terça-feira, 4 de maio de 2010

Uma reflexão

A respeito da próxima vinda do Papa Bento XVI a Portugal e das imagens que as televisões já vão passando das várias manifestações de crentes, ocorrem-me vários pensamentos, tais como:
As procissões
Os sacrifícios com vista à obtenção de algo. Uma cura, qualquer benefício.
Ou em agradecimento.
E vão de joelhos ou a pé ou arrastam-se pelo chão.
Durante uma procissão carregam o peso em velas e acabam exaustos.
Um verdadeiro rol de sacrifícios
Acredito que, quem os faz fá-lo com a melhor das intenções.
E sofre pois, como podemos observar estas formas de deslocação são extremamente penosas, feitas em percursos de certa forma extensos e muitas vezes por pessoas de pouca condição física.
Mas será que o sofrimento físico infligido com qualquer dos objectivos apontados, agradecimento ou pedido, tem razão de ser? Tem lógica?
Mesmo considerando que nada é por acaso…!
Este tipo de sofrimento é o efeito de uma qualquer causa em resultado de uma expiação por um acto passado qualquer, e a que a pessoa consciente e voluntariamente se submete?
Julgo que não.
Se tem algum sentido prometer um sacrifício, se for concedido algo que se pede, com certeza que, se não for obtido não se fará o sacrifício. Será que isto contribui para o engrandecimento espiritual?
Não será negócio?!
Assim como um individuo auto-flagelar-se; qual o objectivo deste sofrimento?
Não quero nem pretendo julgar seja quem for, mas efectivamente não entendo.
Menos percebo quando uma instituição como a Igreja como que incentiva estes procedimentos, não aconselhando os crentes a que o façam, pois parece já não acontecer, mas referenciando de algum modo quem o faz.
Ou visto de outra forma, serão estas manifestações actos de amor?
A ser assim estamos então perante as duas faces da mesma moeda: o amor e o sofrimento.
Mas estes sofrimentos são voluntários.
Vejamos o que nos diz o Livro dos Espíritos na pergunta
726. Se os sofrimentos deste mundo nos elevam, conforme os suportarmos, poderemos elevar-nos pelos que criamos voluntariamente?
- Os únicos sofrimentos que elevam são os naturais, porque vêm de Deus. Os sofrimentos voluntários não servem para nada, quando nada valem para o bem dos outros.

Por que não trabalham, antes, em favor dos seus semelhantes? Que vistam o indigente, consolem o que chora, trabalhem pelo que está enfermo, sofram privações para o alíveo dos infelizes e então sua vida será útil e agradável a Deus. Quando nos sofrimentos voluntários a que se sujeita o homem não tem em vista senão a si mesmo, trata-se de egoísmo; quando alguém sofre pelos outros pratica a caridade; são esses os preceitos de Cristo

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