quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A CONSCIÊNCIA DA MORTE

Texto transcrito do livro, "Educação para a morte", de José Herculano Pires

Todos sabemos que morremos, que a morte é inevitável, mas estamos tão apegados à vida e fazemos uma ideia tão negativa e temerosa da morte, que a rejeitamos em nossa consciência e a transformamos num mito, afastando-a para o fim dos tempos. Mito assustador, ela permanece na distância, envolta em névoas, de maneira que só a vemos como figura trágica de um conto de terror. Heideggard [Martin Heidegger 1889-1976, filósofo alemão] observou que só a aceitamos para os outros, como na expressão aleatória morre-se, que nunca se refere a nós. Fascinados pelo fluxo incessante da vida, mergulhados no torvelinho de nossas preocupações do dia-a-dia, temos a sensação inconsciente e agradável de que ela sempre se distancia de nós. Mesmo quando, conscientemente, pensamos na morte, o fazemos com a ilusão de que ela não chegará tão cedo, pois temos ainda muita coisa a fazer e sentimos que a vida borbulha em torno de nós sem permitir a entrada da morte em nosso meio. Essa é uma forma ingénua de protelarmos a nossa morte, segundo as exigências do instinto de conservação. Assim aliviamos o medo da morte, confiantes no poder da vida.
De nada valem essas pequenas trapaças. A morte chega quando menos a esperamos e não raro nos leva para a outra vida sem nos dar tempo para compreender o que acontece. As pesquisas psíquicas, através de mais de dois séculos, mostram o curioso espectáculo de muitas criaturas mortas que não sabem que morreram. Continuam vivas na matéria por conta de suas próprias ilusões e passam a assombrar sem querer e sem o saber os lugares em que viviam ou frequentavam. É claro que permanecem desajustadas no mundo espiritual.
Para evitar esses e outros inconvenientes, devemos desenvolver em nós a consciência da morte. Sabendo, positivamente, que a morte existe e é inevitável, sendo inútil qualquer ilusão nesse sentido, que só poderá prejudicar-nos. Temos de nos familiarizar com a morte, considerando-a com naturalidade, não a transformando em tragédia ou em espectáculos inúteis de desespero. Nas sessões espíritas, cuida-se muito desses casos, procurando-se despertar os mortos de suas confusões produzidas pelo apego à Terra e integrá-los na nova forma de vida para a qual passaram. Eles não são tratados como almas do outro mundo, mas como companheiros da vida terrena que se libertaram do condicionamento animal por retomarem ao seu mundo de origem, que é o espiritual. Os adversários da doutrina criticam esse processo mediúnico, alegando que criaturas ainda encarnadas nada têm para ensinar às que já se livraram do corpo material. Mas, desde as pesquisas de Kardec até aos nossos dias, o processo de doutrinação tem dado os melhores resultados, tanto em favor de espíritos perturbados pela passagem súbita ao plano espiritual, quanto no esclarecimento de pessoas que sofrem as influências dessas entidades. Isso se explica por duas razões fundamentais, que são as seguintes:

1. A doutrinação é a transmissão de ensinos dos desencarnados superiores dados a Kardec, através da mediunidade, para a renovação moral e espiritual da Humanidade. Apoiados no conhecimento desses ensinos é que os médiuns e os doutrinadores atendem às entidades desencarnadas.
2. As pesquisas de cientistas eminentes como Richet, Crookes, Zôllner, no século passado, e Geley, Osty, Crawford, Soai, Carington, Pratt, Price, na actualidade, provaram que nos ambientes mediúnicos, a emanação do ectoplasma ampara os espíritos desencarnados e inseguros no plano espiritual, dando-lhes a sensação de segurança física necessária para conversarem com os doutrinadores como se estivessem encarnados. A situação dos espíritos recém-desencarnados, no plano espiritual, não lhes permite a lucidez necessária para compreender facilmente os ensinos que recebem das pessoas que dirigem o trabalho mediúnico.

Esse intercâmbio processa-se em benefício dos espíritos e dos homens, sem nenhum sistema de evocações e rituais. Os espíritos manifestam-se por sua livre vontade, desejosos de comunicar-se, após a morte do corpo físico, com familiares e amigos que deixaram na vida terrena. Essas manifestações naturais marcam toda a História da Humanidade, em todo o mundo e em todos os campos, sem nenhuma interrupção. Não são descobertas modernas nem invenções de qualquer investigador, figuram nos livros sagrados de todas as religiões, na cultura de todos os povos e nas grandes obras literárias, filosóficas e científicas das grandes civilizações. […]

A morte é um fenómeno natural, de natureza biológica, no qual se verifica o esgotamento da vitalidade nos seres pela velhice ou por acidentes fisiológicos. Não atinge a essência do ser, que é sempre de natureza espiritual, referindo-se apenas ao corpo material, o que vale dizer que ela não existe como extinção das formas de ser das plantas, dos animais e dos homens. […]

A necessidade de uma tomada universal de consciência sobre o sentido, o significado e o valor da morte tornou-se imperiosa. É simplesmente inadmissível, neste século, qualquer doutrina que pretenda sustentar por simples argumentos que a morte é o fim e a frustração total dos seres vivos e especialmente da criatura humana. O panorama científico actual exige de todos nós o desenvolvimento da consciência da morte, cuja fatalidade inegável se explica pela necessidade de renovação das estruturas da vida em todos os planos da Natureza. Em consequência, a presença de Deus, como Consciência Suprema que rege toda a realidade - numa estrutura lógica, teleológica e anti teológica -, firma-se como o imperativo categórico da compreensão do mundo, do homem e da vida. […]

Sem uma tomada de consciência do sentido e do valor da morte, estaremos arriscados a continuar indefinidamente no círculo vicioso das vidas repetitivas e sem sentido. A vida só tem sentido quando serve de preparação para vidas melhores. O destino não é viver como fera, mas viver para se transcender, numa escalada do Infinito em busca das constelações superiores. Os segredos da morte nos são agora racionalmente acessíveis para podermos aprender a perder a nossa vida para reencontrar o Cristo.

Texto lido e debatido em reunião da AELA, na 3ª Feira 14 de Setembro de 2010

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Autoconhecimento

...e sua importância na Doutrinação

(Trabalho elaborado por aluno do 2º Curso sobre Doutrina Espírita - Nível 1)

Desde a antiguidade até aos nossos dias que muitos companheiros de reconhecido valor espiritual nos apontam o autoconhecimento como meio primordial de crescimento e progresso individual. Neste trabalho pretendo resumir um pouco do muito que já foi dito sobre o autoconhecimento e a sua relevância no diálogo mantido na doutrinação das almas em sofrimento.

No Livro dos Espiritos na questão 919, Allann Kardec fez a seguinte pergunta :

"Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atracção do mal?"

A resposta que obteve, mostrou claramente que longe de ser original, já anteriormente havia sido transmitida ao homem :

"Um sábio da Antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo”; e a forma de consegui-lo é nos sugerida por Santo Agostinho ainda respondendo a Kardec :

“Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma." (Santo Agostinho, LE Q.919)

Também Emmanuel nos fala da necessidade do auto-conhecimento. No livro Renúncia, apresenta-nos Padre Damiano, uma de suas encarnações passadas, e este fala-nos da importância de cultivar o hábito de rever no fim do dia as nossas atitudes de forma a melhor identificar as nossas falhas e fraquezas. Quando questionado por uma sua amiga que se encontrava em descrença, sobre como adquirir fé e paz intima, Padre Damiano respondeu-lhe assim :

"Não poderemos criar os valores da fé, enquanto nos sobeje a inquietação, e acredito que nossas relações com a Divindade devem ser as mais simples possíveis. Quanto a mim," - disse Padre Damiano, "considero que cada dia é uma oportunidade renovada para o labor de nossa redenção. Resumo as minhas preces à vigília da manhã, na qual procuro a inspiração do Evangelho ou dos livros que nos suscitam desejos de perfeita união com o Cristo, e ao louvor da noite, quando busco examinar os ensejos de serviço ou testemunhos que o Senhor me facultou".

Ao perceber que não fora plenamente compreendido reformulou a sua resposta :
"Toda a leitura edificante derivou da Providência por intermédio dos seus mensageiros, em nosso socorro; com as suas advertências e conceitos, sábios e preciosos, faço a vigília matinal e à noite rendo graças ao Pai, em consciência, pelos favores que me foram dispensados. Na vigília, estabeleço propósitos redentores; e no exame da noite julgo-me a mim mesmo, para verificar onde se cristalizaram minhas maiores fraquezas, a fim de emendá-las no dia imediato. O mundo, a meus olhos, é uma vasta oficina, onde poderemos consertar muita coisa, mas reconhecendo que os primeiros reparos são intrínsecos a nós mesmos". (Renúncia, Cap. 6 – Novos rumos)

Também noutra linha espiritual, mais concretamente os Rosacruzes, o autoconhecimento é considerado a chave para a “paz do indivíduo” e ponto de partida para o bem-estar da humanidade. Defendem que através do autoconhecimento poderemos evitar o purgatório, local onde, segundo os mesmos, se faz a purificação da alma.

No livro "Conceito Rosacruz do Cosmo" no capitulo III com o titulo "O Homem e o Método da Evolução" consta o seguinte :

"Há um benefício inestimável em conhecer o método e o objectivo da purificação, pois assim poderemos nos antecipar e começar a viver nosso purgatório aqui e agora, dia a dia, avançando muito mais depressa dessa maneira […] Consiste em recordarmos os acontecimentos do dia ao nos recolhermos à noite. Contempla-se então os acontecimentos do dia em ordem inversa, fixando-os especialmente em seu aspecto moral, e considerando onde e quando se agiu com rectidão ou erroneamente em cada caso particular por pensamentos, actos e hábitos. Julgando-nos assim dia após dia, esforçando-nos por corrigir erros e más acções, podemos praticamente diminuir, talvez até suprimir, a necessidade do purgatório, capacitando-nos passar directamente ao primeiro céu depois da morte. Se dessa maneira sobrepomo-nos conscientemente às nossas debilidades, estamos também conseguindo um avanço material na escola da evolução. Ainda que fracassemos em corrigir nossas acções, fica-nos um enorme benefício em nos julgarmos. Esse auto-julgamento gera aspirações para o bem, que no devido tempo frutificar-se-ão seguramente em acções rectas." (Conceito Rosacruz do Cosmos, Capitulo III - O Homem e o Método da Evolução)

Retiro deste texto que podemos optar por exercitar o autoconhecimento de uma forma consciente e gradual, diariamente, ou então, aguardar pelo desencarne para vislumbrarmos todos os acontecimentos, da vida que agora abandonamos, desfilarem ante a nossa visão, como um panorama, onde tudo é revisto. Se cultivarmos o hábito de reflectirmos sobre nós próprios, para além do crescimento espiritual, poderemos atenuar o impacto que esse panorama terá sobre nós.

O autoconhecimento é essencial no processo de doutrinação. No livro "Diálogo com as sombras", Hermínio Miranda, fala-nos da necessidade de nos conhecermos a nós próprios e salienta que durante uma doutrinação podemos falar em perdão, esquecimento de falhas como ciúme e egoísmo, mas se não conhecermos em nós esses sentimentos as nossas palavras não transmitirão a força necessária a quem dela necessita. O exercício do autoconhecimento permite identificar em nós tais sentimentos e revela-nos verdades sobre nós próprios que ignoramos.

Se não conhecermos sem subterfúgios, sentimentos como ódio, egoísmo e paixão de toda a espécie entendendo-os com nossa mente e coração, como compreender e ajudar quem se encontra totalmente envolvido e absorvido em tais emoções? Palavras como perdoar têm de estar sustentadas pelo conhecimento de quem as conhece e pratica. Apenas assim a palavra transportará o seu verdadeiro poder.

No texo seguinte retirado do livro "Diálogo com as sombras", Hermínio Miranda, mostra-nos a sua visão da importância de nos conhecermos a nós mesmos, e diz assim :

"Estacionamos precisamente porque nos falta coragem para enfrentar o olhar severo da própria consciência. É verdade, estamos envergonhados, temerosos e angustiados, mas por que demorar-nos no arrependimento, cruzarmos os braços e esconder-nos, como um caramujo, dentro da carapaça das ilusões? O arrependimento somente se dissolve no trabalho construtivo. Incontáveis multidões, no entanto, tentam fugir de si mesmas, ignorando seus próprios fantasmas interiores. A culpa existe em nós; impossível negá-lo, pois o erro já está cometido mesmo. O que temos de fazer, agora, não é fingir que ela não existe, porque é justamente esse fingimento, essa fuga, que nos mantém presos, detidos, marcando passo, vendo a multidão passar por nós, em busca da paz.
Esse mecanismo tem que ser bem compreendido por aquele que se propõe ajudar espíritos endividados. É claro que também somos endividados, talvez tanto quanto eles, ou até mais. Precisamos, no entanto, mostrar-lhes que estamos fazendo alguma coisa, lutando, enfrentando os nossos espectros interiores, as censuras da consciência, as cutiladas do remorso, conscientes de que o nosso erro está presente em nós, e não podemos voltar sobre nossos passos, para desfazê-lo. Podemos, no entanto, e devemos, e temos que reconhecer, a força da sua presença em nós. Sem essa abertura corajosa, não dá sequer para começar. E, como diz o provérbio chinês: a caminhada de 100 quilómetros começa com o primeiro passo".

E acrescenta ainda, relativamente à postura humilde, que temos de adoptar :

"Você [o doutrinador] não está ali para provar que é mais inteligente do que ele, nem mais culto, ou eticamente melhor do que ele: está ali para ajudá-lo, compreendê-lo e servi-lo. Não há razão alguma para pensar que você é um Espírito redimido, e ele um réprobo enredado nos seus crimes. As leis morais, o Evangelho do Cristo e a prática espírita nos repetem, de mil formas, a mesma lição: a de que são os próprios pecadores que se ajudam mutuamente: o coxo servindo ao cego, o cego ao mudo e, sobre todos nós, a infinita misericórdia de Deus, a sabedoria ilimitada do Cristo e a assistência incansável de nossos irmãos mais experimentados, que se alongaram mais profundamente no caminho da luz. "

Opinião e Experiência Pessoal

Sobre os passes

«Por que não pensarmos, a despeito dos Espíritos serem os grandes detentores das técnicas, que os nossos conhecimentos e estudos contribuirão eficazmente nos processos de atendimentos fluidoterapêuticos, pois permitirão que o trabalho se realize de forma mais participativa? E afinal, queremos ser médiuns passistas de facto ou simples marionetes nas mãos dos Espíritos? E os Espíritos Superiores, por sua vez, estarão solicitando a nossa participação como meros brinquedos fornecedores de fluidos ou como companheiros efectivos nas actividades fraternas em favor das criaturas necessitadas? Meditemos bem, pois assim como não nos cabe "atrapalhar" os trabalhos dos Espíritos amigos, compete-nos o dever de darmos e fazermos o melhor de nós mesmos, sempre!» In “O Passe Espírita” de Jacob de Melo
«Há energias de diversos aspectos que circulam no Cosmos, alimentando a vida de todos os seres, e que têm várias origens: a Terra, o Sol, o espaço infinito, os seres espirituais... As que vêm dos espaços infinitos são energias que o homem absorve pela alimentação, pela respiração e pelos centros de força» (1) (a palavra chakra é de origem sânscrita, e significa roda. Armond prefere utilizar a nomenclatura usada por Andre Luiz, de Centros de Força)
Por isso, Edgar Armond realça três cuidados fundamentais que todo o passista deve observar: a alimentação, a leitura e a prece. A alimentação para garantir o bom funcionamento do nosso corpo; a leitura que auxilia a concentração; a prece que abre os canais mentais e ajuda à sintonia com as forças superiores).
«Quando aplicamos passes, antes de dirigir as energias para o paciente, ficamos envolvidos por essas energias, por essas vibrações, que nos chegam dos Amigos Espirituais envolvidos nessa actividade, o que indica que, antes de atendermos aos outros, somos nós beneficiados e auxiliados para que possamos auxiliar, por nossa vez» (1). Os passes, mesmo os mais simples, têm alguns passos obrigatórios (com estes ou outros nomes): a captação de energia; o desligamento; a limpeza; a harmonia; a bênção. Cada um dos passos tem também o seu tipo de movimentos: passes cruzados, transversais, longitudinais, circulares, fixos, contornando a aura, sopro. «Os passes longitudinais movimentam os fluidos, os transversais dispersam-nos e os circulares e as imposições de mãos concentram-nos, o mesmo sucedendo com o sopro. … …
Por norma, quando se age para cura de moléstia localizada em órgãos internos, a acção inicial deve ser com a mão esquerda sobre a região do estômago e a direita na região da nuca. Em todos os casos, ter presente que nas curas magnéticas as mãos representam os dois pólos — positivo e negativo—, através dos quais a corrente electromagnética flui. Por isso a mão negativa, a esquerda, tanto pode ser posta sobre o plexo solar como sobre o órgão doente, como base, enquanto a positiva, a direita, procura movimentar os fluidos pelos plexos e nervos que comandam a região ou o órgão visado. Ter presente, nos casos de imposições de mãos, que o lado direito do corpo humano é positivo e o esquerdo é negativo, o primeiro produzindo efeito excitante e o segundo sedativo. Para que os passes magnéticos produzam melhor efeito, é necessário que, previamente, o passista estabeleça laços fluídicos de simpatia, solidariedade e confiança entre si e o doente; qualquer sentimento de antipatia, temor ou desconfiança de qualquer deles, impedirá o fluxo natural e espontâneo dos fluidos entre ambos. Não há regras fixas ou procedimentos padronizados para todos os casos; o tratamento depende, em grande parte, dos conhecimentos que o operador possui de anatomia e fisiologia humanas. (1)
Marlene Nobre chama a atenção para o seguinte aspecto: «Não há dois passes iguais… …Cada pessoa transforma o fluido universal em fluido magnético próprio. A matéria elementar é igual para todos mas cada um modifica-a segundo o seu grau de evolução espiritual. Há portanto um tipo de passe diferente para cada passista porque o fluido magnético de cada passista está impregnado dos seus pensamentos e acções que lhe são próprias mas também o grau de absorção de quem recebe o passe, varia de pessoa para pessoa. Há ainda a considerar que o passista não doa somente o fluido que lhe é próprio mas também o do mentor que o ajuda no serviço de doação» in “Marlene Nobre O passe como cura magnética” no Youtube.

Texto lido e debatido em reunião da AELA, na 3ª feira, 21 de Setembro de 2010

(1) - in “Passes e Radiações” de Edgar Armond

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O ESPIRITISMO E A DIVERSIDADE DE OPINIÕES

Rodrigo Luz



O Codificador do Espiritismo, reunindo sensatez e clareza de raciocínio, afirmou com perfeito entendimento da natureza humana e sua diversidade de opiniões:
"[...] Uma reunião [espírita] não pode ser estável, nem séria, se não há simpatia entre os que a compõem; e não pode haver simpatia entre pessoas que têm idéias divergentes e que fazem oposição surda, quando não aberta. Longe de nós dizermos com isso que se deva abafar a discussão; ao contrário, recomendamos o exame escrupuloso de todas as comunicações e de todos os fenômenos. Fique, pois, bem entendido, que cada um pode e deve externar a sua opinião; mas há pessoas que discutem para impor a sua, e não para se esclarecer. É contra o espírito de oposição sistemático que nos levantamos; contra as idéias preconcebidas, que não cedem nem mesmo perante a evidência. Tais pessoas incontestavelmente são uma causa de perturbação, que é preciso evitar. A este respeito, as reuniões espíritas estão em condições excepcionais. O que elas requerem acima de tudo é o recolhimento. Ora, como estar recolhido se, a cada momento, somos distraídos por uma polêmica acrimoniosa? Se, entre os assistentes, reina um sentimento de azedume e quando sentimos à nossa volta seres que sabemos hostis e em cuja fisionomia se lê o sarcasmo e o desdém por tudo quanto não concorde inteiramente com eles?". [KARDEC, Allan. A Revista Espírita. Dezembro de 1861. Organização do Espiritismo. Item 8.]
Allan Kardec, espírito austero e dedicado, reconhece que não há como haver simpatia entre pessoas que têm idéias divergentes e cuja oposição surda ou aberta dá espaço à falta de urbanidade e de civilidade. Geralmente estas fecham seus ouvidos às opiniões contrárias, e negam a priori qualquer forma de pensar que não seja a sua.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Em Destaque - O Sentido da Vida por José Herculano Pires

O SENTIDO DA VIDA

de José Herculano Pires




Jorge Rizzini faz referência a Herculano Pires - Sobre o Autor - titular do grau de Mestre em Filosofia da Educação, membro da Sociedade Brasileira de Filosofia, Director da União Brasileira de Escritores, Presidente do Instituto Paulista de Parapsicologia, etc, como um homem múltiplo em todas as áreas do conhecimento em que desenvolveu actividades.
Demonstrando sempre uma inteligência superior, brilhava com grande magnitude promovendo o crescimento espiritual de todos com quem convivia.
Identificou-se Espírita desde os 22 anos, investigando as águas cristalinas da Codificação Kardecista e defendeu com a maior competência esta pureza doutrinária.

Seguidamente, e já sobre o tema da obra O Sentido da Vida, podemos ler o seguinte:

- «O Espiritismo, entretanto, ao surgir na Terra, em forma de filosofia e, portanto, de interpretação da vida, em meados do século XIX […] Negou que a vida não tenha objectivo nem significação, combateu a teoria do prazer material como finalidade da existência humana e manifestou-se contrário à idéia de que o homem nasceu para sofrer. […] O Espiritismo renovou fundamentalmente a concepção humana da vida e do mundo, ensinando ao homem que ele não nasceu para gozar nem para sofrer, mas apenas para evoluir, para progredir, como tudo evolui e progride ao nosso redor, na natureza e na própria sociedade. A dor deixou de ser um castigo imposto ao homem pela absurda vingança de Deus contra o casal primitivo; o prazer deixou de ser o objectivo aceitável da existência corpórea e ambos, prazer e dor, passaram a ser meras decorrências de um processo mais amplo e mais complexo, em que o homem se acha envolvido, para crescer e se desenvolver, em espírito e verdade»

Esta obra, dividida em 15 capítulos, apresenta, por exemplo, os seguintes temas, intitulados: A Formação do Homem - Deus e o Homem - Cérebro e Espírito - Materialismo e Idealismo - Imortalidade Pessoal - Sociologia Espírita - Espiritismo e Cristianismo - Amar a Deus e Síntese Final.

As transcrições, referidas seguidamente, têm como objectivo facilitar a observação do estilo do autor e da abordagem temática:

- «Espírito cauteloso, que Flammarion chamou de bom senso encarnado, não quis o sábio professor de Lyon adiantar mais do que devia […]: Ainda que isso lhe fira o orgulho, o homem deve resignar-se a não ver no seu corpo material senão o último anel da vida animal na Terra. O inexorável argumento dos factos aí está, contra o qual ele protestará em vão, mas, quanto mais o corpo diminui de valor aos seus olhos, mais ganha em importância o princípio espiritual. Vemos o círculo em que se fecha o animal, mas não vemos o limite a que poderá chegar o espírito do homem.
«Um dos grandes pioneiros e mestres do Espiritismo, que auxiliaram a tarefa esclarecedora de Allan Kardec, foi Gabriel Delanne. Com Léon Denis e Kardec, forma ele a trilogia dos construtores do moderno espiritualismo. Em sua obra A Evolução Anímica, dá-nos uma visão ainda mais ampla e minuciosa desse lento processo através do qual o homem vem sendo elaborado, na face da Terra […]

- «O Espiritismo nos mostra a outra face da questão, e por certo a mais importante, que é a espiritual, uma vez que o homem é espírito e não matéria. Kardec e Delanne colocam-nos a par dos princípios de um novo ramo da ciência biológica, a psicologia-fisiológica, que sir Oliver Lodge estuda em seu trabalho sobre a formação do homem.
«Toda a natureza é um imenso e penoso trabalho de construção […] as várias classes de seres vivos estão todas ligadas numa ampla cadeia, descendendo umas das outras. Por que estranho motivo apenas o homem seria uma excepção à regra geral? […] qual seria sua posição, num mundo de constante evolução? Tudo progrediria ao seu redor, menos ele, o enteado da criação, abandonado às suas próprias fraquezas e encerrado no estreito limite da vida orgânica, entre o berço e o túmulo.
«Vemos, assim, que o Espiritismo nos apresenta um quadro geral do Universo como um processo contínuo de evolução. Tudo flui e tudo se transforma, já dizia Heráclito, de Éfeso. Nesse imenso processo, o homem representa, segundo o Espiritismo, o ponto culminante da natureza. Poderemos dizer que ele é o momento do Universo mais próximo de Deus.
«Mas Ele – Deus – não foi esquecido ou diminuído por essa nova concepção da vida e do mundo? Deus não ficou à margem, dando lugar a um simples entrechoque de forças desconhecidas, para a produção do mundo e das formas vivas, no espaço e no tempo? […]
«Comentando a teoria científica de que as coisas do Universo provêm das propriedades íntimas da matéria, sem intervenção de qualquer outro princípio, Kardec diz […]: Atribuir a formação primordial das coisas às propriedades intrínsecas da matéria seria tomar o efeito pela causa, pois que essas propriedades são, por sua vez, efeitos que devem ter uma causa»

- «O Espiritismo nos ensina que devemos amar a Deus sobre todas as coisas, segundo a lição dos textos sagrados, e nos mostra, aliás, que é absolutamente indispensável fazermos isso, se quisermos cumprir a nossa tarefa terrena, alcançar o objectivo supremo da nossa encarnação neste planeta expiatório. E isso pelo simples motivo de que sendo Deus eterno, imutável e imaterial, devemos colocar o nosso interesse acima das coisas transitórias, mutáveis e materiais, que nos cercam e nos prendem à existência terrena. Sendo Deus único e omnipotente, nele devemos confiar e esperar, e não em outros seres e outras coisas, por mais belas e fascinantes que elas nos sejam apresentadas.
«Mas o que é mais importante para todos nós, pequenos bichos da terra, tão pequenos, como dizia Camões, é que, sendo Deus soberano, justo e bom, é evidentemente a suprema justiça e a suprema bondade, pelo que devemos amar a justiça e a bondade acima de toda injustiça e de toda maldade. Amando a Deus sobre todas as coisas, através daquilo que de Deus podemos conhecer, que são os seus atributos, seremos capazes de realmente colocar Deus acima de tudo e de todos […]
«Pois o homem que ama a Deus, em espírito e verdade, sobre todas as coisas, está sempre com a verdade, a justiça, o amor, a bondade, a pureza, contra mesmo os seus próprios interesses da vida material. «Coloca o seu amor a Deus acima das vantagens que pode auferir na vida, sempre que prefere a verdade à mentira, por mais fascinantes que sejam as promessas desta»

- «Na vida comum […] quase todos, somos espíritos confinados, somos doentes, apegados à rotina de uma vida sem sentido, lutando contra as águas do rio da vida, que nos querem levar para a libertação. Se quisermos continuar nessa atitude, só poderemos aumentar os nossos sofrimentos e as nossas dores. A lição do Cristo se torna, pois, muito clara, diante dos ensinamentos espíritas. A vida não é fixa, não é sólida, não é estável. É fluente e mutável. Se quisermos salvar a nossa vida, fixando-nos em nossos hábitos e em nossas ideias, perdê-la-emos, porque o fluxo constante das coisas nos libertará de súbito, nos atirará para frente, com ímpeto irresistível. Se, pelo contrário, concordamos em sacrificar a nossa vida por amor do Cristo, ou seja, trocar o nosso apego às pequeninas coisas da existência passageira pela compreensão das verdades eternas, por ele ensinadas, salvá-la-emos.
«Compreendamos, pois, antes de tudo, a nossa verdadeira posição diante da vida, e procuremos nos adaptar a ela […] O próprio Espiritismo não é um sistema rígido. A sua natureza é dinâmica, progressiva»

- «Desapegarmo-nos das coisas não quer dizer desprezá-las. O grande espiritualista hindu, Râmakrishna, dizia aos seus discípulos que eles deviam viver como uma ama-de-leite […]
«A princípio, é natural, encontraremos grandes dificuldades. Mas pouco a pouco aprenderemos a olhar a vida e o mundo de um ponto de vista espírita. E então os acontecimentos que habitualmente nos surpreendiam, nos transtornavam e nos causavam dor e angústia, passarão a nos afectar levemente, como simples arrepios do vento na superfície de um lago. Encontraremos a paz da compreensão, a serenidade inalterável da exacta visão das coisas, em que dia a dia mais penetraremos»

DESEJAMOS UMA BOA LEITURA!

Carmen, 2010.Set15.AELA-Destaques

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O C.U.E.E. e o avanço do Espiritismo.

Muito se escreve sobre o C.U.E.E. – Controle Universal do Ensino dos Espíritos – nos debates virtuais sobre Espiritismo e não raro ele tem sido motivo de discórdias sérias e de acusações no meio espírita; mas, afinal de contas, o que é, exatamente, o C.U.E.E. e como funcionariam as suas regras? Seria possível e oportuno tentar realizar esse tipo controle nos dias de hoje? O Espiritismo ficará paralisado pela impossibilidade do exercício deste controle ou existe a possibilidade de ele avançar seguindo essa metodologia proposta por Allan Kardec? Há chances de o Espiritismo avançar por outros métodos? Como ficariam as obras ditas complementares? Foi no intuito de responder a essas perguntas que me debrucei sobre a obra do codificador, pincei alguns trechos importantes, que serão citados, e cheguei a algumas conclusões, que serão demonstradas. Espero que gostem do resultado.
Antes de elaborarmos sobre o C.U.E.E. e o avanço do Espiritismo se faz necessária uma abordagem mais ampla sobre os fundamentos da Doutrina Espírita, até porque esse artigo também está direcionado para os novos espíritas. Procurarei aqui ser conciso e direto.
O “O Livro dos Espíritos” nos diz, em sua contracapa, que nele estão contidos os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade - segundo os ensinos dados por Espíritos superiores com o concurso de diversos médiuns - recebidos e coordenados por Allan Kardec”; um pequeno e valioso resumo de como Allan Kardec enxergava a Doutrina; nele já vemos um indício do que mais tarde viria a ser chamado por C.U.E.E., indício que se destaca na referência ao concurso de vários médiuns, exprimindo com isso a diversidade de informações que recebeu. Ele também fala, neste resumo, em Espíritos superiores e no seu trabalho na organização da doutrina; sobre o seu método de trabalho falaremos mais tarde, primeiro falaremos sobre os tais Espíritos superiores e sobre as revelações que eles trouxeram, e como trouxeram.

ÀREA Q

Produtor de "Bezerra de Menezes" (2008), precursor da onda espírita no cinema brasileiro, Luis Eduardo Girão está em Los Angeles a fim de negociar a distribuição de mais um filme do mesmo segmento. 



Trata-se "Área Q", uma coprodução Brasil/Estados Unidos, com a participação de Isaiah Washington, ator texano da série "Grey's Anatomy", e os brasileiros Tânia Kalhil e Murilo Rosa. O longa mistura ufologia, reencarnação e comunicação com espíritos. 




"Área Q" foi filmado no Ceará, Estado do produtor, e em Los Angeles. Foram as cidades cearenses de Quixadá e Quixeramobim, conhecidas pelo suposto aparecimento de ovnis (objetos voadores não-identificados), que deram o nome ao longa. Já Los Angeles é a terra do protagonista, um repórter (Isaiah Washington) que viaja ao Ceará para investigar fenômenos misteriosos. As filmagens de "Área Q" já terminaram, assim como as de outro filme espírita de Girão, "As Mães de Chico Xavier", a respeito de mensagens psicografadas. O longa é inspirado no livro "Por trás do Véu de Ísis", de Marcel Souto Maior, também autor da biografia de Chico Xavier que deu origem ao filme de Daniel Filho, a maior bilheteria do cinema nacional do ano. Girão conta à Folha que "As Mães de Chico Xavier" já tem data de lançamento: 1º de abril do próximo ano, com distribuição da Paris Filmes. 



quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Uma Grande Lição Chinesa

Há muito tempo, uma menina chamada Lili casou-se e foi viver com o marido e a sogra. Depois de alguns dias passou a desentender-se com a sogra. As personalidades delas eram muito diferentes e Lili foi irritando-se com os hábitos da sogra que frequentemente a criticava.
Meses passaram-se e Lili e a sua sogra cada vez mais discutiam e brigavam. De acordo com antiga tradição chinesa a nora tinha que curvar-se à sogra e obedecê-la em tudo. Lili já não suportando mais conviver com a sogra decidiu tomar uma atitude e foi visitar um amigo de seu pai, que a ouviu e depois com um pacote de ervas lhe disse:
- Você não poderá usá-las de uma só vez para libertar-se de sua sogra porque isso causaria suspeitas. Vou-lhe dar várias ervas que irão lentamente envenenando a sua sogra. A cada dois dias ponha um pouco destas ervas na comida dela. Agora, para ter certeza de que ninguém suspeitará de si quando ela morrer, você deve ter muito cuidado e agir de forma muito amigável. Não discuta, ajudarei a resolver o seu problema, mas você tem que me escutar e seguir todas as instruções que eu lhe der.
Lili respondeu:
- Sim, Sr. Huang, eu farei tudo o que o senhor me pedir.
Lili ficou muito contente, agradeceu ao Sr. Huang e voltou apressada para casa para começar o projeto de assassinar a sua sogra. Semanas passaram-se e a cada dois dias, Lili servia a comida "especialmente tratada" à sua sogra. Ela sempre lembrava-se do que Sr.Huang tinha recomendado sobre evitar suspeitas e assim ela controlou o seu temperamento, obedeceu à sogra e a tratou como se fosse sua própria mãe.
Depois de seis meses a casa inteira estava com outro astral. Lili tinha controlado o seu temperamento e quase nunca se aborrecia. Nesses seis meses não tinha tido nenhuma discussão com a sogra, que agora parecia muito mais amável e mais fácil de lidar. As atitudes da sogra também mudaram e elas passaram a se tratar como mãe e filha. Um dia Lili foi novamente procurar o Sr. Huang para pedir-lhe ajuda e disse:
- Querido Sr. Huang, por favor ajude-me a evitar que o veneno mate minha sogra! Ela transformou-se numa mulher agradável e eu a amo como se fosse minha mãe. Não quero que ela morra por causa do veneno que eu lhe dei.
Sr. Huang sorriu e acenou com a cabeça. Em seguida disse
:- Lili, não precisa se preocupar. As ervas que eu dei eram vitaminas para melhorar a saúde dela. O veneno estava na sua mente e na sua atitude, mas foi atirado fora e substituído pelo amor que você passou a dar a ela.
Na China existe uma regra dourada que diz: "A pessoa que ama os outros também será amada." Na grande parte das vezes recebemos das outras pessoas o que damos a elas... por isso CUIDADO !!! LEMBRE-SE SEMPRE: O plantio é opcional ... A colheita é obrigatória ... Por isso cuidado com o que planta !!!

Autor desconhecido 

sábado, 4 de setembro de 2010

RICHARD SIMONETTI - lamenta em carta à revista Veja tom de deboche na reportagem sobre o filme "Nosso Lar"


Carta para a revista VEJA – 01 - 09 - 2010

                        Senhor redator.

                        Como espírita, assinante dessa revista há muitos anos, lamento o tom de deboche que caracterizou sua reportagem sobre o filme " Nosso Lar ",  o que, diga-se de passagem, também está presente em matérias sobre outras religiões. Nesse aspecto, VEJA é uma revista coerentemente debochada. Não respeita a crença de nenhum leitor.
                        Pior são os erros de apreciação sobre a Doutrina Espírita, revelando ignorância do repórter, uma falha perigosa, porquanto coloca em dúvida outras matérias e informações. Como saber se os responsáveis estavam preparados para escrevê-las, evitando fantasias e especulações?
                        Para sua apreciação, senhor redator, algumas “escorregadelas” 
do repórter:

Carta ao Movimento Espírita Português - Dra. Marlene Nobre - Presidente da Associação Médico-Espírita Internacional

Queridos irmãos portugueses,

Por um imperativo de consciência, dirijo-me hoje a todos vós, com o coração eivado de amizade pura e os olhos postos na verdade dos fatos, para contar-vos o histórico da Associação Médico-Espírita de Portugal (AMEPortugal), desde a sua fundação até os dias de hoje.
Em 4 de junho de 1999, quando da reunião de fundação da Associação Médico-Espírita Internacional, em São Paulo, tínhamos seis países representados – Argentina, Brasil, Colômbia, Guatemala, Panamá e Portugal. Neste evento histórico, o vosso país foi muito bem representado pelo distinto casal de médicos, Dra Isabel e Dr Francisco José Ribeiro da Silva, que apresentaram os Estatutos e os papéis de fundação da AME- Portugal. Nessa ocasião, os membros fundadores da AME-Internacional, reunidos em São Paulo, elegeram-me e aos Drs Maria da Graça De Ender (Panamá) e Francisco Ribeiro da Silva (Portugal) para a Diretoria da entidade recém-fundada.
Sou testemunha de todos os esforços que o Dr Francisco Ribeiro despendeu para obter o apoio de seus colegas e levar à frente os compromissos assumidos com a criação da AME-Portugal. No ano de 2003, eu mesma percorri, em companhia dele, algumas cidades portuguesas, em busca desse apoio, mas nossos esforços foram praticamente infrutíferos.

Filme Nosso Lar estreou nesta sexta-feira

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Em Destaque - O Cérebro e a Mente por Núbor Orlando Facure

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O CÉREBRO E A MENTE

UMA CONEXÃO ESPIRITUAL

de Núbor Orlando Facure



O Dr. Núbor Orlando Facure, médico neurologista, é o autor desta obra e no Prefácio podemos ler o seguinte:
- «Em diversas ocasiões do progresso humano, a Medicina sofreu grandes transformações, que mudaram sua interpretação sobre as causas das doenças e, consequentemente, a forma de tratá-las […]
«Estando agora às portas do terceiro milénio, é de se esperar que, com tanto conhecimento sobre o mundo que nos cerca, o homem possa se debruçar sobre si mesmo e mergulhar fundo na pesquisa sobre a sua natureza espiritual.
«É nesse sentido que estamos trazendo esta contribuição ao estudar O Cérebro e a Mente. Uma conexão Espiritual. A mim me parece que, nessa interacção entre os sistemas físicos das ligações neurais e o universo transcendente por onde transita a mente, existe um novo paradigma. A medicina, se adoptar uma postura mais aberta, com uma visão integral do ser humano, poderá descobrir que, além das causas das doenças, existe uma razão precedente para justificar o sofrimento que nos atormenta.
«Estão anotados, aqui neste livro, os princípios da Doutrina Espírita que comprovam uma inequívoca evolução espiritual, dirigindo e determinando a evolução do cérebro físico»

Nas primeiras páginas deste livro podemos reler a Rogativa do Servo de André Luiz transcrita (psicografada) por Francisco Xavier:
- «Senhor, dá-nos a força, mas não nos deixeis humilhar os mais fracos. Dá-nos a luz da inteligência, no entanto, ensina-nos a auxiliar os irmãos que jazem nas sombras […] Concedei-nos, por fim, o conhecimento da harmonia e da perfeição que devemos buscar; não nos deixeis, porém, na posição da Vénus de Milo, sempre maravilhosamente bela diante do mundo, mas sem braços para servir»

Esta obra está subdividida em 12 capítulos que se subdividem em numerosos temas mais específicos e, como exemplo, apresentamos os títulos de alguns: A Evolução do Cérebro – Dois Gramas a cada Cem Mil anos – A Mão que Enxerga. Os Dedos que Constroem – O Bebé Prematuro – Perdendo Cem Mil Neurónios por Dia; Reconhecendo a Mente – A Energia Psíquica - Nas Dimensões do Tempo; O Inconsciente Neurológico – A Escada Rolante – O Corpo e o Espaço; Psicognosia. O Reconhecimento da Alma; O Homem Mediúnico. Uma Perspectiva para o Ser Humano no Futuro – O Espírito Humano – O Pneuma Vital; Doença Espiritual.
Em cada capítulo há referências muito pontuais, em poucas linhas, sobre o assunto que será desenvolvido ao longo das páginas seguintes; neste Destaque essas referências serão apresentadas em itálico e em tamanho inferior ao resto do texto.

As transcrições a seguir referidas têm como objectivo facilitar a observação do estilo do autor, assim como a sua abordagem temática:
- «A fé é a única força que lhe permitirá continuar em frente ainda que não haja segurança alguma.
«É habitual as funções cerebrais serem apresentadas a partir dos segmentos regionais em que o cérebro foi subdividido. Nas regiões frontais, parietais, temporais e occipitais, estão polarizadas determinadas funções, mas as fibras de associação entre um lobo e o outro impõe uma integração rápida entre toda a fisiologia desenvolvida pelo cérebro»

- «Cada pessoa vê no mundo a própria imagem. Ao invés da lágrima o sorriso, ao invés do ódio o amor. Vemos as coisas não como são, mas como nós somos […]
«Destaca-se, no lobo frontal, o giro central ou motor como uma das áreas mais fáceis de se identificar no cérebro. É uma faixa extensa de cérebro, que se estende verticalmente […]
«O lobo parietal desempenha funções que se relacionam com a sensibilidade geral, com o reconhecimento visual e táctico, com a manipulação dos objectos e a integração dos diferentes sentidos para compreensão de conceitos simples.
«Como veremos a seguir, os exemplos práticos, nos permitirão interpretar toda essa complexidade com que a neurologia analisa as funções cerebrais»

- «A noção do espaço exterior compõe, junto com um esquema corporal, um ambiente psíquico em torno de nós e que nem nos damos conta no dia-a-dia.
«Os lobos parietal e frontal quantificam essas funções em uma infinidade de gestos que compõem os nossos deslocamentos motores.
«Estando sentado, posso me levantar e percorrer uma sala cheia de móveis, escorrendo pelos seus vãos sem qualquer atropelo. Meu cérebro antecipa minhas dimensões corporais e os espaços disponíveis por onde posso circular»

- «Religiosos e filósofos sempre discutiram a localização da Alma que já foi fixada no cérebro, no fígado, no coração e até na pele.
«Hoje se discute o conceito de mente e, curiosamente, ainda persiste a ideia de que a mente se localiza exclusivamente no cérebro. Com um pouco mais de cuidado, podemos expandir a mente para todo nosso corpo, quando percebemos que o cérebro contém a representação do nosso esquema corporal por inteiro e a interacção entre um e o outro ocorre em toda sua extensão. O que se passa em qualquer parte do corpo, o cérebro tem participação no que determina a acção e nas respostas que essa acção provoca»

- «Determinados médiuns têm a aptidão para demonstrar uma capacidade de reconhecimento superior àquela que a função gnóstica do cérebro lhes permite ter. Colocado em suas mãos um objecto para ser identificado, esse médium é capaz de fornecer dados referentes, por exemplo, ao proprietário de tal objecto e à sua possível procedência»

E terminamos com o seguinte excerto:
- «Quando relato os bons momentos de uma viagem, percebo que muitos detalhes que me impressionaram tiveram pouco efeito em meus familiares. Com frequência, eles me corrigem nos exageros das minhas descrições dos cenários de Minas Gerais onde nasci. Na verdade, posso reconhecer que, nas minhas lembranças, fica aquilo que eu pensei estar vendo e não propriamente aquilo que estava registado no cérebro, porque, para os outros que me acompanhavam, a impressão psíquica que a mesma visão provocava era muito diferente»

DESEJAMOS UMA BOA LEITURA!

Carmen, 2010.Set03.AELA-Destaques

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