A OBSESSÃO E O PENSAMENTO

Allan Kardec, em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, capítulo 28.º, item 81, define a obsessão com sendo “a acção persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais."

Partindo deste conceito, importa conhecer a relação estreita que existe entre a obsessão e o pensamento.

Emmanuel ensina que o pensamento é uma força electromagnética, o que, só por si, significa que o podemos direccionar para onde quisermos.

Tal particularidade passa despercebida a muitos de nós, para além do que negligenciamos constantemente a disciplina a que devemos sujeitar os nossos pensamentos, deixando de estar atentos às emoções por estes geradas.

A Espiritualidade Superior não se cansa de alertar-nos para a importância de educar a nossa atitude mental, sabendo que com os nossos pensamentos criamos o nosso mundo mais íntimo, dai surgindo as sintonias vibratórias que estão na origem das nossas companhias espirituais, tanto boas como más.

Muitas das obsessões que hoje em dia se manifestam em seres encarnados são resultantes de vidas passadas, onde o ódio e a vingança são predominantes na ligação estreita que existe entre o obsediado (encarnado) e obsessor (desencarnado), complicando o processo obsessivo e impedindo a solução da obsessão. Contudo, comportamentos actuais também podem estar na origem de obsessões complicadas. Em ambos os casos, o principal factor que origina qualquer obsessão é sempre a nossa imperfeição moral.

Daí surge a necessidade da nossa reforma íntima, controlando os nossos pensamentos, num esforço incessante que nos conduzirá cada vez mais perto do nosso Criador. E seguindo o exemplo vivo de Jesus, nosso Mestre, através do Amor e do Perdão, seremos capazes de elevar o nosso padrão vibratório, deixando a escravidão das paixões e impedindo, assim, que a obsessão tome conta de nós.

Por isso, é importante a vigilância constante sobre a nossa sintonia mental/espiritual, para que não nos deixemos levar por pensamentos inadequados, pelos sentimentos menos dignos e por emoções descontroladas, pois isso permitirá que seres espirituais desequilibrados criem afinidade connosco, causando-nos doenças e desequilíbrios físicos, psíquicos e espirituais.

Em contrapartida, estando o nosso pensamento e comportamento voltados constantemente para a prática do bem, do amor e da caridade, elevaremos, dessa forma, o nosso padrão vibracional, o que nos permitirá receber energias positivas que reforcem o nosso equilíbrio e bem-estar físico, psíquico e espiritual.

E em qualquer processo obsessivo é sempre “indispensável que o obsediado faça, por sua parte, o que se torna necessário para destruir em si mesmo a causa de atracção dos maus Espíritos.” (O Livros dos Espíritos, questão 479)

João Batista