domingo, 13 de março de 2011

A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR, A DEUS O QUE É DE DEUS !!!!!!

Muita gente vê no Evangelho apenas “revelação de fé”. Nem todos os crentes, podendo-se englobar adeptos das diferentes religiões cristãs, percebem o sentido humano do Evangelho. É verdade que o Evangelho trata dos problemas humanos sem separar estes problemas da ordem geral, isto é, a ordem divina a que estão ligados os dois planos: espiritual e material.

A diferença mais característica entre o Evangelho e algumas doutrinas modernas, quanto aos fatos sociais é a seguinte: para certas doutrinas, a solução material nada tem a ver com a vida espiritual; para o Evangelho, porém a vida física não está, como se supõe, inteiramente desligada da vida espiritual. Os problemas humanos, portanto, embora pertençam à terra, devem estar subordinados  à lei moral, que emana de Deus. Isto quer dizer, segundo o Evangelho, que os assuntos deste mundo, embora sejam de natureza material. Devem ser resolvidos com dignidade, sem se ferir a lei moral.

Na prática, o ensino evangélico deve ser ilustrado da seguinte forma: qualquer indivíduo pode trabalhar, aplicar a inteligência e ganhar dinheiro; mas, se não tiver enriquecido por meios ilícitos, estará contrariando a lei moral.

Não se diga, para justificar negócios indignos, que o Cristo mandou dar a César o que era de César e a Deus o que era de Deus, como que estabelecendo separação absoluta entre as coisas da terra e as do mundo espiritual. Sofisma, simplesmente. O espírito da lição evangélica é ensinar a harmonia e nunca a separação radical entre o espírito e a matéria. Recomendar harmonia entre uma coisa e outra não é dizer que as duas coisas estão inteiramente separadas. Há muito raciocínio forçado, ao pé da letra do Evangelho, para encobrir a falta de escrúpulo dos indivíduos que, enganando  ao mundo, pensam que podem, também, enganar a Deus.

Deolindo Amorim,  “O Espiritismo e os problemas humanos”

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