domingo, 2 de janeiro de 2011

"O LIVRE ARBÍTRIO"

Excertos de textos do livro “O Livre Arbítrio e Textos Seleccionados”, de Edgard Armond

«Quando encarnamos na Terra ou baixamos em qualquer outro mundo de expiação, de prova ou de aprendizado, trazemos sempre um programa definido, muitas vezes elaborado por nós próprios, por cuja realização somos pessoalmente responsáveis.
«O Espírito, criado simples e ignorante, ao entrar no reino humano, recebe de Deus […] a liberdade de agir por si mesmo [de forma] […] racional e conscientemente.
«Essa liberdade, todavia, não é absoluta, por sofrer limitações provenientes do meio em que vive e do plano divino, sendo tanto mais ampla e completa quanto mais evoluído o homem estiver.
«O livre arbítrio, consequência dessa liberdade, exerce-se sob influência de forças antagónicas do Bem e do Mal, que aceleram ou retardam a evolução.
«A liberdade de agir traz responsabilidades e o ser encarnado, com seus actos, constrói seu próprio destino, na terra e no céu, com felicidade ou com desventura.
«Nossa responsabilidade não existe somente pelo Mal que porventura pratiquemos, mas também pelo Bem que deixarmos de fazer e, ainda mais, pelas consequências que de nossos actos advierem.
«O Mal por si mesmo não existe, porque os Espíritos foram criados para a felicidade na sociedade de Deus. Representa simplesmente ignorância; ausência de sabedoria; imperfeição moral, ausência de virtudes redentoras.
«Encarado […] em seu aspecto objectivo e material, [o Mal] existe e representa a interferência na vida colectiva das paixões inferiores que […] se desenvolveram no coração dos homens na evolução em curso.
«Até que se atinja esse reino de felicidade nos mundos altos, todos nós devemos enfrentar os problemas da ignorância e da imperfeição que são, felizmente, transitórios.
«Por isso é indispensável o conhecimento do Bem e do Mal, para que possamos nos conduzir com mais segurança e sabedoria.
«Tanto um como o outro mudam constantemente de aspecto à medida que se avança no caminho: o que é Bem para uns é Mal para outros; o Bem de ontem é o Mal de hoje e o Bem de hoje será o Mal de amanhã, porque o homem evolui e pela evolução modificam-se os aspectos das coisas; apoia-se num para compreender o outro, porque ambos são agentes do conhecimento […]
«A terra, a água, o ar, o fogo, todos os elementos naturais são, ao mesmo tempo amigos e inimigos do homem: apoio para seus pés, estrutura para seu corpo, hálito de sua respiração, calor e luz para sua vitalidade mas, ao mesmo tempo, o vento que derruba, a onda que afoga, a terra que absorve e o fogo que consome.
«As plantas, ao mesmo tempo alimentam e matam, curam e envenenam […]
«No esforço da evolução a liberdade é do homem, [mas] as leis são de Deus. O homem, [fazendo uso] dessa liberdade, traça seus rumos e Deus, pela Providência, marca seus limites, ilumina-lhe os caminhos e ampara-o nas suas quedas.
«A liberdade é, pois, a base fundamental do livre arbítrio e pode ser usada por intermédio dos atributos essenciais do Espírito que são: inteligência, vontade, razão e sentimento.
«O livre arbítrio não é, propriamente, uma lei cósmica, mas uma outorga divina; uma faculdade que dá ao homem o direito de opinião própria e de decisão livre: faculdade de julgar por si mesmo, compreender por si mesmo, decidir por si mesmo.
«É uma prova imensa da bondade de Deus e foi dada ao homem como um bordão de apoio para adquirir consciência e méritos próprios.
«O uso mais proveitoso e justo que o homem encarnado pode [… fazer do seu livre arbítrio, é decidir e realizar a sua reforma interior.
«Durante as sucessivas encarnações o Espírito vai-se purgando, purificando-se lentamente e, quanto mais imperfeito for, mais sofrerá e mais vezes voltará ao mundo material.
«O Espiritismo não visa a conquista e o uso de poderes psíquicos, mas simplesmente a auto purificação, o aprimoramento do carácter, da mente e dos sentimentos, visando o bem dos semelhantes»


COMENTÁRIO

«Os espíritas têm conhecimento da “Lei de Liberdade”, e o que ela representa para auto aprimoramento do ser encarnado, bem como de outras leis naturais que regulam toda a evolução da humanidade, mas desse conhecimento à aplicação do mesmo, vai uma grande distância, porque exige uma profunda reforma interior, a qual só se consegue com renúncias, persistência e disciplina.
Como seres imperfeitos que somos, precisamos, ainda, de caminhar muito nos mundos de expiação, porque é muito difícil combater os sentimentos contrários à boa conduta, conforme nos ensinou o Divino Mestre.
Substituir o orgulho, o egocentrismo, a vaidade, a inveja, e outros, pela prática da caridade para com o nosso semelhante e tudo o que nos rodeia, aí sim, é que está a grande dificuldade. Falta-nos a vontade de agir, porque tudo está em nós, Deus, nosso Pai, deu-nos todos os ingredientes para alcançarmos os planos de perfeição, só é necessário a nossa vontade e empenho na reforma interior. Somos livres para fazer das nossas existências o que quisermos, a responsabilidade é inteiramente nossa»


Texto lido e debatido em reunião da AELA, 3ª Feira - 2010-12-28

1 comentário:

  1. "Quando encarnamos na Terra ou baixamos em qualquer outro mundo de expiação, de prova ou de aprendizado, trazemos sempre um programa definido, muitas vezes elaborado por nós próprios..."


    Trazemos sempre um programa definido, muitas vezes elaborado por nós ?

    Mas porque não nos recordamos disso ?
    desse programa elaborado por nós ?

    Esta é uma questão que me intriga ?

    Obrigada pela ajuda,

    Ana

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