terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A DEPRESSÃO CHEGA QUANDO MENOS SE ESPERA !


O suicídio do guarda-redes internacional alemão Enke (ex-guarda-redes do Benfica) deixou o meio  desportivo internacional em estado de choque. Enke tinha 32 anos.
O futebolista deixou uma carta de despedida à família antes de se dirigir para a passagem de nível de Neustadtam Rubenberge - nos arredores de Hannover, a curta distância da campa de Lara, a filha única, falecida em 2006, vítima de problemas cardíacos. O suicídio foi o capítulo final de um vida de "graves depressões", confirmadas pelo médico do jogador, Valentin Makser. Esta foi uma das várias notícias, que a propósito do sucedido, foram relatadas em jornais de diversos países.
Não fosse o facto de Enke ser um desportista internacional, o seu suicídio passaria completamente despercebido a muita gente, tal como despercebidos passam os incontáveis suícídios de pessoas com graves depressões e que decidem terminar a sua vida por não conseguirem suportar a pressão emocional com que são confrontadas.
Recentes notícias nacionais apontam para o facto de que “a depressão afecta 6 a 10% da população idosa em Portugal. A doença no País é pouco diagnosticada entre os mais velhos, mas é mais agressiva, podendo até provocar AVC. Tristeza e apatia ainda são considerados sintomas normais da terceira idade."
"Um dos grandes problemas da depressão geriátrica é a dificuldade de diagnóstico. Alguns médicos consideram que a tristeza e a apatia sentida por alguns idosos é característica da idade e não um sinal de depressão", alertou um  especialista.
A depressão é hoje considerada como um dos principais flagelos de saúde no século XXI, existindo dados, há muito avançados pela Organização Mundial de Saúde, que apontam para que 12 % da população mundial sofra de depressão crónica, afectando pessoas de todas as idades, desde a infância à terceira idade.
O termo depressão é dado a alguns equívocos. Geralmente, é confundido com a melancolia ou com a tristeza. A melaconlia pode ser considerada como uma tristeza suave, sendo também um estado psíquico. Por seu lado, a tristeza é uma emoção presente na vida de qualquer pessoa e que, em determinadas situações, em conformidade com a sua intensidade e duração, não necessitará do recurso a tratamento médico. A depressão é uma situação mais grave. Ter sentimentos depressivos é comum, sobretudo após experiências ou situações que nos afectam de forma negativa. No entanto, se os sintomas se agravam e prolongam por mais de duas semanas consecutivas, convém procurar ajuda. E aqui importa precisar que todos nós, de forma diferentes, já conhecemos episódios depressivos.
Normalmente o depressivo não compreende a sua situação, esta sendo mais facilmente detectada por amigos e familiares próximos de si.. O depressivo compreendendo que está nessa situação deve recorrer a ajuda especializada: o seu médico de família, psicólogo, psiquiatra ou psicoterapeuta.
As causas ou os factores de risco da depressão diferem muito de pessoa para pessoa. Porém, é possível afirmar-se que há factores que influenciam o aparecimento e a permanência de episódios depressivos, destacando-se, entre outros, os seguintes; Pessoas com episódios de depressão no passado; com história familiar de depressão; que sofrem um qualquer tipo de perda significativa; com doenças crónicas; que coabitam com um familiar portador de doença grave e crónica e pessoas idosas.
Os especialistas quando pretendem elaborar um diagnóstico procuram os seguintes sintomas; psíquicos,  fisiológicos e  as alterações comportamentais.
          Do ponto de vista da Doutrina Espírita, a abordagem da depressão é feita de uma forma mais ampla onde, para além dos factores biológicos, psicológicos e sociais, surgem os factores espirituais que são particularmente importantes para nós.
       O ser humano é um espírito eterno revestido de um corpo físico. Cada um de nós é uma individualidade imortal a qual, no decurso do seu processo evolutivo e nas sucessivas reencarnações, vai experienciando diversas vivências que se vão acumulando no nosso inconsciente profundo.
A depressão tem um núcleo principal, ou seja uma causa principal, a volta dos quais giram os pensamentos do depressivo. É aqui que reside o essencial do problema. Essa causa, que em psicologia se pode chamar de complexo, não estando devidamente identificada e não sendo por nós controlada, provoca inevitavelmente um enorme desgaste psíquico, ou por outras palavras a nossa energia psíquica é consumida de uma forma descontrolada.
É importante, pois, que o depressivo procure encontrar essa causa principal, não o podendo fazer sozinho, deve recorrer a ajuda especializada.
No livro “O AMOR COMO SOLUÇÃO”, no capítulo 22, Doenças da alma, do espírito Joanna de Ângelis e psicografia de Divaldo de Franco, a autora espiritual refere o seguinte:
“A causa de todo o transtorno e disfunção grave que tenha lugar na organização celular do ser humano ou nos tecidos delicados da sua psique, encontra-se fixada no espírito, o incansável desbravador dos horizontes inconquistados do progresso, que os insculpe como necessidades evolutivas.
Enfermidades, portanto, é resultado de inarmonia das vibrações emitidas pelo ser pensante.
Essas ondas incessantes, que partem do dínamo mental gerador, interferem, desde a concepção, no instrumento fisiológico, gerando distúrbios psicológicos, psiquiátricos e orgânicos.”
Este pequeno texto permite identificar a depressão como sendo uma doença da alma que se desperta pela maneira do indivíduo pensar (resultante do seu psiquismo) e agir, manifestando através do processo de somatização os mais diversos sintomas causados pelos vários factores internos e externos.
Na abordagem espírita os efeitos da depressão no nosso organismo têm como causa o espírito eterno. E importa compreender que tudo tem a sua origem no plano dos nossos pensamentos, gerados no nosso campo mental. A reeducação desses pensamentos afigura-se importante, para que as nossas emoções e os nossos sentimentos ao surgirem estejam controlados na sua intensidade.
E importa ter presente que a depressão pode dar origem a um processo obsessivo, devido à criação de um campo mental propício a que entidades inferiores se sintonizem com o depressivo. E a partir dessa sintonização, o problema complica-se com quadros obsessivos de difícil solução os quais, no extremo, podem conduzir ao suicídio.

Instalada a obsessão impõe-se uma ajuda espiritual especializada que possa responder ao problema.     Neste particular, o recurso a um Centro Espírita credível e competente, poderá ser o início de um processo de recuperação do depressivo, onde a principal componente será a sua transformação moral, que só ele próprio poderá concretizar. Isto, sem prejuízo de a ajuda médica específica poder e dever coexistir com o tratamento espiritual.


João Batista


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