sábado, 5 de fevereiro de 2011

Em Destaque - A Reencarnação de Gabriel Delanne


Na Introdução observamos a seguinte transcrição que parece aludir ao tema geral deste livro:

- «A imortalidade – disse Pascal – importa-nos de tal forma, e tão profundamente nos toca, que é preciso ter perdido todo o senso, para ficar indiferente ao seu conhecimento.
«A necessidade de perscrutar nosso destino tem sido a preocupação de inumeráveis gerações, pois as grandes revoluções que transformaram as sociedades foram feitas por chefes religiosos. Entretanto, em nossos dias, reina a incerteza na maioria de nossos contemporâneos, a respeito de tão importante assunto, porque a Religião perdeu grande parte de sua autoridade moral e viu diminuir seu poder sugestivo»

A seguir a essa Introdução esta obra está dividida em 14 capítulos intitulados:

REVISTA HISTÓRICA SOBRE A TEORIA DAS VIDAS SUCESSIVAS - AS BASES CIENTÍFICAS DA REENCARNAÇÃO - A ALMA ANIMAL - A INTELIGÊNCIA ANIMAL - AS FACULDADES SUPRANORMAIS NOS ANIMAIS E SEU PRINCÍPIO INDIVIDUAL - A MEMÓRIA INTEGRAL - AS EXPERIÊNCIAS DE RENOVAÇÃO DA MEMÓRIA - A HEREDITARIEDADE E AS CRIANÇAS-PRODÍGIO - ESTUDOS SOBRE AS REMINISCÊNCIAS - AS RECORDAÇÕES DE VIDAS ANTERIORES - OUTROS FACTOS QUE IMPLICAM A LEMBRANÇA DE VIDAS ANTERIORES - OS CASOS DE REENCARNAÇÃO ANUNCIADA ANTECIPADAMENTE - VISTA DE CONJUNTO DOS ARGUMENTOS QUE MILITAM EM FAVOR DA REENCARNAÇÃO e a CONCLUSÃO.

A seguir foram seleccionadas algumas passagens com a finalidade de poderem ser demonstrativas do estilo do autor e da sua abordagem temática neste livro:

- «O grande mérito dos magnetizadores espiritualistas e dos espiritistas é o de haver tentado fazer com que o estudo da alma humana passasse do domínio da Psicologia propriamente dita para o da observação científica, pela verificação das manifestações objectivas do ser pensante.
«Durante todo o século XIX, a filosofia oficial encantonou-se no domínio da introspecção, esquecendo, sistematicamente, os numerosos e interessantes factos das acções extra-sensoriais do ser humano. Graças, porém, à Sociedade Inglesa de Pesquisas Psíquicas foi estabelecido, agora, que a telepatia é uma realidade indiscutível, que a clarividência, quer durante o sono, quer em estado de vigília, é bem real e, enfim, que a previsão do futuro foi muitas vezes averiguada.
«Essas faculdades pertencem, propriamente, à alma, e não se podem explicar por nenhuma propriedade fisiológica do corpo.
«Tais verificações são de importância considerável, mas esses descobrimentos são ultrapassados, ainda, pelo do corpo fluídico da alma, a que os espiritistas chamam perispírito. Esse corpo espiritual foi suspeitado em todas as épocas, porque os hindus já lhe chamavam Linga Sharira; os hebreus, Néphesph; os egípcios, Ka ou Baï; os gregos, Ochéma; Pitágoras, o carro sutil da alma ou Eïdolon; o filósofo Cudworth, o mediador plástico; e os ocultistas, o corpo astral.
«Esse duplo do organismo foi assinalado pelos sonâmbulos, que o viram sair do corpo material no momento da morte, ou desprender-se de si próprios, quando eles se exteriorizavam. É esse princípio intermediário entre o espírito e a matéria que individualiza a alma; permite àquele conservar a consciência e a lembrança depois da morte, do mesmo passo que, durante a vida, mantém o tipo corporal, o entretém e o repara durante toda a existência. Vou, pois, tratar ligeiramente dos diferentes géneros de provas que possuímos, para estabelecer a realidade desse organismo supra-sensível, ainda tão desconhecido da Ciência atual»

- «Devo à amabilidade de Gastin, o eminente ocultista muito conhecido, a relação seguinte: Caro Sr. Delanne, Tenho o prazer de confirmar a curiosa experiência que obtive há alguns anos, de maneira inteiramente inesperada.
«Foi em 1906. Eu morava ainda em Avignon, e já me ocupava muito com o estudo sistemático dos fenómenos psíquicos, fora de qualquer doutrina ou teoria. Não chegara a ter opinião a respeito do valor da hipótese espiritualista, e minhas tendências positivistas inclinavam-me a ver na sugestão e na auto-sugestão uma explicação suficiente de todo fenomenismo psíquico e parapsíquico. Ia frequentemente a Romans, onde morava meu tio com uma família de espíritas composta de pai, mãe e duas moças, das quais não tive nenhum trabalho em fazer dois pacientes. Na esperança de obter uma fiscalização mais séria do fenómeno, adormeci simultaneamente as duas moças e procurei obter com elas factos de vidência sonambúlica, enquanto meu tio, médium psicográfico, recebia comunicações a alguns passos de distância.
«Aimée, a mais moça das pacientes, apresentava frequentes e muito interessantes manifestações de sonambulismo lúcido. A mais velha, Juliette, ao contrário, não apresentava qualquer fenómeno interessante: ficava em uma espécie de letargia inconsciente, donde a tirava, em vão, abrindo-lhe os olhos e encarando-a. Sobrevinha um estado cataleptóide e ela fechava os olhos, logo que o meu olhar, por qualquer razão, os deixava. Fora desse caso banal, absolutamente nada me fazia esperar uma realização qualquer, na ordem experimental, com essa paciente medíocre. A perda da consciência era, entretanto, evidente.
«Um dia, renovei uma experiência, em vão tentada muitas outras vezes, aliás sem um fim preciso, quando as duas irmãs estavam adormecidas, e meu tio, à mesa, diante do papel; aproximei-me de Juliette, abri-lhe os olhos e a encarei como de costume; diz-me ela, então, bruscamente, com o ar surpreso: - Como é curioso, não o vejo mais, ou antes, vejo-o envelhecido, calvo, com o olhar severo. Mas não é o senhor, é antes sua expressão; é um velho que se lhe assemelha, e atrás desse rosto, frio e severo, que me espanta, eu o vejo, tal como o conheço, vivo e sorridente.
«Tendo-lhe pedido maiores detalhes, Juliette acrescentou: - Ah, o rosto do velho desapareceu, mas outro o substitui»

E terminamos com a transcrição seguinte:

- «Minhas gémeas, que já passaram de alguns anos a idade da primeira Alexandrina, estão bem desenvolvidas, física e moralmente. «Continuam a ser muito diferentes, uma da outra, e quanto ao físico parecem de idade diversa, visto que Maria Pace é dum porte muito mais elevado e robusto que Alexandrina. Esta continua a parecer-se com a outra, de maneira surpreendente; tem os mesmos hábitos; é sempre canhota, com grande desespero da governanta, que busca sempre corrigi-la. As duas meninas são, aliás, muito inteligentes e não têm as mesmas inclinações. Maria é mais inclinada às ocupações domésticas e Alexandrina às coisas espirituais. Maria ocupa-se com as bonecas e a outra com os livros. Alexandrina, apesar de esperta, costuma concentrar-se em uma espécie de meditação, que, muitas vezes, produz reflexões acima de sua idade.
«Descreverei, agora, dois factos: 1º – A primeira Alexandrina morreu de meningite; a doença começou por dores de cabeça. Ora, a atual Alexandrina tem um medo extraordinário à mais ligeira dor de cabeça.
2º – Há dois anos, dissemos às gémeas que as levaríamos em excursão a Monreale. Em Monreale há a mais bela igreja normanda do mundo. E minha mulher acrescentou: – Vocês vão ver coisas que nunca viram.
Alexandrina respondeu: – Mas, mamãe, eu conheço Monreale, já vi.
Minha mulher, então, fez-lhe notar que ela nunca fora a Monreale. A criança replicou: – Sim... já fui... Não te lembras que havia uma grande igreja com uma estátua (homem) muito grande, no telhado, com os braços abertos? E ela fazia o gesto com os braços […]
«Eis o facto em toda a sua simplicidade infantil. Como a pequena se obstinasse nessas três lembranças, para provar-nos que já tinha ido a Monreale, não insistimos, porque naquela idade é fácil sugestionarem as crianças com perguntas. Assim, contentamo-nos em ouvir-lhe as narrativas e evitamos qualquer alusão à outra Alexandrina»

DESEJAMOS UMA BOA LEITURA!

Carmen, 2011.Fev01.AELA-Destaques

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