sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O aperfeiçoamento do espírito

«8. Para cooperar, como agentes do poder divino, com a obra dos mundos materiais, os Espíritos revestem-se temporariamente de um corpo material. Pelo trabalho de que sua existência corpórea necessita, eles aperfeiçoam sua inteligência e adquirem, observando a lei de Deus, os méritos que devem conduzi-los à felicidade eterna.
«9. A encarnação não foi imposta ao Espírito, no princípio, como uma punição; ela é necessária ao seu desenvolvimento e para a realização das obras de Deus, e todos devem resignar-se a ela, tomem o caminho do bem ou do mal; só que os que seguem o caminho do bem, avançando mais
rapidamente, demoram menos a chegar ao fim e lá chegam em condições menos penosas.
«10. Os Espíritos encarnados constituem a humanidade, que não está circunscrita à Terra, mas que povoa todos os mundos disseminados pelo espaço.
«11. A alma do homem é um Espírito encarnado. Para auxiliá-lo no cumprimento de sua tarefa; Deus lhe deu, como auxiliares, os animais; que lhe são submissos e cuja inteligência e caráter são proporcionais às suas necessidades.
«12. O aperfeiçoamento do Espírito é o fruto de seu próprio trabalho; não podendo, em uma única existência corpórea, adquirir todas as qualidades morais e intelectuais que devem conduzi-lo ao objectivo, ele aí chega por uma sucessão de existências, dando em cada uma delas alguns passos adiante no caminho do progresso.
«13. Em cada existência corpórea o Espírito deve cumprir uma missão proporcional a seu desenvolvimento; quanto mais ela for rude e laboriosa, maior seu mérito em cumpri-la. Cada existência é, assim, uma prova que o aproxima do alvo. O número de suas existências é indeterminado. Depende da vontade do Espírito de abreviá-las, trabalhando activamente em seu
aperfeiçoamento moral; assim como depende da vontade do operário que tem de realizar um trabalho abreviar o número de dias para sua execução.
«14. Quando uma existência foi mal empregada, não aproveitou o Espírito, que deve recomeçá-la em condições mais ou menos penosas, em razão de sua negligência e de sua má vontade; assim é que, na vida, podemos ser obrigados a fazer no dia seguinte o que não fizemos no anterior, ou a refazer o que fizemos mal.
«15. A vida espiritual é a vida normal do Espírito: ela é eterna; a vida corpórea é transitória e passageira: é apenas um instante na eternidade.
«16. No intervalo de suas existências corpóreas, o Espírito é errante. Não por duração determinada; nesse estado o espírito é feliz ou infeliz de acordo com o bom ou mau emprego de sua última existência; ele estuda as causas que apressaram ou retardaram seu desenvolvimento; toma resoluções que tentará pôr em prática na próxima encarnação e escolhe, ele mesmo, as provas que considera mais adequadas ao seu progresso; mas algumas vezes ele se engana, ou sucumbe não mantendo como homem as resoluções que tomou como Espírito»

Allan Kardec, O ESPIRITISMO EM SUA EXPRESSÃO MAIS SIMPLES, pp. 11-12

Sem comentários:

Enviar um comentário

TÍTULOS EM DESTAQUE