quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A Oração e o poder da Oração

(Trabalho elaborado por aluno do 2º Curso sobre Doutrina Espírita - Nível 1)

Este trabalho foi efectuado principalmente por uma necessidade cada vez mais crescente que lateja cá dentro, em momentos de aflição, em momentos de alegria, na alimentação, ao deitar e ao levantar ou simplesmente numa conversa. Confesso que como aprendiz de iniciante ainda tenho necessidade de um local e de um tempo certo para me dedicar a tamanho alimento interior, que sinto se propagar para o exterior também, quando a vontade surge de puros sentimentos, muito embora a coragem de me dirigir a Deus ao final do dia, se dissipe na vergonha da analise moral de meus pensamentos e acções, limitando-me por vezes a breves palavras de agradecimento pelas oportunidades renovadas a cada dia que Deus me concede neste mundo para tentar melhorar o meu eu ainda perverso, materialista e egoísta.
Nas orações que vos escuto, tento retirar o máximo de aprendizado não em palavras mas em sentimentos, em exemplos de dedicação e de entrega, que me fazem recordar os meus compromissos.

Hoje, as minhas orações não são mais as palavras ritmadas e ocas de sentimento. Silenciosas, elas transportam o que aprendi até aqui e não peço mais ao Pai o que desejo, mas força para que tenha coragem de enfrentar de pé tudo aquilo que necessito para o meu aprendizado. Aprendi pela parca experiência mediúnica o poder que uma oração sentida tem sobre um irmão em sofrimento, aprendi a respeitar a oração pelo que ela É e pelos benefícios que me sinto trazer, pelos benefícios que tantos outros testemunharam em si e nos outros também. Aprendi que a oração é agradecimento, realização mas sobretudo transformação.

Este trabalho tem por base a recolha de vários excertos recolhidos das obras:
» A metafísica do Cristianismo de Humberto Rohden
» O Evangelho Segundo o Espiritismo
E
» Canções e Hinos Mediúnicos

O Que é Orar? – Humberto Rohden, diz-nos que “ Todas as religiões do mundo são unânimes em recomendar a oração. É este talvez o único ponto em que não há heresias. Paganismo, judaísmo, islamismo, cristianismo – todos praticam oração.
Muitas pessoas só entendem por orar pedir algo a Deus; só se lembram de orar quando estão em apuros, quando as coisas da vida vão mal; mas quando tudo vai bem, não acham necessário orar. (…)
Mas para os homens de experiencia profunda, orar não é primariamente pedir algo – é realizar alguém, é auto-realização (…) eles compreendem a ordem do Mestre “ orai sempre, e nunca deixeis de orar “, como se alguém lhes dissesse: respirai sempre, e nunca deixeis de respirar, porque sem respiração não podeis viver.
“ Orar “ é derivado da palavra latina os ( genitivo: oris ) que quer dizer boca. Orar é abrir a boca.
A alma que ora crea uma abertura rumo ao infinito, porque está com fome e espera receber alimento de Deus. Rezar, isto é, recitar consiste em actos intermitentes – ao passo que orar é uma atitude permanente da consciência. E, por ser atitude vital, é compatível com qualquer ocupação exterior.“
A vida de Jesus é essencialmente uma vida de oração permanente. A primeira palavra que o Evangelho refere de Jesus, aos doze anos, revela atitude de oração: “ Não sabíeis que eu devo estar nas coisas que são de meu Pai? “ Essas “ coisas do Pai “ se referem aos três dias que o menino passou em silêncio e oração.
Uma das últimas palavras de Jesus agonizante é uma oração: “ Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito “.
Antes de iniciar a sua vida pública, retira-se Jesus ao deserto e passa quarenta dias em oração.
Durante os três anos da sua vida pública, referem os evangelhos a cada passo: “ Ao por do sol retirou-se Jesus a um monte e passou toda a noite em oração com Deus “.
A sua transfiguração no Tabor, ocorre durante a oração.
A sua agonia, no Getsemani, é acompanhada de oração, e ele pede a seus discípulos que orem.
Na santa ceia, o Mestre ora.
Orar era para ele, um estado permanente de consciência cósmica, uma vivencia na realidade do Cristo, obliterando quase totalmente a consciência telúrica do seu Jesus humano.
No Capitulo vinte e oito do Livro dos Espíritos, Kardec diz-nos que Jesus definiu claramente as qualidades da prece quando recomendou que ao orar não nos puséssemos em evidência; que orássemos em segredo, sem afectação e sem muitas palavras, porque não será pela extensão da prece que seremos ouvidos, mas pela sinceridade com que for feita.
A prece é recomendada por todos os espíritos, renunciar à prece é desconhecer a bondade de Deus; é abrir mão da sua assistência em benefício próprio, bem como no de seus semelhantes. O homem que não se sente suficientemente bom para exercitar uma influência salutar, nem por isso deve abster-se de rogar pelos outros, com a ideia de que não é digno de ser ouvido. A consciência de sua inferioridade é prova de humildade, sempre agradável a Deus, que leva em consideração a caridosa intenção que o anima. A prece não ouvida é a do orgulhoso, que acredita em seu poder e em seus méritos, e que supõe poder sobrepor-se à vontade de Deus.
Os espíritos têm dito sempre: “ O pensamento é tudo; a forma de nada vale “. Orai pois conforme as vossas convicções e do modo que mais vos emocione;
A principal condição da prece é ser clara, simples e concisa, sem frases inúteis nem luxo de adornos; cada vocábulo deve ter sua função, despertar uma ideia, tocar uma fibra, numa palavra, deve fazer-nos raciocinar.
H.Castro Lopo, no livro canções e Hinos mediúnicos nos diz que “ Os cânticos espirituais…são uma bela forma de orar! Porem para isso não basta que saibamos a música e a letra; o mais importante é que, ao cantar-mos, nos concentremos no significado das palavras que pronunciamos, deixando que, com elas, fomentemos vibrações de amor em nossos corações. Sem isso, será tudo menos rezar, pois só desta forma, rezaremos cantando.
Sempre que cantamos o hino de qualquer destas Associações, formamos uma poderosa egrégora, estando a emitir fluidos de fraternidade, na direcção dessa mesma associação, beneficiando não só os seus componentes, mas também a união entre todos, contagiando os seus agregados e através destes, uma parcela sempre crescente de toda a humanidade.”

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