segunda-feira, 1 de março de 2010

Nós cremos

NÓS CREMOS

Assim se inicia o artigo 2 do capítulo terceiro do catecismo da Igreja Católica

Sem dúvida que, dito no plural é a fé da Igreja, tida como comunidade unida no mesmo ideal religioso, mas pode aplicar-se de forma mais abrangente, a todas as comunidades cuja fé se alicerça na esperança de um dia atingir a perfeição espiritual e para cujo objectivo trabalhamos todas as vidas.
Sim; em comunidade porque a fé é um acto pessoal enquanto resultado da expressão do livre arbítrio mas não é um acto isolado pois ninguém vive só e ninguém se deu a fé.
A fé é-nos "mostrada" e é nosso mister transmiti-la.
Somos asim um elo na cadeia de crentes.
Mas acreditamos em quê?
No livro "Conversas com... princípio meio e fim" edições Paulistas, pode ler-se:
"A maioria dos pensadores modernos considera a fé como o acto de uma inteligência que toma consciência dos seus limites e, por isso, deixa o resto a cargo de um misterioso poder superior, que regeria o mundo e a sua própria existência.
...
Dá a impressão de que é necessário calar a voz da razão para se poder acreditar."
Pois bem; em primeiro lugar, penso eu, há que acreditar que a criação tem um objectivo e este é a glória de Deus e esta é o estado de perfeição que alcançaremos.
Deus cria o mundo a partir da sua própria vontade e por amor quis fazer as criaturas participantes do seu ser, da sua sabedoria e da sua bondade.
Mas não é só isto. A fé não consiste apenas em acreditar que Deus existe. Os apóstolos não tinham dúvidas nesse aspecto e Jesus exigia-lhes mais e censurava-lhes a falta de fé.
A fé tem de ser racional e só o conhecimento contribui para associar a fé à razão
A fé é a constante procura de conhecimento que leve ao esclarecimento pois um dos atributos da fé é a dúvida.
Disse Bernanos"a fé são vinte e quatro horas de dúvida menos um minuto de esperança" e Miguel de Unamuno afirmou que uma fé sem dúvidas é uma fé morta.
Portanto, a busca tem de ser constante.
E todos passaremos por sentir esta necessidade; o nosso momento vai chegar,porque a fé é de todos sem excepção, mas o momento de fazermos eco depende do nosso estado de crescimento espiritual.
É a parábola do semeador:
- ou estamos à beira do caminho
- o estamos em sítios pedregosos
- ou estamos em sítios com espinhos
- ou finalmente estamos no local certo e de coração aberto e constituimos a boa terra para que a semente germine

Guilherme

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