segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011


(Resumo de Psicografia ditada pelo Espírito Simone a Vera Lúcia Marinzeck do Livro O Que Encontrei do Outro Lado da Vida)
Simone, desde sempre sentiu o instinto de suicídio, era pouco social, amarga e antipática, dedicando-se aos estudos tornou-se médica. Desde pequena sentia vultos e em sonhos repetidamente ouvia vozes.
«A voz dizia-me mais ou menos assim:
“Faça o bem, seja boa e se livrará dos que a perseguem. Você tem em sua profissão a arma para defender-se, se usá-la para o bem, fazendo caridade; ou a brecha para a sua perdição.”».
Até frequentou um Centro Espírita, mesmo gostando não voltou lá.
Certa vez decidiu pôr termo à vida, para que parecesse morte natural, como se fosse um derrame, tomou uma dose forte de insulina, mas a dose não foi suficiente e lesou o cérebro de modo irreversível, tornou-se um vegetal, não entendia, não falava nem se movia. Neste tempo sofria, pois sentia os seus perseguidores, eram doze presenças, que a faziam sofrer, era uma obsessão.
Noutra encarnação cometeu actos médicos que provocaram mortes, a troco de dinheiro, não socorria aos que não podiam pagar, não deu valor aos afectos e deles abusara.
Teve nesta vida a oportunidade de resgatar os erros passados, mas não o fez.
Entretanto estava a ser ajudada, davam-lhe passes e falavam-lhe, aconselhando-a à oração, ao arrependimento e a pedir perdão a Deus.
Arrependeu-se sinceramente do seu acto, pediu a Deus perdão e ao seu protector e perdoou-se. Desencarnou e foi socorrida num hospital de socorro a suicidas. Melhorou, estudou e agora trabalha ajudando os necessitados.
Muitos suicidas vagam sem consolo, sofrendo horrores, nos vales, nas furnas do Baixo Umbral.
«Porque a meu ver, não existe dor maior que a sentida pelo suicida. Nenhum motivo justifica tal ato, cujo sofrimento parece eterno, infindável, e só com a bênção da reencarnação podemos esquecer nosso erro, ter paz e força para recomeçar.
Agradeço a todos os que me ajudaram, ao Pai Misericordioso pela infinita bondade e amor dando sempre aos seus filhos a oportunidade do recomeço.
Que Deus seja louvado!
Também louvo as pessoas encarnadas e desencarnadas que não desprezam os suicidas, mas os orientam; não os criticam nem os condenam – ajudam.»

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Allan Kardec - Incrédulos e crentes


«uma categoria a que chamaremos incrédulos por decepções. Abrange os que passaram de uma confiança exagerada à incredulidade, porque sofreram desenganos. Então, desanimados, tudo abandonaram, tudo rejeitaram. Estão no caso de um que negasse a boa-fé, por haver sido ludibriado. Ainda aí o que há é o resultado de incompleto estudo do Espiritismo e de falta de experiência. Aquele a quem os Espíritos mistificam, geralmente é mistificado por lhes perguntar o que eles não devem ou não podem dizer, ou porque não se acha bastante instruído sobre o assunto, para distinguir da impostura a verdade. Muitos, aos demais, só vêem no Espiritismo um novo meio de adivinhação e imaginam que os Espíritos existem para predizer a sorte de cada um. Ora, os Espíritos levianos e zombeteiros não perdem ocasião de se divertirem à custa dos que pensam desse modo. É assim que anunciarão maridos às moças; ao ambicioso, honras, heranças, tesouros ocultos, etc. Daí, muitas vezes, desagradáveis decepções, das quais, entretanto, o homem sério e prudente sempre sabe preservar-se […] Uma classe muito numerosa, a mais numerosa mesmo de todas […] é a dos incertos. São, em geral, espiritualistas por princípio. Na maioria deles, há uma vaga intuição das ideias espíritas, uma aspiração de qualquer coisa que não podem definir. Não lhes falta aos pensamentos senão serem coordenados e formulados. O Espiritismo lhes é como que um traço de luz: a claridade que dissipa o nevoeiro. Por isso mesmo o acolhem pressurosos, porque ele os livra das angústias da incerteza.
[…] Se, daí, projectarmos o olhar sobre as diversas categorias de crentes, depararemos primeiro com os que são espíritas sem o saberem. Propriamente falando, estes constituem uma variedade, ou um matiz da classe precedente. Sem jamais terem ouvido tratar da Doutrina Espírita, possuem o sentimento inato dos grandes princípios que dela decorrem e esse sentimento se reflecte em algumas passagens de seus escritos e de seus discursos, a ponto de suporem, os que os ouvem, que eles são completamente iniciados. Numerosos exemplos de tal fato se encontram nos escritores profanos e sagrados, nos poetas, oradores, moralistas e filósofos, antigos e modernos […] Entre os que se convenceram por um estudo directo, podem destacar-se:
1º Os que crêem pura e simplesmente nas manifestações. Para eles, o Espiritismo é apenas uma ciência de observação, uma série de fatos mais ou menos curiosos. Chamar-lhes-emos espíritas experimentadores.
2º Os que no Espiritismo vêem mais do que factos; compreendem-lhe a parte filosófica; admiram a moral daí decorrente, mas não a praticam. Insignificante ou nula é a influência que lhes exerce nos caracteres. Em nada alteram seus hábitos e não se privariam de um só gozo que fosse. O avarento continua a sê-lo, o orgulhoso se conserva cheio de si, o invejoso e o cioso sempre hostis. Consideram a caridade cristã apenas uma bela máxima. São os espíritas imperfeitos.
3º Os que não se contentam com admirar a moral espírita, que a praticam e lhe aceitam todas as consequências. Convencidos de que a existência terrena é uma prova passageira, tratam de aproveitar os seus breves instantes para avançar pela senda do progresso, única que os pode elevar na hierarquia do mundo dos Espíritos, esforçando-se por fazer o bem e coibir seus maus pendores. As relações com eles sempre oferecem segurança, porque a convicção que nutrem os preserva de pensarem praticar o mal. A caridade é, em tudo, a regra de proceder a que obedecem. São os verdadeiros espíritas, ou melhor, os espíritas cristãos.
4º Há, finalmente, os espíritas exaltados. A espécie humana seria perfeita, se sempre tomasse o lado bom das coisas. Em tudo, o exagero é prejudicial. Em Espiritismo, infunde confiança demasiado cega e frequentemente pueril, no tocante ao mundo invisível, e leva a aceitar-se, com extrema facilidade e sem verificação, aquilo cujo absurdo, ou impossibilidade a reflexão e o exame demonstrariam. O entusiasmo, porém, não reflecte, deslumbra […] Os meios de convencer variam extremamente, conforme os indivíduos. O que persuade a uns nada produz em outros; este se convenceu observando algumas manifestações materiais, aquele por efeito de comunicações inteligentes, o maior número pelo raciocínio»

Allan Kardec, O LIVRO DOS MÉDIUNS, 1ª pt, cap. III - § 25-29

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

CREAR x CRIAR

“Na natureza nada se CREA, nada se perde, tudo se transforma”
Antoine Laurent Lavoisier(1743-1794),
o pai da química moderna e o iniciador da complexidade

Lavoisier, ao estabelecer a sua lei, afirmou: "Numa reação química que ocorre em sistema fechado, a massa total antes da reação é igual à massa total após a reação", ou seja, "Numa reação química a massa se conserva porque não ocorre criação nem destruição de átomos. Os átomos são conservados, eles apenas se rearranjam. Os agregados atômicos dos reagentes são desfeitos e novos agregados atômicos são formados".
Na época daquele grande cientista existia um conflito etimológico entre crear e criar, que ocorreu episodicamente entre os séculos XVII e XIX, mantido por certos gramáticos até o início do século XX, os quais defendiam a distinção entre criar: alimentar, educar, fazer crescer (pessoas, animais, plantas) e crear: gerar do nada (como faz Deus) ou inventar do nada (como fazem os artistas)(1), como, por exemplo, Velazques creou As Meninas, Georges Cuvier creou a paleontologia e Heidegger creou o existencialismo alemão. 
Aceitando-se essa separação, em nível de cultura superior, Crear seria a manifestação de Essência na existência e criar a transição da existência para outra existência: Deus é o Creador (2 )do Universo; um fazendeiro é criador de gado (3).
Fruto dessa controvérsia a maioria dos países (4) adotou, em nível de cultura primária, o uso de crear para expressar crear e criar, à exceção da Espanha que até hoje utiliza crear e criar, separadamente.
Pode-se afirmar, então, que Deus Crea e os homens, em sua tridimensionalidade criam, quando envolve somente matéria.
Há que se registrar, também, que as palavras crear, creação, creador e creatura foram utilizadas nas questões 11, 21, 37, 38, 42 e 59, por exemplo, na edição de 1928 do Livro dos Espíritos (5).
Nesse contexto, há que se considerar, também, o mencionado na questão 728 do Livro dos Espíritos: “É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar. O que chamais destruição é apenas transformação que tem por objetivo a renovação e o melhoramento dos seres vivos”.

1 HOUAISS, Antonio. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa.
2 Palavra usada para designar Deus. CRUZ, Maury Rodrigues da. Cadernos de Psicofonias de 2007. Pelo Espírito Antonio Grimm. Curitiba: SBEE, 2008, p.148. Ver tb. questões 37 e 38 do Livro dos Espíritos.
3 ROHDEN, Huberto. Einstein – O Enigma do Universo. São Paulo: Martin Claret, 2006, p.11
4 O Brasil adotou somente criar.
5 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução Guillon Ribeiro. 14 ed. Rio de Janeiro: FEB, 1928.

 Oduvaldo Mansani de Mello - oduvaldomello@gmail.com

Teólogo Espírita e Membro de  Grupo Exercício Mediúnico a SBEE – Sociedade Brasileitra de Estudos Espíritas, Curitiba, Paraná, Brasil

Fonte: http://www.serespirita.com.br/

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Em Destaque - No Mundo Maior psicografia de Francisco C. Xavier


O livro, o 5º dos treze livros que constituem a Colecção A Vida no Mundo Espiritual, é uma obra psicografada pelo médium Francisco Xavier, comummente conhecido como Chico Xavier, e inspirada pelo Espírito de um médico sob o nome de André Luiz.

Este livro está dividido em 20 capítulos com títulos tão variados como:

ENTRE DOIS PLANOS - A CASA MENTAL - ESTUDANDO O CÉREBRO - O PODER DO AMOR – MEDIUNIDADE - PSICOSE AFECTIVA - APELO CRISTÃO - ALIENADOS MENTAIS ou REAPROXIMAÇÃO.

Em NA JORNADA EVOLUTIVA, é a vez de Emmanuel nos elucidar do seguinte:

- «Dos quatro cantos da Terra diariamente partem viajores humanos, aos milhares, demandando o país da Morte. Vão-se de ilustres centros da cultura europeia, de tumultuárias cidades americanas, de velhos círculos asiáticos, de ásperos climas africanos. Procedem das metrópoles, das vilas, dos campos...
«Raros viveram nos montes da sublimação, vinculados aos deveres nobilitantes. A maioria constitui-se de menores de espírito, em luta pela outorga de títulos que lhes exaltem a personalidade. Não chegaram a ser homens completos. Atravessaram o “maré magnum” da humanidade em contínua experimentação. Muita vez, acomodaram-se com os vícios de toda a sorte, demorando voluntariamente nos trilhos da insensatez. Apesar disso, porém, quase sempre se atribuíam a indébita condição de “eleitos da Providência”; e, cristalizados em tal suposição, aplicavam a justiça ao próximo, sem se compenetrarem das próprias faltas, esperando um paraíso de graças para si e um inferno de intérmino tormento para os outros. Quando perdidos nos intrincados meandros do materialismo cego, fiavam, sem justificativa, que no túmulo se lhes encerraria a memória; e, se filiados a escolas religiosas, raros exceptuados, contavam, levianos e inconsequentes, com privilégios que jamais nada fizeram por merecer.
«Onde albergar a estranha e infinita caravana? Como designar a mesma estação de destino a viajantes de cultura, posição e bagagem tão diversas?»

- «A missão de André Luiz é, porém, a de revelar os tesouros de que somos herdeiros felizes na Eternidade, riquezas imperecíveis; em cuja posse jamais entraremos sem a indispensável aquisição de Sabedoria e de Amor.
«Para isto, não lidamos em milagrosos laboratórios de felicidade improvisada, onde se adquiram dotes de vil preço e ordinárias asas de cera. Somos filhos de Deus, em crescimento. Seja nos campos de forças condensadas, quais os da luta física, seja nas esferas de energias subtis, quais as do plano superior, os ascendentes que nos presidem os destinos são de ordem evolutiva, pura e simples, com indefectível justiça a seguirmos de perto, à claridade gloriosa e compassiva do Divino Amor.
«A morte a ninguém propiciará passaporte gratuito para a ventura celeste. Nunca promoverá compulsoriamente homens a anjos. Cada criatura transporá essa aduana da eternidade com a exclusiva bagagem do que houver semeado e aprenderá que a ordem e a hierarquia, a paz do trabalho edificante, são características imutáveis da Lei, em toda parte»

Apresentamos, seguidamente, alguns excertos seleccionados e transcritos com objectivos de serem demonstrativas do estilo do autor e da sua abordagem temática nesta obra:

- «– Neste caso, porém, o choque aplicado pela ciência dos homens não surtiria vantagem alguma. Estamos perante o eclipse total da mente, pela total ausência da Lei com que se conduziu o interessado no socorro. A rectificação, aqui, reclama tempo. As águas pantanosas do mal, longamente represadas no coração, não se escoam facilmente. O plano mental de cada um de nós não é vaso de conteúdo imaginário: é repositório de forças vivas, qual o veículo físico de manifestação, que nos é próprio, enquanto peregrinamos na Crosta Planetária.
«– Não estamos, porém, cientificamente falando – indaguei –, diante de um caso típico de mongolismo?
«O Assistente respondeu sem se embaraçar: – Acompanhamos um fenômeno de desequilíbrio espiritual absoluto. Em situações raríssimas, teremos perturbações dessa natureza com causas substancialmente fisiológicas. Impossível é desconhecer, na esfera carnal, o paralelismo psicofísico. Quem vive na Crosta Terrestre terá sempre a defrontar com a forma perecível, em primeiro lugar. Daí, não podermos excluir da patologia da alma o envoltório denso, nem menosprezar a colaboração dos fisiologistas abnegados, que atentos se dedicam às investigações da fauna microscópica, do reajustamento das formas, do quadro dos efeitos. Não nos esqueçamos, contudo, que analisamos agora o domínio das causas...
«O desvelado amigo parecia disposto a prosseguir, dilatando-me os conhecimentos a respeito do assunto, quando ouvimos passos de alguém que se aproximava. Certo, a dona da casa vinha ao aposento da criança, à procura do socorro da oração»


- «Doloroso é, porém, verificar a desarmonia em que se afundam os homens, com sombrios reflexos nas esferas imediatas à luta carnal. Inúmeros movimentos libertadores estalaram através dos séculos, no anseio da vida melhor. Guerras sangrentas de povo contra povo, revoluções civis espalhando padecimentos inomináveis, têm sido alimentadas na Terra, no curso do tempo, em nome de princípios regeneradores, segundo os quais se abrem novas conquistas do direito do mundo; no entanto, o cativeiro da ignorância, no campo sexual, continua escravizando milhões de criaturas»

- «Compreendemos, desta arte, que na variação de nossas experiências adquirimos, gradativamente, qualidades divinas, como sejam a energia e a ternura, a fortaleza e a humildade, o poder e a delicadeza, a inteligência e o sentimento, a iniciativa e a intuição, a sabedoria e o amor, até lograrmos o supremo equilíbrio em Deus»

- «Nesse instante aproximou-se de nós enorme e bulhenta colmeia de sofredores. Tratava-se de tenebroso agrupamento de irmãos positivamente loucos. Falavam a esmo, comentando homicídios; rememoravam com palavras cruéis cenas indescritíveis de dor e de perversidade. Nenhum deles atinou com a nossa presença.
«Calderaro, muito sereno, conhecendo-me a curiosidade inveterada, informou: – Estes infelizes permanecem jungidos uns aos outros em obediência a afinidades quase perfeitas, e são contidos apenas pelas leis vibratórias que os regem […]
«Sintonizei-me na onda mental que ele oferecia […] o motivo que culminara no desvario: assassinara a esposa em pavorosas circunstâncias. Contudo, o mísero não transpirava arrependimento; acariciava o desejo de rever a vítima para supliciá-la, quantas vezes lhe fosse possível. Que tragédia se ocultava, ali, naquelas tormentosas reminiscências?
«Atónito, ergui os olhos para o Assistente, em muda interrogação […]
«Calderaro, percebendo-me a perplexidade, explicou: – Este bando de Espíritos miseráveis, que se movimentam como lhes é possível, é constituído de antigos negociantes terrenos, cujo exclusivo anseio foi amontoar dinheiro para satisfazer a própria cupidez, sem beneficiar a ninguém. O ouro, que transitoriamente lhes pertencia, jamais serviu para semear a gratidão num só companheiro de jornada humana. Famintos de fortuna fácil, inventaram mil recursos de monopolizar os lucros grandes e pequenos, em nada lhes interessando a paz do próximo. «Foram homens de pensamento ágil, sabiam voar mentalmente a longas distâncias […] criaram para si mesmos o mito frio e rígido do ouro, fundindo com ele a mente vigorosa e o tacanho coração... «Escravizados, agora, à ideia fixa de ganhar sempre, voam pesadamente aqui e acolá, dementados e confundidos, procurando monopólios e lucros que não mais encontrarão.
«Condoí-me»

- «Em breves segundos, tornávamos à Natureza, gozando a bênção do céu muito límpido. E enquanto o meu instrutor se refugiava em si mesmo, atento às responsabilidades do serviço, dei expansão a novos pensamentos, relativos à amplitude e à grandeza do império da justiça»

DESEJAMOS UMA BOA LEITURA!

Carmen, 2011.Fev15.AELA-Destaques

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

CORAGEM OU COVARDIA

(Resumo da Psicografia ditada pelo Espírito Sandra a Vera Lúcia Marinzeck do Livro O Que Encontrei do Outro Lado da Vida)
Sandra, vivia num ambiente familiar difícil, discussões permanentes, mudanças de casa e cidade. Infeliz, num acto impensado, cometeu suicídio, tomando veneno para ratos. O socorro não foi atempado, desencarnou.
«Mas não me sentia morta. Fiquei a ver e ouvir tudo, mas de modo confuso.(…) Vi e ouvi pessoas, comentários, o choro das amigas e de meu namorado, o desespero de minha mãe, irmãos, tios e avó. Sem conseguir entender o que de facto ocorria, fiquei desesperada. Fecharam o caixão e fez-se um terrível silêncio, a completa escuridão. Enterraram-me.»
Sandra neste desespero do desconhecimento ouvia uma voz que lhe apelava ao arrependimento, à oração, a pedir perdão e auxilio ao Pai. Assim aconteceu e foi auxiliada. Mas sentiu-se impelida e fugiu. Refugiou-se ao pé de uma vizinha sua (que era médium), que com os seus fluidos a foi perturbando, prejudicando-a, o que por sua vez também a fazia sofrer. A sua vizinha frequentava um Centro Espírita e lá Sandra recebeu passes, esclarecimentos através da doutrinação e foi encaminhada de novo ao posto de socorro para suicidas, denominado “Lar Senhora Esperança”.
Perguntaram-lhe um dia se um suicida era um covarde ou corajoso. Resolveu indagar junto de várias pessoas e chegou à conclusão que não era nem uma coisa nem outra, mas sim um acto puramente egoísta, pois nenhum motivo é justificável. Falou com Marília;
«(…) Se o sofrimento que sente o suicida após a morte do corpo fosse mais divulgado e a ele fosse dado crédito, isso daria medo aos corajosos que não temem matar seu corpo. E aos covardes que pensam em fugir de seus problemas, coragem para continuar vivendo encarnados
Deus não é injusto ao não nos dar o que queremos, nós é que devemos fazer por merecer o que desejamos. Aceitar as dificuldades e sofrimento com resignação.
«E que o espiritismo continue cada vez mais a elucidar a todos, encarnados e desencarnados, porque quem entende supera os problemas, o sofrimento é aceito, as dificuldades são recebidas com lições e agindo assim, o suicídio não será nem tentação.»
SUICÍDIO:
(O Céu e o Inferno – Capítulo V)
«O desespero é verdadeiro suicídio por minar as forças corpóreas, e quem abrevia os seus dias, no intuito de escapar mais cedo aos travos da dor, faz jus às mais cruéis decepções; deve-se, ao contrário, avigorar o corpo a fim de suportar mais facilmente o peso das provações.»

EMPREGO DA RIQUEZA

" As grandes concentrações de riqueza, que são, por assim dizer, o centro de preocupações da questão social, principalmente depois das duas últimas guerras, provocam o mais grave conflito com a ordem moral, exatamente porque não é na riqueza em si que está o mal, mas na injustiça com que são distribuídos os bens terrenos, na imoralidade dos monopólios e das concessões irregulares, responsáveis pela acumulação escandalosa de recursos e pela estagnação da vida económica.

Procuremos ainda uma vez, na doutrina espírita, a sabedoria da moral evangélica: " Que a fortuna vos tenha vindo da família, quer a tenhas ganho com o vosso trabalho, há uma coisa que não deveis esquecer nunca que e é que tudo promana de Deus.  (O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - Capítulo relativo ao emprego da riqueza)

DEOLINDO AMORIM, em " O Espiritismo e os problemas humanos"

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Em Destaque - A Reencarnação de Gabriel Delanne


Na Introdução observamos a seguinte transcrição que parece aludir ao tema geral deste livro:

- «A imortalidade – disse Pascal – importa-nos de tal forma, e tão profundamente nos toca, que é preciso ter perdido todo o senso, para ficar indiferente ao seu conhecimento.
«A necessidade de perscrutar nosso destino tem sido a preocupação de inumeráveis gerações, pois as grandes revoluções que transformaram as sociedades foram feitas por chefes religiosos. Entretanto, em nossos dias, reina a incerteza na maioria de nossos contemporâneos, a respeito de tão importante assunto, porque a Religião perdeu grande parte de sua autoridade moral e viu diminuir seu poder sugestivo»

A seguir a essa Introdução esta obra está dividida em 14 capítulos intitulados:

REVISTA HISTÓRICA SOBRE A TEORIA DAS VIDAS SUCESSIVAS - AS BASES CIENTÍFICAS DA REENCARNAÇÃO - A ALMA ANIMAL - A INTELIGÊNCIA ANIMAL - AS FACULDADES SUPRANORMAIS NOS ANIMAIS E SEU PRINCÍPIO INDIVIDUAL - A MEMÓRIA INTEGRAL - AS EXPERIÊNCIAS DE RENOVAÇÃO DA MEMÓRIA - A HEREDITARIEDADE E AS CRIANÇAS-PRODÍGIO - ESTUDOS SOBRE AS REMINISCÊNCIAS - AS RECORDAÇÕES DE VIDAS ANTERIORES - OUTROS FACTOS QUE IMPLICAM A LEMBRANÇA DE VIDAS ANTERIORES - OS CASOS DE REENCARNAÇÃO ANUNCIADA ANTECIPADAMENTE - VISTA DE CONJUNTO DOS ARGUMENTOS QUE MILITAM EM FAVOR DA REENCARNAÇÃO e a CONCLUSÃO.

A seguir foram seleccionadas algumas passagens com a finalidade de poderem ser demonstrativas do estilo do autor e da sua abordagem temática neste livro:

- «O grande mérito dos magnetizadores espiritualistas e dos espiritistas é o de haver tentado fazer com que o estudo da alma humana passasse do domínio da Psicologia propriamente dita para o da observação científica, pela verificação das manifestações objectivas do ser pensante.
«Durante todo o século XIX, a filosofia oficial encantonou-se no domínio da introspecção, esquecendo, sistematicamente, os numerosos e interessantes factos das acções extra-sensoriais do ser humano. Graças, porém, à Sociedade Inglesa de Pesquisas Psíquicas foi estabelecido, agora, que a telepatia é uma realidade indiscutível, que a clarividência, quer durante o sono, quer em estado de vigília, é bem real e, enfim, que a previsão do futuro foi muitas vezes averiguada.
«Essas faculdades pertencem, propriamente, à alma, e não se podem explicar por nenhuma propriedade fisiológica do corpo.
«Tais verificações são de importância considerável, mas esses descobrimentos são ultrapassados, ainda, pelo do corpo fluídico da alma, a que os espiritistas chamam perispírito. Esse corpo espiritual foi suspeitado em todas as épocas, porque os hindus já lhe chamavam Linga Sharira; os hebreus, Néphesph; os egípcios, Ka ou Baï; os gregos, Ochéma; Pitágoras, o carro sutil da alma ou Eïdolon; o filósofo Cudworth, o mediador plástico; e os ocultistas, o corpo astral.
«Esse duplo do organismo foi assinalado pelos sonâmbulos, que o viram sair do corpo material no momento da morte, ou desprender-se de si próprios, quando eles se exteriorizavam. É esse princípio intermediário entre o espírito e a matéria que individualiza a alma; permite àquele conservar a consciência e a lembrança depois da morte, do mesmo passo que, durante a vida, mantém o tipo corporal, o entretém e o repara durante toda a existência. Vou, pois, tratar ligeiramente dos diferentes géneros de provas que possuímos, para estabelecer a realidade desse organismo supra-sensível, ainda tão desconhecido da Ciência atual»

- «Devo à amabilidade de Gastin, o eminente ocultista muito conhecido, a relação seguinte: Caro Sr. Delanne, Tenho o prazer de confirmar a curiosa experiência que obtive há alguns anos, de maneira inteiramente inesperada.
«Foi em 1906. Eu morava ainda em Avignon, e já me ocupava muito com o estudo sistemático dos fenómenos psíquicos, fora de qualquer doutrina ou teoria. Não chegara a ter opinião a respeito do valor da hipótese espiritualista, e minhas tendências positivistas inclinavam-me a ver na sugestão e na auto-sugestão uma explicação suficiente de todo fenomenismo psíquico e parapsíquico. Ia frequentemente a Romans, onde morava meu tio com uma família de espíritas composta de pai, mãe e duas moças, das quais não tive nenhum trabalho em fazer dois pacientes. Na esperança de obter uma fiscalização mais séria do fenómeno, adormeci simultaneamente as duas moças e procurei obter com elas factos de vidência sonambúlica, enquanto meu tio, médium psicográfico, recebia comunicações a alguns passos de distância.
«Aimée, a mais moça das pacientes, apresentava frequentes e muito interessantes manifestações de sonambulismo lúcido. A mais velha, Juliette, ao contrário, não apresentava qualquer fenómeno interessante: ficava em uma espécie de letargia inconsciente, donde a tirava, em vão, abrindo-lhe os olhos e encarando-a. Sobrevinha um estado cataleptóide e ela fechava os olhos, logo que o meu olhar, por qualquer razão, os deixava. Fora desse caso banal, absolutamente nada me fazia esperar uma realização qualquer, na ordem experimental, com essa paciente medíocre. A perda da consciência era, entretanto, evidente.
«Um dia, renovei uma experiência, em vão tentada muitas outras vezes, aliás sem um fim preciso, quando as duas irmãs estavam adormecidas, e meu tio, à mesa, diante do papel; aproximei-me de Juliette, abri-lhe os olhos e a encarei como de costume; diz-me ela, então, bruscamente, com o ar surpreso: - Como é curioso, não o vejo mais, ou antes, vejo-o envelhecido, calvo, com o olhar severo. Mas não é o senhor, é antes sua expressão; é um velho que se lhe assemelha, e atrás desse rosto, frio e severo, que me espanta, eu o vejo, tal como o conheço, vivo e sorridente.
«Tendo-lhe pedido maiores detalhes, Juliette acrescentou: - Ah, o rosto do velho desapareceu, mas outro o substitui»

E terminamos com a transcrição seguinte:

- «Minhas gémeas, que já passaram de alguns anos a idade da primeira Alexandrina, estão bem desenvolvidas, física e moralmente. «Continuam a ser muito diferentes, uma da outra, e quanto ao físico parecem de idade diversa, visto que Maria Pace é dum porte muito mais elevado e robusto que Alexandrina. Esta continua a parecer-se com a outra, de maneira surpreendente; tem os mesmos hábitos; é sempre canhota, com grande desespero da governanta, que busca sempre corrigi-la. As duas meninas são, aliás, muito inteligentes e não têm as mesmas inclinações. Maria é mais inclinada às ocupações domésticas e Alexandrina às coisas espirituais. Maria ocupa-se com as bonecas e a outra com os livros. Alexandrina, apesar de esperta, costuma concentrar-se em uma espécie de meditação, que, muitas vezes, produz reflexões acima de sua idade.
«Descreverei, agora, dois factos: 1º – A primeira Alexandrina morreu de meningite; a doença começou por dores de cabeça. Ora, a atual Alexandrina tem um medo extraordinário à mais ligeira dor de cabeça.
2º – Há dois anos, dissemos às gémeas que as levaríamos em excursão a Monreale. Em Monreale há a mais bela igreja normanda do mundo. E minha mulher acrescentou: – Vocês vão ver coisas que nunca viram.
Alexandrina respondeu: – Mas, mamãe, eu conheço Monreale, já vi.
Minha mulher, então, fez-lhe notar que ela nunca fora a Monreale. A criança replicou: – Sim... já fui... Não te lembras que havia uma grande igreja com uma estátua (homem) muito grande, no telhado, com os braços abertos? E ela fazia o gesto com os braços […]
«Eis o facto em toda a sua simplicidade infantil. Como a pequena se obstinasse nessas três lembranças, para provar-nos que já tinha ido a Monreale, não insistimos, porque naquela idade é fácil sugestionarem as crianças com perguntas. Assim, contentamo-nos em ouvir-lhe as narrativas e evitamos qualquer alusão à outra Alexandrina»

DESEJAMOS UMA BOA LEITURA!

Carmen, 2011.Fev01.AELA-Destaques

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O aperfeiçoamento do espírito

«8. Para cooperar, como agentes do poder divino, com a obra dos mundos materiais, os Espíritos revestem-se temporariamente de um corpo material. Pelo trabalho de que sua existência corpórea necessita, eles aperfeiçoam sua inteligência e adquirem, observando a lei de Deus, os méritos que devem conduzi-los à felicidade eterna.
«9. A encarnação não foi imposta ao Espírito, no princípio, como uma punição; ela é necessária ao seu desenvolvimento e para a realização das obras de Deus, e todos devem resignar-se a ela, tomem o caminho do bem ou do mal; só que os que seguem o caminho do bem, avançando mais
rapidamente, demoram menos a chegar ao fim e lá chegam em condições menos penosas.
«10. Os Espíritos encarnados constituem a humanidade, que não está circunscrita à Terra, mas que povoa todos os mundos disseminados pelo espaço.
«11. A alma do homem é um Espírito encarnado. Para auxiliá-lo no cumprimento de sua tarefa; Deus lhe deu, como auxiliares, os animais; que lhe são submissos e cuja inteligência e caráter são proporcionais às suas necessidades.
«12. O aperfeiçoamento do Espírito é o fruto de seu próprio trabalho; não podendo, em uma única existência corpórea, adquirir todas as qualidades morais e intelectuais que devem conduzi-lo ao objectivo, ele aí chega por uma sucessão de existências, dando em cada uma delas alguns passos adiante no caminho do progresso.
«13. Em cada existência corpórea o Espírito deve cumprir uma missão proporcional a seu desenvolvimento; quanto mais ela for rude e laboriosa, maior seu mérito em cumpri-la. Cada existência é, assim, uma prova que o aproxima do alvo. O número de suas existências é indeterminado. Depende da vontade do Espírito de abreviá-las, trabalhando activamente em seu
aperfeiçoamento moral; assim como depende da vontade do operário que tem de realizar um trabalho abreviar o número de dias para sua execução.
«14. Quando uma existência foi mal empregada, não aproveitou o Espírito, que deve recomeçá-la em condições mais ou menos penosas, em razão de sua negligência e de sua má vontade; assim é que, na vida, podemos ser obrigados a fazer no dia seguinte o que não fizemos no anterior, ou a refazer o que fizemos mal.
«15. A vida espiritual é a vida normal do Espírito: ela é eterna; a vida corpórea é transitória e passageira: é apenas um instante na eternidade.
«16. No intervalo de suas existências corpóreas, o Espírito é errante. Não por duração determinada; nesse estado o espírito é feliz ou infeliz de acordo com o bom ou mau emprego de sua última existência; ele estuda as causas que apressaram ou retardaram seu desenvolvimento; toma resoluções que tentará pôr em prática na próxima encarnação e escolhe, ele mesmo, as provas que considera mais adequadas ao seu progresso; mas algumas vezes ele se engana, ou sucumbe não mantendo como homem as resoluções que tomou como Espírito»

Allan Kardec, O ESPIRITISMO EM SUA EXPRESSÃO MAIS SIMPLES, pp. 11-12

TÍTULOS EM DESTAQUE