sábado, 5 de março de 2011

Em Destaque - Libertação, psicografia de Francisco C. Xavier


O livro, o 6º dos treze livros que constituem a Colecção A Vida no Mundo Espiritual, é uma obra psicografada pelo médium Francisco Xavier, comummente conhecido como Chico Xavier, e inspirada pelo Espírito de um médico sob o nome de André Luiz.

Este livro está dividido em 20 capítulos de que seleccionamos os títulos a seguir indicados:

A PALESTRA DO INSTRUTOR - NUMA CIDADE ESTRANHA - OBSERVAÇÕES E NOVIDADES - QUADRO DOLOROSO - VALIOSA EXPERIÊNCIA - MISSÃO DE AMOR - FINALMENTE, O SOCORRO - PALAVRAS DE BENFEITORA - PRECIOSO.

Em ANTE AS PORTAS LIVRES, é o Espírito Emmanuel que transmite o seguinte:
- «Ante as portas livres de acesso ao trabalho cristão e ao conhecimento salutar que André Luiz vai desvelando, recordamos prazerosamente a antiga lenda egípcia do peixinho vermelho.
«No centro de formoso jardim, havia grande lago, adornado de ladrilhos azul-turquesa […] Não encontrando pouso no vastíssimo domicílio, o pobrezinho não dispunha de tempo para muito lazer e começou a estudar com bastante interesse […] Optou pela mudança. Apesar de macérrimo pela abstenção completa de qualquer conforto, perdeu várias escamas, com grande sofrimento, a fim de atravessar a passagem estreitíssima. Pronunciando votos renovadores, avançou, optimista, pelo rego d’água, encantado com as novas paisagens, ricas de flores e sol que o defrontavam, e seguiu, embriagado de esperança... Em breve, alcançou grande rio e fez inúmeros conhecimentos […] Plenamente transformado em suas concepções do mundo, passou a reparar as infinitas riquezas da vida […]
«O esforço de André Luiz, buscando acender luz nas trevas, é semelhante à missão do peixinho vermelho […] anunciando aos antigos companheiros que, além dos cubículos em que se movimentam, resplandece outra vida, mais intensa e mais bela, exigindo, porém, acurado aprimoramento individual para a travessia da estreita passagem de acesso às claridades da sublimação.
«Fala, informa, prepara, esclarece...
«Há, contudo, muitos peixes humanos que sorriem e passam, entre a mordacidade e a indiferença […] Esperam um paraíso gratuito com milagrosos deslumbramentos depois da morte do corpo.
«Mas, sem André Luiz e sem nós, humildes servidores de boa vontade, para todos os caminheiros da vida humana pronunciou o Pastor Divino as indeléveis palavras: – A cada um será dado de acordo com as suas obras - EMMANUEL»

Seguidamente apresentamos algumas transcrições desta obra no sentido de serem demonstrativas do estilo do autor e da abordagem temática característica:

- «Até então, ouvira comentários alusivos a colónias purgatórias, perfeitamente organizadas para o trabalho expiatório a que se destinam, arrebanhando milhares de criaturas arraigadas no mal; entretanto, agora, o Instrutor Gúbio, que se mantinha silencioso, em nossa companhia, concedera-nos permissão de acompanhá-lo a enorme centro dessa espécie.
«Interessados na palavra fluente e primorosa do orador, seguíamos o curso das elucidações com justificável expectação de aluno que não deseja perder um til do ensinamento, observando que a serenidade e a atenção transpareciam no rosto de todos os aprendizes, considerando-se que todos, no recinto, éramos candidatos ao serviço de socorro aos irmãos ignorantes, atormentados nas sombras... »

- «O espírito humano lida com a força mental, tanto quanto maneja a electricidade, com a diferença, porém, de que se já aprende a gastar a segunda, no transformismo incessante da Terra, mal conhece a existência da primeira, que nos preside a todos os actos da vida.
«A rigor, portanto, não temos círculos infernais, de acordo com os figurinos da antiga teologia, onde se mostram indefinidamente génios satânicos de todas as épocas e, sim, esferas obscuras em que se agregam consciências embotadas na ignorância, cristalizadas no ócio reprovável ou confundidas no eclipse temporário da razão. «Desesperadas e insubmissas, criam zonas de tormentos reparadores. Semelhantes criaturas, no entanto, não se regeneram à força de palavras.
«Necessitam de amparo eficiente que lhes modifique o tom vibratório, elevando-lhes o modo de sentir e pensar»

- «Alguns minutos antes das onze do dia, encontrávamo-nos todos em vasto salão de espera, aguardando a chamada. Mais três grupos de pessoas ali se congregavam em ansiosa espera.
«Demorava-se o professor em gabinete isolado, atendendo a enfermo mental que se revelava, de longe, pelas frases desconexas que proferia em alta voz.
«Reparei que os presentes se faziam seguidos de grande número de desencarnados. Para definir correctamente, a casa inteira mais se assemelhava a larga colmeia de trabalhadores sem corpo físico.
«Entidades de reduzida expressão evolutiva iam e vinham, prestando pouca atenção à nossa presença […] Acercamo-nos de acolhedora poltrona, em que um cavalheiro de idade madura, dando mostras de evidente moléstia nervosa, permanecia ladeado por dois rapazes. Suor frio lhe banhava a fronte e extrema palidez, com traços de terror, lhe exteriorizava a lipotímia. Revelava-se torturado por visões pavorosas no campo íntimo, somente acessíveis a ele mesmo. Registei-lhe as perturbações cerebrais e vi, sob forte assombro, as várias formas ovóides, escuras e diferençadas entre si, aderindo-lhe à organização perispirítica. Achava-me interessado em que o nosso instrutor se pronunciasse. Gúbio observava-o meticulosamente, decerto nos preparando valiosos ensinamentos. Transcorridos alguns instantes, falou-nos em voz sumida: – Vejamos a que calamidades fisiológicas podem os distúrbios da mente conduzir um homem. Temos sob nosso olhar um investigador da polícia em graves perturbações. Não soube deter o bastão da responsabilidade. Dele abusou para humilhar e ferir. Durante alguns anos, conseguiu manter o remorso a distância; todavia, cada pensamento de indignação das vítimas passou a circular-lhe na atmosfera psíquica, esperando ensejo de fazer-se sentir. Com a maneira cruel de proceder atraiu, não só a ira de muita gente, mas também a convivência constante de entidades de péssimo comportamento que mais lhe arruinaram o teor de vida mental»

- «O triunfo essencial ainda não veio. Margarida recebeu amparo imediato, mas precisamos agora socorrer-lhe a casa, até que ela mesma incorpore à própria individualidade, em carácter definitivo, os benefícios aqui recolhidos. Sorriu bondosamente e acrescentou: – Para que uma planta seja efectivamente preciosa, não basta que esteja bela e perfumada na estufa protectora. É necessário receber o auxílio externo, consolidando a resistência própria, de modo a produzir utilidades no bem comum. E passando a entender-se com Sidónio, aceitou a colaboração, por dez dias sucessivos, de doze companheiros espirituais incorporados ao agrupamento destinado a reforçar as actividades defensivas na moradia de Gabriel»

Terminamos com um excerto referente à despedida de André Luiz:

- «Surgira, para mim, a despedida. Tinha meus olhos húmidos de pranto.
«O instrutor abraçou-me e, retendo-me junto do coração, falou, bondoso: – Jesus te recompense, filho meu, pelo papel que desempenhaste nesta jornada de libertação. Nunca te esqueças de que o amor vence todo ódio e de que o bem aniquila todo mal.
«Quis responder, esclarecendo que somente a mim, discípulo inábil, cabia o dever de gratidão; todavia, incoercível emotividade prendeu-me a voz.
«O orientador, no entanto, leu-me no olhar os sentimentos mais profundos e sorriu, em retirada. Elói, também, rumou para longe, em busca de outros sectores.
«E voltando, sozinho, ao meu domicílio espiritual, roguei, chorando: – Mestre de Bondade infinita, não me abandones! Ampara-me a insuficiência de servo imperfeito e infiel!
«Em torno, reinava insondável e sublime silêncio. Mas, enquanto o horizonte se tingia de rubro. preludiando a festa da aurora, a estrela matutina brilhava, tremeluzindo aos meus olhos, qual celeste resposta de luz»

DESEJAMOS UMA BOA LEITURA!

Carmen, 2011.Mar01.AELA-Destaques

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