terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Allan Kardec - Puros Espíritos ou Anjos


«Que haja seres dotados de todas as qualidades atribuídas aos anjos, não restam dúvidas. A revelação espírita neste ponto confirma a crença de todos os povos, fazendo-nos conhecer ao mesmo tempo a origem e natureza de tais seres.
«As almas ou Espíritos são criados simples e ignorantes, isto é, sem conhecimentos nem consciência do bem e do mal, porém, aptos para adquirir o que lhes falta. O trabalho é o meio de aquisição, e o fim — que é a perfeição — é para todos o mesmo. Conseguem-no mais ou menos prontamente em virtude do livre-arbítrio e na razão directa dos seus esforços; todos têm os mesmos degraus a franquear, o mesmo trabalho a concluir. Deus não aquinhoa melhor a uns do que a outros, porquanto é justo, e, visto serem todos seus filhos, não tem predilecções. Ele lhes diz: Eis a lei que deve constituir a vossa norma de conduta; ela só pode levar-vos ao fim; tudo que lhe for conforme é o bem; tudo que lhe for contrário é o mal. Tendes inteira liberdade de observar ou infringir esta lei, e assim sereis os árbitros da vossa própria sorte. Consequentemente, Deus não criou o mal; todas as suas leis são para o bem, e foi o homem que
criou esse mal, divorciando-se dessas leis; se ele as observasse escrupulosamente, jamais se desviaria do bom caminho […]
«De toda a eternidade tem havido, pois, puros Espíritos ou anjos; mas, como a sua existência humana se passou num infinito passado, eis que os supomos como se tivessem sido sempre anjos de todos os tempos […]
«Realiza-se assim a grande lei de unidade da Criação; Deus nunca esteve inactivo e sempre teve puros Espíritos, experimentados e esclarecidos, para transmissão de suas ordens e direcção do Universo, desde o governo dos mundos até os mais ínfimos detalhes. Tampouco teve Deus necessidade de criar seres privilegiados, isentos de obrigações; todos, antigos e novos, adquiriram suas posições na luta e por mérito próprio; todos, enfim, são filhos de suas obras.
«E, desse modo, completa-se com igualdade a soberana justiça do Criador»

Allan Kardec, O CÉU E O INFERNO, 1ª pt. Cap. VIII, §12-15

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO SITE DA NOSSA ASSOCIAÇÃO

Participe e colabore no preenchimento no questionário de avaliação do site da nossa Associaçao (www.aela.pt)


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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Em Destaque - Obreiros da Vida Eterna

OBREIROS DA VIDA ETERNA

Psicografia de Francisco C. Xavier


O livro, o 4º dos treze livros que constituem a Colecção A Vida no Mundo Espiritual, é uma obra psicografada pelo médium Francisco Xavier, conhecido como Chico Xavier, e inspirada pelo Espírito de um médico sob o nome de André Luiz.

Em RASGANDO VÉUS, como um prefácio e assinado por Emmanuel, podemos ler o seguinte:
- «O homem moderno, pesquisador da estratosfera e do subsolo, esbarra, ante os pórticos do sepulcro, com a mesma aflição dos egípcios, dos gregos e dos romanos de épocas recuadas. Os séculos, que varreram civilizações e refundiram povos, não transformaram a misteriosa fisionomia da sepultura. Milenário ponto de interrogação, a morte continua ferindo sentimentos e torturando inteligências.
«Em todas as escolas religiosas, a Teologia, representando as directrizes de patriarcas veneráveis da fé, procura controlar o campo emotivo dos crentes, acomodando os interesses imediatistas da alma encarnada. «Para isso, criou regiões definidas, tentando padronizar as determinações de Deus […]
«O Espiritismo começou o inapreciável trabalho de positivar a continuação da vida além da morte, fenómeno natural do caminho de ascensão. Esferas múltiplas de actividade espiritual interpenetram-se nos diversos sectores da existência. A morte não extingue a colaboração amiga, o amparo mútuo, a intercessão confortadora, o serviço evolutivo. As dimensões vibratórias do Universo são infinitas, como infinitos são os mundos que povoam a imensidade.
«Ninguém morre. O aperfeiçoamento prossegue em toda parte.
«A vida renova, purifica e eleva os quadros múltiplos de seus servidores, conduzindo-os, vitoriosa e bela, à União Suprema com a Divindade.
«Apresentando o novo trabalho, em que André Luiz comparece rasgando véus, lembramo-nos de que Allan Kardec, o inesquecível codificador, refere-se várias vezes em sua obra à erraticidade, onde estaciona considerável número de criaturas humanas desencarnadas.
«Acresce notar, todavia, que transferir-se alguém da esfera carnal para a erraticidade não significa ausentar-se da iniciativa ou da responsabilidade, nem vaguear em turbilhão aéreo, sem directivas essenciais. No mesmo critério, observaríamos os que renascem no plano denso como pessoas transferidas da vida espiritual à materialidade, não simbolizando semelhante figura qualquer imersão inconsciente e estúpida nas correntes carnais. Como acontece aos que chegam à Crosta da Terra, os que saem dela encontram igualmente sociedades e instituições, templos e lares, onde o progresso continua para o Alto»

Esta obra está dividida em 20 capítulos, intitulados, por exemplo: CONVITE AO BEM - A CASA TRANSITÓRIA - LEITURA MENTAL - TREVA E SOFRIMENTO - LOUVOR E GRATIDÃO - FOGO PURIFICADOR - AMIGOS NOVOS... - COMPANHEIRO LIBERTADO - PRESTANDO ASSISTÊNCIA - APRENDENDO SEMPRE - EXEMPLO CRISTÃO - ROGATIVA SINGULAR - DESPRENDIMENTO DIFÍCIL - ACÇÃO DE GRAÇAS.

Os seguintes excertos pretendem facilitar a observação do estilo do autor e da sua abordagem temática:
- «Templo da Paz, na zona consagrada ao serviço de auxílio, onde esclarecido instrutor comentaria as necessidades de cooperação junto às entidades infelizes, nos círculos mais baixos da vida espiritual que rodeiam a Crosta da Terra.
A maravilhosa noite derramava inspirações divinas.
Ao longe, constelações faiscantes semelhavam-se a pérolas caprichosamente dispostas numa colcha de veludo imensamente azul. A paisagem lunar oferecia detalhes encantadores. Picos e crateras salientavam-se à nossa vista, embora a considerável distância, num deslumbramento de filigrana preciosa. Fulgurava o Cruzeiro do Sul como símbolo sublime, desenhado ao fundo azul-escuro do firmamento. Canópus, Sírius e Antares brilhavam, infinitamente, figurando-se-nos balizas radiosas e significativas do céu. A Via Láctea, dando-nos a impressão de prodigioso ninho de mundos, parecia um dilúvio de moedas resplandecentes a se derramarem de cornucópia gigantesca e invisível, convidando-nos a meditar nos segredos excelsos da natureza divina»

- «O plano impressivo da mente grava as imagens dos preconceitos e dogmas religiosos com singular consistência. A transformação compulsória, pelo decesso, reintegrará a criatura no património de suas faculdades superiores. O trabalho, porém, não pode ser brusco, sob pena de ocasionar desastres emocionais de graves consequências. Urge considerar a necessidade da medida, isto é, da gradação.
«E, fitando-nos mais agudamente, prosseguiu: – Há, contudo, observação valiosa a destacar. Como vemos, não é a rotulagem externa que socorre o crente nas supremas horas evolutivas. É justamente a sementeira do esforço próprio, nos serviços da sabedoria e do amor, que frutifica, no instante oportuno, através de providências intercessoras ou de compensações espontâneas da lei que manda entregar as respostas do Céu “a cada um por suas obras”. Todo lugar do Universo, portanto, pode ser convertido em santuário de luz eterna, desde que a execução dos Divinos Desígnios seja a alegria de nossa própria vontade»

- «Devolvendo os enfermos aos leitos de origem, verificamos as impressões diferentes de cada um. Fábio demonstrava infinito conforto no campo íntimo. Cavalcante acordou, no organismo de carne, pensando em recorrer à eucaristia pela manhã, e Dimas, ao despertar, junto de nós, chamou a esposa e afirmou em voz fraca: – Oh! Como foi maravilhoso meu sonho de agora! Vi-me à beira de rio caudaloso e brilhante, que atravessei com o auxílio de benfeitores invisíveis, chegando, em seguida, a grande casa, cheia de luz!
Pousou a descarnada mão na testa húmida, e exclamou: – Ah! Como desejaria lembrar-me de tudo! Tenho a impressão de que visitei um mundo feliz, recebendo ensinamentos de grande significação, mas... a cabeça falha!...
«A companheira tranquilizou-o, exortando-o a dormir»

Terminamos com a seguinte passagem:
- «– Não, vovó, não! A senhora não pode ir agora para o Céu! não pode! Deus não deixará!...
«Albina recolheu-o, carinhosa, feliz. – Que é isto, João? – perguntou, buscando sorrir […]
«– O menino tem razão. Albina não irá mesmo desta vez [...] – Isto mesmo – confirmou o mentor amigo –, a prece de João é importante porque se reveste de profunda significação para o futuro. A menina, em processo reencarnacionista, é-lhe abençoada companheira de muitos séculos. Ambos possuem admirável passado de serviço à Crosta Planetária e escolheram nova tarefa com plena consciência do dever a cumprir. Foram associados de Albina em várias missões e, muito cedo, ser-lhe-ão continuadores na obra de educação evangélica. Não são Espíritos purificados, redimidos, mas trabalhadores valiosos, com suficiente crédito moral para a obtenção de oportunidades mais altas. «Apesar da condição infantil, o servo reencarnado, pelas ricas percepções que o caracterizam fora da esfera física, recebeu conhecimento da morte próxima de nossa venerável irmã. «Compreendeu, de antemão, que o facto repercutiria angustiosamente no organismo de Loide, compelindo-a talvez a claudicar no trabalho gestatório, em andamento.
«A carga de dor moral conduzi-la-ia efectivamente ao aborto, imprimindo profundas transformações no rumo do serviço de que João é feliz portador. Socorreu-se, então, de todos os valores intercessores, nos instantes em que sua alma lúcida pode operar na ausência da instrumentalidade grosseira, que triunfou com as súplicas insistentes, obtendo reduzida dilatação de prazo para a desencarnação de Albina.
«Sempre comedido nas informações, Jerónimo calou-se, preparando a retirada»


DESEJAMOS UMA BOA LEITURA!

Carmen, 2010.Dez16.AELA-Destaques

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Prece e Meditação

Prece e Meditação
Sua importância na vida diária

1. Prece e Meditação; 2. Importância da Prece; 3. Forma da Prece; 4. Experiência pessoal


Introdução


Propus-me neste trabalho estudar a Prece. Aprofundá-la, analisá-la e praticá-la. Foquei-me sobretudo no seu aspecto individual; a prece feita em recolhimento, que nos permite aproximar de Deus e senti-Lo; dentro das nossas possibilidades. Abstraí-me da palavra formulada, apesar da sua importância, e procurei dar mais atenção ao que se sente quando oramos; privilegiando o contacto silencioso, sem necessidade de arquitetar qualquer frase ou pensamento que não um simples "Pai, estou aqui!".

Orar por alguém ou pelo socorro de nossas aflições é sem dúvida de grande proveito, quer para nós quer para quem pretendemos beneficiar. Nesses momentos procuramos ajuda e amparo de algo que nos é superior; muitas vezes em último recurso. Mas a vertente da oração que procurei com este estudo foi a de ligação; a de comunhão. Aquela que alcançamos quando nos abrimos ao Pai, com humildade, exibindo todos os nossos defeitos e virtudes; que ele tão bem conhece, mas que por vezes procuramos dissimular, com uma ou outra causa que nos desculpabilize ou atenue a atitude, maneira de ser ou de agir. Essa sinceridade, essa vontade de encarar cada dia da nossa vida como um dia de aulas numa escola que nos educa pela vivência, abre as portas ao contacto com uma força que nos fortalece e orienta, com suaves e subtis conselhos que levam à reflexão, nos amparam e incentivam a caminhada.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A morte e o desligamento em "O Céu e o Inferno"


«Não sei onde estou... que turbação me cerca! […] Sou como que duas personalidades... Oh! quando chegarei a compreender o que comigo se passa? É necessário que vá lá ainda... meu outro ‘eu’, que lhe sucederá na minha ausência? Adeus.
«O sentimento da dualidade que não está ainda destruído por uma completa separação, é aqui evidente. Carácter volúvel […] Mas, como não possuísse vícios sérios e fosse de boa índole, essa situação nada tinha de penosa e não deveria prolongar-se por muito tempo. Evocada novamente depois de alguns dias, as suas ideias estavam já muito modificadas. Eis o que disse: «Obrigada por haverdes orado por mim. Reconheço a bondade de Deus, que me subtraiu aos sofrimentos e apreensões consequentes ao desligamento do meu Espírito. À minha pobre mãe será dificílimo resignar-se; entretanto será confortada, e o que a seus olhos constitui sensível desgraça, era fatal e indispensável para que as coisas do Céu se lhe tornassem no que devem ser: tudo. Estarei ao seu lado até o fim da sua provação terrestre, ajudando-a a suportá-la. Não sou infeliz, porém, muito tenho ainda a fazer para aproximar-me da situação dos bem-aventurados. Pedirei a Deus me conceda voltar a essa Terra para reparação do tempo que aí perdi nesta última existência. A fé vos ampare, meus amigos; confiai na eficácia da prece, mormente quando partida do coração. Deus é bom.
«— P. Levastes muito tempo a reconhecer-vos? — R. Compreendi a morte no mesmo dia que por mim orastes. — P. Era doloroso o estado de perturbação? — R. Não, eu não sofria, acreditava sonhar e aguardava o despertar. Minha vida não foi isenta de dores, mas todo ser encarnado nesse mundo deve sofrer. Resignando--me à vontade de Deus, a minha resignação foi por Ele levada em conta. Grata vos sou pelas preces que me auxiliaram no reconhecimento de mim mesma. Obrigada; voltarei sempre com prazer. Adeus. Hélène»

Allan Kardec, O CÉU E O INFERNO, 2ª pt. Cap. III, SRA. HÉLÈNE MICHEL

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