquezas, as brechas que nós mesmos abrimos, vamos sendo lenta e gradualmente atingidos por esse mal, sem nos darmos conta.

Ele se manifesta das mais diversas formas. Na inveja de alguém que por alguma razão acreditamos desenvolver alguma posição de "destaque" na Casa Espírita", no melindre por comentários e ações que acabamos por "levar a mal" de algum(ns) dos nossos irmão(s) tarefeiro(s) da Casa, no anátema que nos permitimos lançar sobre alguém, na desqualificação que praticamos contra algum dos nossos irmãos que queria manifestar-se ou expressar suas idéias, nos maus pensamentos e tal como um câncer vai realizando a sua metástase em nossa alma até atingir todos os seus "órgãos" de maneira quase irreversível e incurável...

Resultado? Intrigas, desânimo, mal entendidos, discussões, rompimentos, separações, conflitos quase irreversíveis, saídas ou mudanças da Casa Espírita onde antes era o nosso paraíso na terra, mas que agora só conseguimos enxergar o mal e as dificuldades.

Mas se tudo é oportunidade de aprendizado e se o Pai não desampara nenhum dos ses filhos, os nossos irmãos do Plano Espiritual, mensageiros do bem, estão ao nosso lado, nos intuindo, nos alertando, nos demonstrando e até mesmo dizendo: "cuidado, vigiem os pensamentos que não são de vocês..."

Cansados de sofrer, passamos de tarefeiros a assistidos, recebemos o amparo e o auxilio do Plano Maior e extirpamos o câncer por meio do esforço pessoal e intranferível de buscar a nossa reforma moral, até a próxima armadilha que caberá simplesmente a nós mesmos decidir se vamos querer ou não cair.

Orai e vigiai. Amai-vos e instruí-vos!

Ou como dizem os escoteiros "sempre alerta"!

Reflitamos.



SILNEY DE SOUZA



Fonte: http://www.webartigos.com/articles/34413/1/O-Melindre-na-Casa-Espirita/pagina1.html#ixzz13Nso9kTa

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

SINERGIA CÓSMICA

Ficai em Paz! 
Na oração encontrarei-vos com Ele na sua essência, chegareis até elevados níveis de vibração, que vos permitirá entrar em ligação com Deus. 
Orai porque a oração dirige-se a Deus! 
É através da oração que viajareis nessa onda que eleva no horizonte as almas em ascenção. 
Como Ele, também nós aqui chegamos na Paz e no Amor! Por vós, pela humanidade! 
Que vossa evolução se processe na Paz! 
Pois na Paz conseguireis penetrar em Planos Maiores para vós, onde ireis buscar energia que vos permitirá restabelecer-vos em vossos corpos físicos e astrais. 
Como Deus é bom para nós, Ele nos permite penetrar em sua génese através do Amor! Sempre para que saibamos que é n'Ele que nos temos de ligar para nossa viagem à casa de onde regressámos um dia, à casa de onde partimos em busca de nossa perfeição, que é Deus! 
Mas para nos encontrarmos nesse mar infinito de Luz há que ter consciência que hoje ainda há muito para fazermos em nossas vidas, atingirmos nossa perfeição é ainda uma tarefa que teremos que realizar. 
E será na medida de nossas capacidades que chegaremos um dia, vibrando já em sinergia cósmica, unindo-nos no Amor, fundindo-nos na Vida! Para sempre! 
Sempre Convosco! 

V.......!

Psicografia recebida na AELA em 21/05/200

TÍTULOS EM DESTAQUE