terça-feira, 29 de março de 2011

Que acrescentam os Espíritos à moral de Cristo?

«não podia a doutrina ser obra nem de um só Espírito, nem de um só médium. Tinha que emergir da colectividade dos trabalhos, comprovados uns pelos outros. 55. Um último carácter da revelação espírita, a ressaltar das condições mesmas em que ela se produz, é que, apoiando-se em factos, tem que ser, e não pode deixar de ser, essencialmente progressiva, como todas as ciências de observação. Pela sua substância, alia-se à Ciência que, sendo a exposição das leis da Natureza, com relação a certa ordem de factos, não pode ser contrária às leis de Deus, autor daquelas leis. As descobertas que a Ciência realiza, longe de o rebaixarem, glorificam a Deus; unicamente destroem o que os homens edificaram sobre as falsas ideias que formaram de Deus. O Espiritismo, pois, não estabelece como princípio absoluto senão o que se acha evidentemente demonstrado, ou o que ressalta logicamente da observação. Entendendo com todos os ramos da economia social, aos quais dá o apoio das suas próprias descobertas, assimilará sempre todas as doutrinas progressivas, de qualquer ordem que sejam, desde que hajam assumido o estado de verdades práticas e abandonado o domínio da utopia, sem o que ele se suicidaria. Deixando de ser o que é, mentiria à sua origem e ao seu fim providencial. Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará […] Do ponto de vista moral, é fora de dúvida que Deus outorgou ao homem um guia, dando-lhe a consciência, que lhe diz: Não faças a outrem o que não quererias te fizessem. A moral natural está positivamente inscrita no coração dos homens […] A moral que os Espíritos ensinam é a do Cristo, pela razão de que não há outra melhor […] Pois bem! os Espíritos vêm, muito simplesmente, aumentar o número dos moralistas, com a diferença de que, manifestando-se por toda parte, tanto se fazem ouvir na choupana, como no palácio, assim pelos ignorantes, como pelos instruídos. O que o ensino dos Espíritos acrescenta à moral do Cristo é o conhecimento dos princípios que regem as relações entre os mortos e os vivos, princípios que completam as noções vagas que se tinham da alma, de seu passado e de seu futuro, dando por sanção à doutrina cristã as próprias leis da Natureza. Com o auxílio das novas luzes que o Espiritismo e os Espíritos espargem, o homem se reconhece solidário com todos os seres e compreende essa solidariedade; a caridade e a fraternidade se tornam uma necessidade social; ele faz por convicção o que fazia unicamente por dever, e o faz melhor. Somente quando praticarem a moral do Cristo, poderão os homens dizer que não mais precisam de moralistas encarnados ou desencarnados. Mas, também, Deus, então, já não lhos enviará»

Allan Kardec, A GÉNESE, 1ª pt, cap. I - § 54-56

terça-feira, 22 de março de 2011

CURSO SOBRE DOUTRINA ESPÍRITA - 2011


2011 - CURSO SOBRE DOUTRINA ESPÍRITA

nível 2 - estudos de pesquisa + nível 3 - workshop
Destinatários: formandos com certificação do nível 1
Número de inscrições: mínimo 5
Datas de: início Abril.20 – encerramento Julho.27
Total: 30 hs

Programa:
Doutrina Espírita comparada com outras doutrinas filosóficas e morais, com religiões e com investigações científicas.

As vozes do Céu - em "O Evangelho segundo o Espiritismo"

«Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos.
«Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.
«As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam. Nós vos convidamos, a vós homens, para o divino concerto. Tomai da lira, fazei uníssonas vossas vozes, e que, num hino sagrado, elas se estendam e repercutam de um extremo a outro do Universo.
«Homens, irmãos a quem amamos, aqui estamos junto de vós. Amai-vos, também, uns aos outros»

Allan Kardec, O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Pref.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Em Destaque - O Desconhecido e os Problemas Psíquicos por Camille Flammarion


Este livro está dividido em 9 capítulos, mais Introdução e Conclusão segundo os título e temas que se referem seguidamente:
OS INCRÉDULOS - OS CRÉDULOS - AS MANIFESTAÇÕES TELEPÁTICAS DE MORIBUNDOS E AS APARIÇÕES - EXPOSIÇÃO DOS FACTOS - ADMISSÃO DOS FACTOS - ACÇÃO TELEPÁTICA x COINCIDÊNCIA FORTUITA DAS ALUCINAÇÕES PROPRIAMENTE DITAS - ACÇÃO PSÍQUICA DE UM ESPÍRITO SOBRE OUTRO - TRANSMISSÃO DE PENSAMENTOS. – SUGESTÃO MENTAL. – COMUNICAÇÃO À DISTÂNCIA ENTRE PESSOAS VIVAS - O MUNDO DOS SONHOS - DIVERSIDADE INDEFINIDA DOS SONHOS – FISIOLOGIA CEREBRAL – SONHOS PSÍQUICOS: MANIFESTAÇÕES DE MORIBUNDOS RECEBIDAS DURANTE O SONO – A TELEPATIA NOS SONHOS - A VISÃO À DISTÂNCIA, EM SONHO, DE FACTOS ACTUAIS - OS SONHOS PREMONITÓRIOS E A ADIVINHAÇÃO DO FUTURO.

Eis o que o autor escreve em INTRODUÇÃO sobre esta obra:
- «As constantes e universais aspirações da humanidade pensante, a lembrança e o respeito dos mortos, a ideia inata de uma justiça imanente, o sentimento de nossa consciência e de nossas faculdades intelectuais, a miserável incoerência dos destinos terrestres, comparada à ordem matemática que rege o Universo, a imensa vertigem do infinito e da eternidade que nos vem das alturas da noite constelada e, no fundo de todas as nossas concepções, a identidade permanente do nosso eu, apesar das variações e das transformações perpétuas da substância cerebral – tudo concorre para nos dar a convicção da existência de nossa alma como entidade individual, da sua sobrevivência à destruição do nosso organismo corporal e da sua imortalidade.
«A demonstração científica, entretanto, não está ainda feita, e os fisiologistas ensinam, ao contrário, que o pensamento é uma função do cérebro, que sem este não há pensamento e que tudo em nós se extingue com a morte do corpo. Há flagrante contradição entre as superiores aspirações da humanidade e as conclusões da chamada ciência positiva.
«Por outro lado, não se pode saber, nem se pode afirmar, senão aquilo que se conseguiu aprender, e ninguém saberá jamais senão o que lhe for dado aprender. Somente a ciência progride na história actual da humanidade. «Ainda que bem raramente se lhe faça a justiça e se lhe testemunhe o reconhecimento a que faz jus, a verdade é que a Ciência transformou o mundo. Estão firmados sobre ela, na época presente, os alicerces da nossa vida intelectual e mesmo da nossa vida material. Somente a ciência nos pode esclarecer e conduzir.
«Esta obra é um ensaio de análise científica de factos considerados, geralmente, como estranhos à ciência e até mesmo como incertos, fabulosos e mais ou menos imaginários.
«Mostrarei que tais factos existem.
«Tentarei aplicar os métodos das ciências de observação à constatação e à análise de fenómenos relegados até agora, em regra, ao domínio dos contos, do maravilhoso ou do sobrenatural e procurarei demonstrar que eles são produzidos por forças ainda desconhecidas e pertencentes a um mundo invisível, natural, diferente do que é abrangido pelos nossos sentidos»

A seguir apresentamos transcrições seleccionadas desta obra no sentido de serem demonstrativas do estilo do autor e da abordagem temática:
- «O inquérito da Sociedade Psíquica de Londres conduziu ao seguinte resultado (Dariex, Annales des Sciences Psychiques, 1891, pág. 300):
«Não se tem observado mais do que uma alucinação visual para 248 pessoas. Procurando a probabilidade de coincidência fortuita da morte do agente A com a alucinação do percipiente B, chega-se ao seguinte resultado:
...1.......... 22......... 1............ 1
–––– x ––––– x –––– = –––––––––
248 .....1.000.... 365..... 4.114.545
que mostra ser a hipótese de uma acção telepática real 4.114.545 vezes mais provável do que a hipótese da coincidência fortuita. Quatro milhões, cento e catorze mil, quinhentos e quarenta e cinco vezes mais provável! Eis aí um número que começa a revelar-se com certa eloquência. Já se chega, pois, a uma probabilidade fantástica, supondo que em todos os casos a coincidência da alucinação com o acontecimento produziu-se 12 horas antes ou 12 horas depois, isto é, durante um lapso de tempo de 24 horas; mas quanto se tornaria mais fantástica ainda essa probabilidade se fossem tomadas em consideração coincidências mais aproximadas, como é de regra, e sobretudo se fosse calculado o algarismo de probabilidade de um caso em que a coincidência fosse imediata!
«Tomemos como exemplo, para mostrar o valor desse argumento, o caso seguinte, consignado nos Phantasms of the Living:
«Nicolas S... e Frederico S... estavam empregados no mesmo escritório há oito anos e eram muito amigos. Grande mesmo era a estima que um votava ao outro. Na segunda-feira, 19 de março de 1883, quando Frederico S... chegou ao escritório, queixou-se de ter sofrido uma indigestão. Foi consultar um farmacêutico que diagnosticou mau estado do fígado e deu-lhe um medicamento. Quinta-feira não deu ele mostras de ir muito melhor. Sábado não foi ao escritório e Nicolas S... soube que seu amigo submetera-se a exame com um médico que lhe recomendou um repouso de dois ou três dias, mas que não achava gravidade no caso. Nesse mesmo sábado, 24 de março, pela tarde, estando sentado em seu quarto, viu ele diante de si o seu amigo, vestido como de costume. Notou alguns detalhes da toilette: chapéu circundado de uma fita negra, sobretudo desabotoado, uma bengala na mão, etc. O espectro fixou o olhar em seu amigo, depois desapareceu. Este lembrou-se imediatamente das palavras de Job: E um espírito passou diante de mim e eriçaram-se-me os pelos da minha carne. Nesse momento um frio glacial atravessou-o e seus cabelos arrepiaram-se. Voltou-se ele, então, para sua mulher e perguntou-lhe que horas eram. – Nove horas menos 12 minutos – respondeu ela.
«Ao que acrescentou ele: – A razão pela qual vos perguntava é que Frederico morreu. Acabo de vê-lo. Tratou ela de persuadi-lo de que isso era um efeito de sua imaginação; afirmou-lhe, porém, ele que a visão se lhe apresentara de um modo tão nítido, que nenhum argumento poderia fazê-lo mudar de opinião. No dia seguinte, domingo, pelas 3 horas da tarde, o irmão de Frederico veio participar a morte, ocorrida na véspera, pelas 9 horas»

- «(Carta 204) Em 1872 ou 1873, minha mãe, ainda moça, residia na rua “des Tonnelles”, em casa de sua mãe. Ela conhecia uma família, Morange, de gente pobre, residente na rua Saint Antoine, perto do Liceu Charlemagne. Um sábado, à noite, ela encontra essa família e a pequena Morange, que a queria muito, vem mostrar-lhe um vestido novo, posto naquele mesmo dia. Deixando a menina, minha mãe entra em casa. Na manhã seguinte, ao despertar, conta-lhe sua mãe haver sonhado que a família Morange estava morta. No correr dessa manhã mesma, sabe-se que todos eles morreram durante a noite no incêndio de sua casa. Marcel Gerschel. Arrabalde Saint Denis, 80, Paris»

- «um espírito pode agir a distância sobre um outro, sem ser, como habitualmente acontece, por intermédio da palavra ou de outro qualquer meio sensível. Parece-nos de todo impossível rejeitar-se esta conclusão, desde que os factos sejam aceites […] Nada há de anti-científico nem de romanesco em admitir-se que possa uma ideia agir a distância sobre um cérebro. Fazei vibrar uma corda de violão ou de piano: a certa distância, uma outra corda de violão, de piano, vibrará e emitirá um som. A ondulação do ar é transmitida com a primeira»

Terminamos como o livro, com o seguinte excerto:
- «Cumpre sinceramente confessar, com efeito, que o que menos conhecemos ainda é a nossa própria natureza. A máxima de Sócrates: Conhece-te a ti mesmo! pode sempre inspirar os nossos mais nobres pensamentos. Todo autor tem seus imperativos de consciência. Não se deve dizer senão o que se sabe. Talvez mesmo nem sempre se deva dizer tudo o que se sabe; mas até na vida normal quotidiana, não deveríamos jamais dizer senão o que sabemos. Estudemos, portanto, trabalhemos e esperemos. O acervo dos factos de ordem psíquica mostra que vivemos em meio de um mundo invisível, no seio do qual operam forças ainda desconhecidas, o que está de acordo com o que sabemos sobre o limite dos nossos sentidos físicos e sobre os fenómenos da Natureza. É mesmo precisamente por causa de tal estado de coisas que tem este trabalho por título O Desconhecido»

DESEJAMOS UMA BOA LEITURA!

Carmen, 2011.Mar15.AELA-Destaques

EXPIAÇÕES COLETIVAS

O que pode explicar desastres e catástrofres onde morrem dezenas de pessoas?

Diante das leis divinas todos os homens são iguais. A diversidade dos instintos e das aptidões intelectuais e morais inatas observadas resultam das vivências, das experiências e habilidades conquistadas ao longo do tempo através de inumeráveis reencarnações. Quando usamos mal o livre-arbítrio, suprimindo a liberdade dos nossos semelhantes, impondo com violência as nossas idéias, prejudicando sobremaneira o nosso próximo, nos situamos contrários às leis naturais, sendo catalogados pelas Leis Divinas como réus confessos, trazendo inscritas as sentenças em nossas consciências, vivenciando intenso sofrimento interior.

Nos domínios espirituais, o remorso nos assenhoreia, o sofrimento tem a aparência de tempo indeterminado, de algo que jamais terá fim; sem paz, ansiamos pela esperança, consubstanciada na misericórdia divina, permitindo a reparação das faltas. Urge, então, empenharmos-nos na tarefa do resgate de nossos débitos.

O apóstolo dos gentios, Paulo, disse que o homem, na "carne" (existência física), tendo semeado a corrupção, terá a chance de ceifá-la, erradicando-a de si (Gálatas 6:7-8). O Amor incomensurável de Deus nos permite a experiência do retorno à estrada no mesmo ponto que em que dela nos afastamos ("a sementeira é livre, a colheita é obrigatória"). O Salmo 28 de Davi igualmente contém esse ensinamento, assim manifestado: "Paga-lhes segundo as suas obras, segundo a malícia dos seus atos; dá-lhes conforme a obra de suas mãos, retribui-lhes o que merecem". Tudo isso confirmado pelo Mestre: "... a cada um segundo as suas obras" (Apocalipse 22:12).

Cometendo a transgressão, somos conduzidos ao tribunal da nossa própria consciência, penetrando no mundo espiritual como algozes. Com a chance da retificação expiatória na carne, retornamos pelo portal da morte como vítimas, sem mais a presença desagradável da culpa a nos consumir. O suplício tornou-se temporário, conforme ensinamento de Jesus: "Em verdade te digo que não sairás da prisão enquanto não pagares o último centavo" (Mateus 5:26).

Trailler - As mães de Chico Xavier

domingo, 13 de março de 2011

A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR, A DEUS O QUE É DE DEUS !!!!!!

Muita gente vê no Evangelho apenas “revelação de fé”. Nem todos os crentes, podendo-se englobar adeptos das diferentes religiões cristãs, percebem o sentido humano do Evangelho. É verdade que o Evangelho trata dos problemas humanos sem separar estes problemas da ordem geral, isto é, a ordem divina a que estão ligados os dois planos: espiritual e material.

A diferença mais característica entre o Evangelho e algumas doutrinas modernas, quanto aos fatos sociais é a seguinte: para certas doutrinas, a solução material nada tem a ver com a vida espiritual; para o Evangelho, porém a vida física não está, como se supõe, inteiramente desligada da vida espiritual. Os problemas humanos, portanto, embora pertençam à terra, devem estar subordinados  à lei moral, que emana de Deus. Isto quer dizer, segundo o Evangelho, que os assuntos deste mundo, embora sejam de natureza material. Devem ser resolvidos com dignidade, sem se ferir a lei moral.

Na prática, o ensino evangélico deve ser ilustrado da seguinte forma: qualquer indivíduo pode trabalhar, aplicar a inteligência e ganhar dinheiro; mas, se não tiver enriquecido por meios ilícitos, estará contrariando a lei moral.

Não se diga, para justificar negócios indignos, que o Cristo mandou dar a César o que era de César e a Deus o que era de Deus, como que estabelecendo separação absoluta entre as coisas da terra e as do mundo espiritual. Sofisma, simplesmente. O espírito da lição evangélica é ensinar a harmonia e nunca a separação radical entre o espírito e a matéria. Recomendar harmonia entre uma coisa e outra não é dizer que as duas coisas estão inteiramente separadas. Há muito raciocínio forçado, ao pé da letra do Evangelho, para encobrir a falta de escrúpulo dos indivíduos que, enganando  ao mundo, pensam que podem, também, enganar a Deus.

Deolindo Amorim,  “O Espiritismo e os problemas humanos”

O ESPIRITISMO E A UNIVERSIDADE

Por Dora Incontri

Uma questão vital para o espiritismo é a sua entrada na universidade. Há no Brasil um grande contingente de acadêmicos espíritas, em diversas áreas do conhecimento. Mas até agora, pouquíssimos assumiram o espiritismo como um discurso científico válido ou se empenharam em demonstrar que Kardec foi um intelectual com contribuições importantes para a filosofia, a ciência, a religião e a pedagogia. Alguns chegam a declarar a inutilidade de tal tentativa, por verem a universidade refratária ou por lhe atribuírem pouca importância, como cenário de debates. Muitos doutores têm uma vida universitária burocrática e, se espíritas, não vêem nenhum motivo para perturbar sua carreira, defendendo uma idéia marginalizada. Assim, a questão é a seguinte: é preciso mesmo levar o espiritismo para a universidade? Por quê? Para quê? Como? Para defender não só a necessidade, mas a urgência de se adentrar o mundo acadêmico com a proposta espírita, farei antes um breve histórico do papel da universidade através dos tempos.

UM POUCO DE HISTÓRIA

A universidade é uma das belas heranças que o final da Idade Média nos deixou. Os séculos XII e XIII, que viram seu início, foram palco das mudanças sociais, culturais e políticas, que desembocariam no Renascimento. Aliás, o século XII é considerado como a primeira etapa do movimento que tomaria mais tarde esse nome. Mas não se pense que a universidade era essa instituição morna e distante de hoje. O brilhante historiador Jacques Le Goff, na obra Os Intelectuais na Idade Média, mostra como era a vida acadêmica de então. Primeiro, muitas das universidades foram fundadas a partir de corporações de estudantes ou professores. E mesmo as apoiadas por imperadores e papas exerceram um papel de democratização e renovação do conhecimento. Foi nessa época, que se deu a transmissão para o Ocidente dos tesouros gregos, que vieram reconduzidos à Europa, graças à exuberante cultura árabe (que, aliás, tinha suas universidades) e à cultura bizantina. Os embriões da ciência moderna começam aí, com o desenvolvimento da matemática, da medicina, da volta do direito romano… E a razão também inicia seu processo de libertação da fé dogmática.

sábado, 12 de março de 2011

Umbanda não é Espiritismo

Por Benedito da Gama Monteiro

Origem, conteúdo doutrinário e prática ritual, estabelecem as diferenças fundamentais entre o Espiritismo e Umbanda. Apesar da clareza dessas distinções, isso não deve ser razão impossibilitante para que entre Espíritas e Umbandistas haja respeito mútuo, espírito de compreensão e sensatez, embora essa tolerância não deva resultar em conivência ou omissão.

Deolindo Amorim, em seu livro "O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas" (1), conclui, afirmando: "O Espiritismo é uma doutrina que se basta a si mesma, sem empréstimos nem acréscimos artificiais.".

A luz dessa precisa orientação, observamos que nem mesmo nos arraiais espíritas essa diferença é feita, especialmente pôr aqueles que não se dão ao trabalho de estudar a Doutrina, sem falar em parte da imprensa leiga que, de propósito ou não, anuncia tudo o que ocorre nas tendas e terreiros, como sendo Espiritismo, disso se beneficiando os opositores sistemáticos da Doutrina Espírita que esperam levar vantagem com a confusão estabelecida.

Fala-se em "baixo Espiritismo" e "alto Espiritismo"; em "Espiritismo de mesa" e "Espiritismo de terceiro", etc., como se houvesse mais de um Espiritismo!

Quanto a origem, sabemos que Espiritismo, doutrina codificada pôr Allan Kardec, recebida de vários Espíritos Superiores no século passado, caracteriza-se pôr um conjunto de princípios de ordem científica, filosófica e religiosa, que objetiva o progresso espiritual do homem, com a implantação da fraternidade entre todas as criaturas na Terra.(2)

A Umbanda se deriva, fundamentalmente, do culto religioso da raça negra da velha África. Os seus princípios doutrinários são realmente frutos do "folclore", dos provérbios, aforismos, das lendas, crenças populares, canções e tradições do negro africano.

Com referência ao conteúdo doutrinário, sabemos que o Espiritismo se assenta em postulados científicos, filosóficos e éticos, o que não se dá na Umbanda, que não tem doutrina codificada, embora seus adeptos aceitem a imortalidade da alma, a reencarnação e a lei de ação e reação (carma), como fazem os espíritas (2).

Quanto a prática ritual, a umbanda difere, essencialmente, do Espiritismo, porque aquela atua no plano da natureza e este no do pensamento, pois que só o Espírito conta, realmente. Aliás o Espiritismo não tem ritual de nenhuma espécie, pois não admite corpo sacerdotal hierarquizado ou não, cerimônias (batizados, casamentos e quaisquer outras); não se utiliza de fórmulas, invocações, ou promessas de qualquer natureza; repele a adoração de imagens, símbolos, amuletos; rejeita crendices e superstições e não admite pagamento pela prestação de assistência espiritual ou de qualquer auxílio, que conceda aos necessitados. (2)

As tentativas para fundamentar a introdução de rituais, incensos, imagens e outros objetos de culto material no meio espírita invocam, sempre, um pressuposto espiritualista, como generalidade, ou fazem apelo à tolerância. Não há, entretanto, razão alguma para tais pretextos, uma vez que o Espiritismo, pelas suas disposições doutrinárias, dispensa completamente qualquer forma de ritual ou peças litúrgicas. (1)

Assim sendo, onde houver qualquer manifestação de culto exterior, não existirá a verdadeira prática espírita.

Apesar do louvável entusiasmo de alguns espíritas para a comunhão de seitas religiosas no seio da doutrina, a mistura heterogênea sempre sacrifica a pureza íntima da essência! A qualidade de substância espírita reduzir-se-ia pela quantidade da mistura de outros ingredientes religiosos, mas adversos!

O Espiritismo, não é doutrina separativista, nem ecletismo religioso à superfície do Espirito imortal! É, principalmente, um movimento de solidariedade fraterna entre todos os homens! Pode ser ecletismo espiritual unindo em espírito todos os credos e religiões, porque, também firma suas doutrinas e postulados na realidade imortal. Mas seria insensato a mistura heterogênea de práticas, dogmas, princípios e composturas devocionais diferentes, entre si, para construir outro movimento espiritualista excêntrico.

A missão da Doutrina Espírita, enfim, é libertar o homem e não prendê-lo ainda mais às fórmulas e superstições do mundo carnal transitório.

Finalizamos, fazendo nossas, as observações sensatas do Espírito Emmanuel, através do médium Francisco Cândido Xavier, na mensagem "Doutrina Espírita", extraída do livro "Religião dos Espíritos", concitando os Espíritas a zelarem pela doutrina que professam:

"... Porque a Doutrina Espírita é em si a liberdade e o entendimento, há quem julgue seja ela obrigada a misturar-se com todas as aventuras marginais e com todos os exotismos, sob pena de fugir aos impositivos da fraternidade que veicula.

Dignifica, assim, a Doutrina que te consola e liberta, vigiando-lhe a pureza e a simplicidade, para que não colabores, sem perceber, nos vícios da ignorância e nos crimes do pensamento.

"Espírita" deve ser o teu caráter, ainda mesmo te sintas em reajuste, depois da queda.

"Espírita" deve ser a tua conduta, ainda mesmo que estejas em duras experiências.

"Espírita" deve ser o nome de teu nome, ainda mesmo respires em aflitivos combates contigo mesmo.

"Espírita" deve ser o claro adjetivo de tua instituição, ainda mesmo que, pôr isso, te faltem as passageiras subvenções e honrarias terrestres.

Doutrina Espírita quer dizer Doutrina do Cristo.

E a Doutrina do Cristo é a doutrina do aperfeiçoamento moral em todos os mundos.

Guarda-a, pois, na existência, como sendo a tua responsabilidade mais alta, porque dia virá que serás naturalmente convidado a prestar-lhe contas. (3)

Bibliografia:

Amorim, Deolindo - "O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas";

1. Barbosa, Pedro Franco - "Espiritismo Básico";
2. Xavier, Francisco Cândido - "Religião dos Espíritos", mens. "Doutrina Espírita", pág. 229, 4a edição FEB - Rio de Janeiro - RJ.

Artigo publicado em Manaus, no jornal A Crítica de 09.10.1989, no jornal A Crítica de 26.08.1995, no Rio de Janeiro em OReformador (FEB) de Abril de 1996, no Acre, no Jornal Acre Espírita de Junho de 1996.

Fonte: Portal Espírito.org.br

terça-feira, 8 de março de 2011

ORAÇÃO À MULHER

Missionária da Vida.
Ampara o homem para que o homem te ampare.
Não te conspurques no prazer, nem te mergulhes no vício.
A felicidade na Terra depende de ti, como o fruto depende da árvore.
Mãe, sê o anjo do lar.
Esposa, auxilia sempre.
Companheira, acende o lume da esperança.
Irmã, sacrifica-te e ajuda.
Mestra, orienta o caminho.
Enfermeira, compadece-te.
Fonte sublime, se as feras do mal te poluírem as águas, imita a corrente cristalina que no serviço infatigável a todos, expulsa do próprio seio a lama que lhe atiram.
Por mais te aflija a dificuldade, não te confies à tristeza ou ao desânimo.
Lembra os órfãos, os doentes, os velhos e os desvalidos da estrada que esperam por teus braços e sorri com serenidade para a luta.
Deixa que o trabalho tanja as cordas celestes do teu sentimento para que não falte a música da harmonia aos pedregosos trilhos da existência terrestre.
Teu coração é uma estrela encarcerada.
Não lhe apagues a luz para que o amor resplandeça sobre as trevas.
Eleva-te, elevando-nos.
Não te esqueças de que trazes nas mãos a chave da vida porque a chave da vida é a glória de Deus.

 AUTORA : MEIMEI 
À LUZ DA ORAÇÃO, Espíritos Diversos,
psicografia de Francisco C. Xavier, ed. O CLARIM.

CARIDADE E CONHECIMENTO !


Santas noites!
Caridade e conhecimento!
A caridade começa por nós próprios, quando damos a nós mesmos a oportunidade para crescer, para nos auto conhecer-mos!
É olhando para nós, para o nosso ser que podemos entender a Vida!
Somos Vida! Somos Luz!
É olhando para nossos irmãos, que melhor entendemos as dinâmicas da Vida! Vemos à nossa volta inúmeras situações!
Perguntamo-nos o porquê? O objectivo de cada situação! No entanto, se somos nós a passar pela prova, rapidamente nos  revoltamos! Choramos! Julgamo-nos sós! É com relativa facilidade que vemos as dificuldades de nossos irmãos, que encontramos as motivações, as razões, a justificação de todas as acções e reacções, mas será que fazemos o mesmo exercício quando se trata de nós mesmos?
É muito difícil aceitar a nossa condição de Aprendiz! O facto de tropeçarmos várias vezes na mesma pedra da calçada!
Sede tolerantes! E com essa atitude, abri a vossa couraça! Somos todos iguais: todos filhos de Deus a aprender a caminhar!
Amai acima de tudo e sentireis a consciência tranquila! A Paz que tudo cura, tudo ultrapassa!
Até breve!
Um irmão nos trabalhos!

Psicografia recebida na AELA na sessão de 30-7-2009

SERÁ SEMPRE ASSIM...


Será sempre assim...
Uns crescem mais rapidamente...
Que outros estão apenas aprendendo a crescer... 
Depende daquilo que cada um quer atingir... Mas todos chegarão, todos alcançarão, um dia, Deus! Porque Deus é nosso Pai Divino! Deus é essência de tudo que existe, Deus está em cadaum de nós!
Há que escutá-lo com rigor...
Saber aquilo que pretende de nós, apenas que sejamos como Ele, Seres que partilhem a Luz, que n'Ela se fundam vibrando em um só objectivo! Que  é o Amor! Deus permite que estejamos caminhando em sua direcção, mas para isso temos que nos aperfeiçoar, porque ainda vivemos em prol daquilo que é mais cómodo! Só quando permitir-nos nossas experiências na dor saberemos que somos seres imperfeitos, que para nos podermos libertar temos que saber na carne aquilo que já provocámos um dia! São impositivos da Lei! E nada ficará por saber!
Meus irmãos, elevei-vos em vossas vibrações para que possais encetar um caminho já sem
tanta dor...
Um caminho onde transformareis a dor em amor!
E nesse caminho sabereis dá-lo àqueles que convosco estão, uns na carne! Mas muitos espiritualmente! A vida é eterna, por isso não vos canseis de lutar por vossos ideais!
Que eles tenham Jesus como modelo, e que tal como Jesus ameis. Ameis sempre!
Com Amor!

Psicografia recebida na AELA, na sessão de 18-6-2009

sábado, 5 de março de 2011

Em Destaque - Libertação, psicografia de Francisco C. Xavier


O livro, o 6º dos treze livros que constituem a Colecção A Vida no Mundo Espiritual, é uma obra psicografada pelo médium Francisco Xavier, comummente conhecido como Chico Xavier, e inspirada pelo Espírito de um médico sob o nome de André Luiz.

Este livro está dividido em 20 capítulos de que seleccionamos os títulos a seguir indicados:

A PALESTRA DO INSTRUTOR - NUMA CIDADE ESTRANHA - OBSERVAÇÕES E NOVIDADES - QUADRO DOLOROSO - VALIOSA EXPERIÊNCIA - MISSÃO DE AMOR - FINALMENTE, O SOCORRO - PALAVRAS DE BENFEITORA - PRECIOSO.

Em ANTE AS PORTAS LIVRES, é o Espírito Emmanuel que transmite o seguinte:
- «Ante as portas livres de acesso ao trabalho cristão e ao conhecimento salutar que André Luiz vai desvelando, recordamos prazerosamente a antiga lenda egípcia do peixinho vermelho.
«No centro de formoso jardim, havia grande lago, adornado de ladrilhos azul-turquesa […] Não encontrando pouso no vastíssimo domicílio, o pobrezinho não dispunha de tempo para muito lazer e começou a estudar com bastante interesse […] Optou pela mudança. Apesar de macérrimo pela abstenção completa de qualquer conforto, perdeu várias escamas, com grande sofrimento, a fim de atravessar a passagem estreitíssima. Pronunciando votos renovadores, avançou, optimista, pelo rego d’água, encantado com as novas paisagens, ricas de flores e sol que o defrontavam, e seguiu, embriagado de esperança... Em breve, alcançou grande rio e fez inúmeros conhecimentos […] Plenamente transformado em suas concepções do mundo, passou a reparar as infinitas riquezas da vida […]
«O esforço de André Luiz, buscando acender luz nas trevas, é semelhante à missão do peixinho vermelho […] anunciando aos antigos companheiros que, além dos cubículos em que se movimentam, resplandece outra vida, mais intensa e mais bela, exigindo, porém, acurado aprimoramento individual para a travessia da estreita passagem de acesso às claridades da sublimação.
«Fala, informa, prepara, esclarece...
«Há, contudo, muitos peixes humanos que sorriem e passam, entre a mordacidade e a indiferença […] Esperam um paraíso gratuito com milagrosos deslumbramentos depois da morte do corpo.
«Mas, sem André Luiz e sem nós, humildes servidores de boa vontade, para todos os caminheiros da vida humana pronunciou o Pastor Divino as indeléveis palavras: – A cada um será dado de acordo com as suas obras - EMMANUEL»

Seguidamente apresentamos algumas transcrições desta obra no sentido de serem demonstrativas do estilo do autor e da abordagem temática característica:

- «Até então, ouvira comentários alusivos a colónias purgatórias, perfeitamente organizadas para o trabalho expiatório a que se destinam, arrebanhando milhares de criaturas arraigadas no mal; entretanto, agora, o Instrutor Gúbio, que se mantinha silencioso, em nossa companhia, concedera-nos permissão de acompanhá-lo a enorme centro dessa espécie.
«Interessados na palavra fluente e primorosa do orador, seguíamos o curso das elucidações com justificável expectação de aluno que não deseja perder um til do ensinamento, observando que a serenidade e a atenção transpareciam no rosto de todos os aprendizes, considerando-se que todos, no recinto, éramos candidatos ao serviço de socorro aos irmãos ignorantes, atormentados nas sombras... »

- «O espírito humano lida com a força mental, tanto quanto maneja a electricidade, com a diferença, porém, de que se já aprende a gastar a segunda, no transformismo incessante da Terra, mal conhece a existência da primeira, que nos preside a todos os actos da vida.
«A rigor, portanto, não temos círculos infernais, de acordo com os figurinos da antiga teologia, onde se mostram indefinidamente génios satânicos de todas as épocas e, sim, esferas obscuras em que se agregam consciências embotadas na ignorância, cristalizadas no ócio reprovável ou confundidas no eclipse temporário da razão. «Desesperadas e insubmissas, criam zonas de tormentos reparadores. Semelhantes criaturas, no entanto, não se regeneram à força de palavras.
«Necessitam de amparo eficiente que lhes modifique o tom vibratório, elevando-lhes o modo de sentir e pensar»

- «Alguns minutos antes das onze do dia, encontrávamo-nos todos em vasto salão de espera, aguardando a chamada. Mais três grupos de pessoas ali se congregavam em ansiosa espera.
«Demorava-se o professor em gabinete isolado, atendendo a enfermo mental que se revelava, de longe, pelas frases desconexas que proferia em alta voz.
«Reparei que os presentes se faziam seguidos de grande número de desencarnados. Para definir correctamente, a casa inteira mais se assemelhava a larga colmeia de trabalhadores sem corpo físico.
«Entidades de reduzida expressão evolutiva iam e vinham, prestando pouca atenção à nossa presença […] Acercamo-nos de acolhedora poltrona, em que um cavalheiro de idade madura, dando mostras de evidente moléstia nervosa, permanecia ladeado por dois rapazes. Suor frio lhe banhava a fronte e extrema palidez, com traços de terror, lhe exteriorizava a lipotímia. Revelava-se torturado por visões pavorosas no campo íntimo, somente acessíveis a ele mesmo. Registei-lhe as perturbações cerebrais e vi, sob forte assombro, as várias formas ovóides, escuras e diferençadas entre si, aderindo-lhe à organização perispirítica. Achava-me interessado em que o nosso instrutor se pronunciasse. Gúbio observava-o meticulosamente, decerto nos preparando valiosos ensinamentos. Transcorridos alguns instantes, falou-nos em voz sumida: – Vejamos a que calamidades fisiológicas podem os distúrbios da mente conduzir um homem. Temos sob nosso olhar um investigador da polícia em graves perturbações. Não soube deter o bastão da responsabilidade. Dele abusou para humilhar e ferir. Durante alguns anos, conseguiu manter o remorso a distância; todavia, cada pensamento de indignação das vítimas passou a circular-lhe na atmosfera psíquica, esperando ensejo de fazer-se sentir. Com a maneira cruel de proceder atraiu, não só a ira de muita gente, mas também a convivência constante de entidades de péssimo comportamento que mais lhe arruinaram o teor de vida mental»

- «O triunfo essencial ainda não veio. Margarida recebeu amparo imediato, mas precisamos agora socorrer-lhe a casa, até que ela mesma incorpore à própria individualidade, em carácter definitivo, os benefícios aqui recolhidos. Sorriu bondosamente e acrescentou: – Para que uma planta seja efectivamente preciosa, não basta que esteja bela e perfumada na estufa protectora. É necessário receber o auxílio externo, consolidando a resistência própria, de modo a produzir utilidades no bem comum. E passando a entender-se com Sidónio, aceitou a colaboração, por dez dias sucessivos, de doze companheiros espirituais incorporados ao agrupamento destinado a reforçar as actividades defensivas na moradia de Gabriel»

Terminamos com um excerto referente à despedida de André Luiz:

- «Surgira, para mim, a despedida. Tinha meus olhos húmidos de pranto.
«O instrutor abraçou-me e, retendo-me junto do coração, falou, bondoso: – Jesus te recompense, filho meu, pelo papel que desempenhaste nesta jornada de libertação. Nunca te esqueças de que o amor vence todo ódio e de que o bem aniquila todo mal.
«Quis responder, esclarecendo que somente a mim, discípulo inábil, cabia o dever de gratidão; todavia, incoercível emotividade prendeu-me a voz.
«O orientador, no entanto, leu-me no olhar os sentimentos mais profundos e sorriu, em retirada. Elói, também, rumou para longe, em busca de outros sectores.
«E voltando, sozinho, ao meu domicílio espiritual, roguei, chorando: – Mestre de Bondade infinita, não me abandones! Ampara-me a insuficiência de servo imperfeito e infiel!
«Em torno, reinava insondável e sublime silêncio. Mas, enquanto o horizonte se tingia de rubro. preludiando a festa da aurora, a estrela matutina brilhava, tremeluzindo aos meus olhos, qual celeste resposta de luz»

DESEJAMOS UMA BOA LEITURA!

Carmen, 2011.Mar01.AELA-Destaques

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